24. The games

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Preciso que ouçam duas músicas nesse capítulo:

> Ed Sheeran - Kiss Me

> Hayley Kiyoko - Cliffs Edge

Avisarei quando for o momento.

Terá uma parte em que vocês vão querer me matar, e outra que vocês vão surtar de amores.

Comentem bastante, mas sem ser coisas repetidas e símbolos, para me ajudar, esse capítulo está realmente gigante. Tem 10 mil palavras.

Boa Leitura!

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Priscila P.O.V

Quando eu penso que as coisas estão se ajeitando, minha mãe me liga no meio da semana perguntando quando entrarei de férias. Até aí tudo bem, mas ela sabia que na primeira semana das férias haveriam os jogos e ela gostava de ir me assistir, por mais que não pudessem ir sempre. Queriam me ver lutar.

- Eu não vou lutar esse ano, mãe.

- Por que não? - pergunta surpresa.

- Eu me exaltei com uma garota na faculdade e como punição não poderei lutar.

- Oh, querida. Sinto muito. Você quer falar sobre o que aconteceu? - minha mãe sempre foi muito compreensiva e não gostava de me pressionar a nada.

- Não, prefiro esquecer. Mas olha, vou jogar handebol esse ano, estou animada. - disse sincera.

- Então guarde um lugar para nós nas arquibancadas que estaremos lá.

Ela parecia mais empolgada que eu. Já havia ganhado um fã, três na verdade, minutos depois minha irmã arrancou o telefone da mão de minha mãe, me incentivando a dar tudo de mim.

(...)

Nós nos encontrávamos na última semana de aula antes das férias do meio do ano, mas voltando um pouco no tempo, devo confessar que nos dias em que estávamos suspensas eu perdi o sono algumas vezes. Logo na primeira noite, terça feira, eu rolava de um lado para outro da cama, deixava minha mente livre de qualquer pensamento, concentrando-me apenas no som de minha respiração ou do ventilador, mas nada que eu fizesse me ajudava a pegar no sono. Então eu levantei de minha cama, saí do meu quarto e fiquei no sofá da sala desenhando. De início fiz alguns modelos de roupas, mas eu não estava tão inspirada para isso. Comecei a desenhar apenas olhos e boca dos quais me eram muito familiares. Eu os via todos os dias. Eu os encarava todos os dias.

Olho para a porta de seu quarto, lembrando-me do dia em que eu o invadi e a acordei na tarde seguinte a festa de Elana. Um sorriso enfeita meu rosto ao recordar-me de sua respiração calma e seu lindo cabelo bagunçado com alguns fios caindo por seu rosto angelical lhe dando um ar totalmente inocente. Seu sono era tão profundo que aposto que eu poderia entrar em seu quarto várias vezes e em nenhuma delas Carolyna notaria minha presença ali. Não pensei duas vezes antes de pegar a chave reserva de seu quarto e adentrar o mesmo. Chamei por seu nome calmamente apenas para constatar que ela realmente estava dormindo. O cômodo obviamente encontrava-se escuro, mas não o suficiente para me deixar perdida ali dentro. Algumas poucas frestas de luz invadiam o local por conta das lacunas deixadas pelas cortinas. Algumas destas frestas iluminavam seu rosto me oferecendo a cena perfeita para um desenho. Pego meu caderno juntamente a um lápis e sento-me ao chão de seu quarto com as pernas cruzadas em forma de índio. Com uma mão eu segurava meu celular, iluminando meu caderno quando a pouca luz dentro do quarto não era suficiente, enquanto que com a outra eu utilizava o lápis, dando forma ao desenho da maravilhosa cena que meus olhos estavam tendo o privilégio de admirar. Ela estava de bruços, como da última vez, mas seu rosto estava visível a mim.

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