13. Apenas mais um dia

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Anna Carolyna P.O.V

Sexta feira. Amanhã seria o grande dia.

Ontem a noite foi bem divertida. Convidei Ananda para jantar comigo e Priscila. Ela topou. O único problema foi quando Ananda começou a exaltar pontos em mim que ela considerava uma qualidade e Priscila concordava, - isso foi bom - mas não tem como não ficar envergonhada quando alguém fala bem de você na sua frente, principalmente quando estão falando bem de você para a pessoa que você está interessada e bem na sua frente. Já era a segunda vez que isso acontecia, a primeira foi durante a entrevista da Priscila.

O lado bom era que Ananda era sutil. Os comentários dela eram tipo "Fico feliz em saber que vocês estão se dando bem.", "Carolyna não é uma pessoa difícil de se lhe dar.", "Ela é compreensiva, sabe escutar antes de tacar qualquer pedra." e a Priscila respondia tipo "É, eu venho percebendo isso. Ela realmente é uma ótima pessoa para se conviver.".

Um pouco antes das 22h Ananda foi embora, mas prometeu voltar mais vezes e me fez prometer que eu também iria visitá-la. Eu estou tão feliz em saber que mesmo apesar de não nos vermos direito nesses pouco mais de 5 anos, nada mudou, a amizade e nível de confiança continuam os mesmos, isso se não aumentaram ainda mais.

Depois de Ananda ir em embora, Priscila confessou-me que ficou decepcionada ao saber que ela tinha namorado. Ela estava nos shippando, mas depois que Ananda contou a história dela com Kevin, achou tudo muito lindo e abandonou o shipp. Me shippar com ela, ela não quer, né?

Hoje, depois do trabalho, iríamos ver como ficou minha roupa, além de acertar alguns detalhes, se precisar. Durante a hora do lanche, na faculdade, aquela garota que gosta de fazer chacota com as meninas acabou aparecendo para encher nossa paciência novamente. Quase eu jogava meu suco na cara dela, mas Priscila segurou meu braço, me impedindo de realizar minha ação e a ridícula da Amy ainda teve a audácia de apontar o dedo na minha cara dizendo "Nunca mais ouse fazer isso!".

Dessa vez eu deixei passar, mas na próxima, eu juro que enfio meu punho na cara dela e não vai ser só uma vez não. Eu vou dá-lhe com vontade, para ela nunca mais esquecer. Para ela nunca ter coragem de dirigir o olhar para qualquer uma de nós novamente.

Violência só gera violência.

Meu subconsciente sempre me lembra disso, mas essa garota pede para apanhar e como minha mãe diz "O que você não aprende em casa, te ensinam na rua, por bem ou por mal". Amy ainda vai levar muita porrada da vida agindo assim. Espero que um dia ela aprenda a lição.

(...)

Devido ao fato de ser sexta feira, a escola em que eu trabalhava costumava liberar os alunos na hora do lanche, eu não tinha absolutamente nada programado para fazer entre às 15h30 e as 18h. Resolvi ficar um pouco mais na escola e corrigir algumas provas que eu havia aplicado hoje, alguns outros professores fizeram o mesmo. Quando tornei a olhar meu celular, marcavam 16h47. As horas passavam devagar. Resolvi ir para casa e Jorge, um dos professores de matemática, me ofereceu uma carona. Todos eram bem legais e prestativos ali, no início tive medo de não conseguir me entrosar, mas fui muito bem recebida.

É claro que o meu profissionalismo e carisma me ajudaram bastante no decorrer dos primeiros meses lá. O fato de os alunos gostarem de mim me deixa muito feliz. Fui bem disputada entre as turmas para ser a professora conselheira tanto ano passado como este ano. Eles dizem que eu nem pareço professora, - a não ser quando abro a boca para explicar os conteúdos - que sou diferente dos outros, divertida.

Talvez o fato de eu ficar de pé em cima da mesa os observando durante as provas tenha alguma influência, talvez.

Cada um tem seu método de ensino e avaliação, os meus não são muito tradicionais. Gosto de quebrar a barreira que existe entre aluno-professor. Me porto mais como amiga dos meus alunos do que como professora e ainda assim eles me respeitam.

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