11. A roupa perfeita

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Priscila P.O.V

Terça feira. Cinco dias para a grande noite. Eu e Carolyna combinamos de ir (depois do trabalho) procurar algo para que ela vestisse no dia. Graças aos nossos empregos não temos muito tempo livre.

Como ela sai do trabalho um pouco mais cedo do que eu, pedi que ela pegasse um táxi e se dirigisse para a Caliari's que ficava no centro da cidade, assim que fosse liberada. Durante nosso almoço fiz questão de dar o dinheiro do táxi, mas ela se recusava a aceitar e eu me recusava que ela pagasse sozinha, até porque ela estava fazendo aquilo por mim, eu tinha por obrigação bancar tudo que ela gastasse com essa "brincadeira".

Já que claramente somos duas cabeças dura, sugeri dar a metade do que ela gastasse com o táxi quando eu fosse para a loja. Ela aceitou a proposta, mas duvido que ela vá me dizer o valor certo. Pelo pouco que conheço dela tenho certeza que ela vai falar um valor bem abaixo.

Deu 18 horas, marcando o fim do meu expediente no escritório. Me despedi do pessoal e fui para o estacionamento, pegando meu carro e dirigindo até onde Carolyna estava. Quando cheguei no estacionamento da loja liguei para ela perguntando em que parte ela se encontrava.

- Eu tô no terceiro andar... Acho que é o terceiro andar.

- Você acha? - perguntei irônica.

- Sim. - sorriu. - Vamos fazer o seguinte, vou ficar próximo a escada rolante aqui desse andar aí você vai subindo até me encontrar, beleza?

Assenti e desliguei a ligação. Adentrei a loja e alguns funcionários me cumprimentaram, reconhecendo-me. Tinha muito puxa saco, bajuladores e eu nem sei o porquê, não sou chefe deles nem nada. Talvez queiram que eu os elogie para minha mãe na intenção de ganhar aumento ou uma promoção.

Continuei a andar até que alcancei a escada rolante. No segundo andar ela não estava e aparentemente nem no terceiro, já que ela disse que estaria do lado das escadas e lá ela não estava. Resolvi dar uma volta pelo terceiro, pode ser que ela esteja vendo algo. Rodei, rodei e nada dela. Será que essa doida está no primeiro? Não é possível. Alcancei as escadas que davam ao quarto andar e de cara avistei Carolyna ao alto.

- Terceiro andar, não é, dona Anna Carolyna? - falei ainda na escada rolante, já bem próxima dela.

- Não é o terceiro?

- Não, é o quarto. E aliás, o terceiro é destinado a moda infantil e... O que você está fazendo nesse andar? Vai de maiô pra festa? - o quarto andar era exclusivo para roupas e artigos esportivos, desde academia a esportes específicos. - A festa não é na piscina não, amor.

- Engraçadinha. - fez um riso falso que me fez rir de verdade. - Já estou de olho nos jogos universitários, tô levando equipamentos pra natação, eu já tenho tudo isso, mas nunca se sabe quando vai haver uma emergência.

- Tá certo. Não está levando nada para handebol? - perguntei curiosa.

- Por enquanto não, deixa eu ser aprovada nos testes, aí sim venho comprar e se tudo der certo, vamos vir comprar juntas porque eu vou te treinar, você vai fazer o teste e passar, certo?

Solicitei que Stefanny e Paloma nos atendessem, nos ajudando nas sugestões e escolhas.

Dos funcionários que eu conhecia, elas eram as mais legais e atenciosas, não tinham nada de puxa saco, essas duas sim merecem ser promovidas. Descrevi a elas como eu queria que fosse o vestido e elas nos mostraram vários, mas nenhum era o que eu esperava.

Carolyna até se interessou por alguns, pena que não combinavam com o meu. Eram todos... Normais. Normais na frente da minha roupa, é claro, porque todos os vestidos que nos foram mostrados eram lindos e bem detalhados. Ela tem bom gosto. Fomos ao provador, já que ela quis experimentar alguns, se ela quisesse levar algum, para mim sem problemas, mas nenhum daqueles ela iria usar naquela festa.

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