34. Insegurança

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Anna Carolyna P.O.V

A cena que estava sendo protagonizada por Duda e Bibi há alguns metros de nós foi, talvez, a coisa mais linda que meus olhos já me mostraram. As duas eram perfeitas juntas e não tenho dúvidas de que ambas tinham tomado a decisão certa. No calor do momento, a emoção invadiu meu peito e minha mão foi quase que no automático para junto da mão de Priscila, mas ela recolheu a mesma no instante em que a toquei. O pensamento de ter feito algo errado tomou conta da minha mente me fazendo perder o foco de tudo que estava acontecendo ali, eu não sabia como reagir ou o que dizer, mas estava a ponto de pedir desculpas quando a garota aproximou-se mais tomando a atitude de segurar minha mão com firmeza sem que eu esperasse. Aquele típico sorriso surge em meu rosto como sempre ocorre quando ela age de forma carinhosa em relação a mim, como se não bastasse, a mesma deita sua cabeça delicadamente em meu ombro, pedindo desculpas.

- Não desiste de mim não. - diz manhosa em voz baixa. Agora que já demos o primeiro passo, eu não desisto mesmo.

Aquele foi com certeza o melhor pôr do sol que assistimos. Bibi disse palavras tão lindas e inesperadas que chegava a ser difícil acreditar que a mesma tinha escrito aquilo, mas ela estava falando aquilo para a única garota que ela já se apaixonou na vida e juntamente a enorme quantidade de sentimento imposta em cada palavra que ela dizia, não havia dúvidas de que aquilo foi de sua autoria. Bom, pelo menos eu não tinha dúvida, já Biazin...

- Foi tu mesmo que escreveu tudo aquilo? - a garota pergunta assim que as noivas se aproximam do grupo, após Duda receber o anel.

- Eu mesma e sem ajuda alguma. Tive um trabalho da porra porque não sou muito boa com essas coisas, aliás, onde eu joguei esse demônio? - diz saindo para procurar onde havia jogado o papel. Logo volta com o mesmo em mãos, que estava na areia, onde a mesma havia deixado. - Você! - aponta para Duda. - Você vai guardar isso, emoldurá-lo e colocá-lo num quadro na parede do seu quarto, porque olha... Eu escrevi, reescrevi, coloquei palavra, tirei palavra, e se você refletir por um instante vai ver que não tem nada sexual no texto. Isso é um marco histórico e tudo por você.

Sorrio do jeito engraçado como Bibi falou e Priscila faz um carinho em minha mão com seu polegar. Não soltou minha mão desde o momento em que a segurou quando Bibi iniciou seu discurso.

- Prevejo João e Gi 2.0, versão lésbica. - a garota comenta em referência a Duanca nos fazendo concordar.

Começamos a caminhar em direção aos carros e durante nossa breve caminhada alguns assuntos aleatórios surgiram, mas um chamou a atenção de todos nós.

- Nem acredito que você vai me beijar. - Biazin solta do nada prendendo a atenção de todas.

- Eu vou o que? - Bibi questiona espantada parando sua caminhada, nos fazendo fazer o mesmo.

- Me beijar.

- Mas nem fodendo. Por que eu faria isso?

- Então você esqueceu? Pois eu lembro bem. Naquela vez no restaurante você disse que na próxima despedida de solteiro que tivesse você me beijaria pelos jantares de graça. E olha só, a próxima despedida provavelmente é a sua. Que irônico. - sorri divertida.

Eu e Priscila trocamos olhares sem nos pronunciar.

- Já sabem que não haverá casamento, nem despedida de solteira e que vou morrer noiva.

- Hey! - Duda repreende acertando um tapa forte no braço da noiva que geme sentindo o ardor. - Já está toda piadista de novo, não é? - ri divertida.

- Ai amor, só tô brincando, mas eu não vou beijar ela não.

- Vai sim. - a garota insiste convencido.

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