Colega de Apartamento •Capri•

23. Tudo o que vai, volta (parte 2)

Priscila P.O.V

Por mais que eu não tivesse a companhia dela aquela noite, eu não poderia deixar de comparecer a inauguração. Tomo um banho rápido e me arrumo. Eu usava um vestido preto - eu tinha muitos vestidos pretos - tomara que caia, que cobria até pouco mais da metade de minhas coxas juntamente a um Louboutin, também preto, nos pés. Minha maquiagem era a mesma de sempre, nada tão pesado apenas o bastante para destacar meus olhos e nos lábios meu velho amigo, o batom vermelho.

Dirijo até o restaurante calmamente, meu pensamento estava distante. Se eu soubesse onde Fellipe mora iria atrás dela. Mas como eu já disse, não poderia obrigá-la a vir comigo, minha situação só se tornaria mais ridícula se eu tentasse. Já fui idiota suficiente para o mês inteiro só na noite passada. Eu só queria que ela pelo menos dormisse em casa.

Chegando no local, Biazin recebia o público, sempre com aquele enorme sorriso. Dou-lhe um abraço rápido e ela me informa que minhas amigas estão à minha espera. Assim que adentrei no grande salão pude observar minhas meninas ao longe, sentadas a uma mesa, nós iríamos sentar juntas aquela noite. Aproximei-me e antes que eu pudesse falar qualquer coisa...

- Cadê a Carolyna? - Duda dispara assim que percebe que estou sozinha. - Pensei que ela te acompanharia.

- Ela ainda está chateada com você? Porque eu estou. - Bibi disse, um tanto ácida.

Eu havia conversado com ela e Duda por telefone à tarde, enquanto Carolyna dormia. Duda me "perdoou" mais rápido, já Bibi.

- Se ela ainda está chateada eu já não sei. - disse enquanto me sentava. - Nós conversamos, eu expus meu arrependimento, pedi perdão e ela aceitou.

- Por que ela não veio, então? As meninas estavam me contando sobre noite passada... Que mancada, Priscila.

Tentei explicar da maneira mais fria que eu podia para não demonstrar qualquer tipo de emoção, o porquê de Carolyna não estar conosco, mas não passou de uma tentativa falha. A frustração me consumia, eu estava visivelmente chateada. Não muito tempo depois, sinto uma mão repousar em meu ombro. Eu conhecia aquele perfume.

- Mãe! - exclamo enquanto levantava-me de meu assento dando-lhe um abraço.

Não só ela, como eus irmãos estavam ali. Minha família inteira adorava os dois irmãos, nossas famílias eram amigas. Já era de se esperar que eles aparecessem na inauguração. Cumprimentam minhas amigas e mais uma vez sou questionada sobre Carolyna. Limito-me apenas a dizer que ela não pôde comparecer por ter outros compromissos. Tendo minha resposta, logo seguem para sua mesa, mas não antes de tentarem me persuadir a sentar com eles. O problema é que hoje eu precisaria de minhas amigas e ainda tinha que me resolver com Bibi, portanto, permaneci ali com elas.

Antes mesmo que nossos pratos pudessem chegar, Biazin juntou-se a nós em nossa mesa, já que havíamos reservado uma mesa para cinco pessoas, mas o lugar que seria de Carolyna estava vago. Contei toda a história para ela e também para Day que até então só havia escutado a versão de nossas amigas.

- Agora só falta você contar o que aconteceu naquele motel. - minha amiga diz como quem não quer nada. - Valeu a pena? - pergunta sério.

Definitivamente, não. Não valeu a pena. Foi simplesmente a pior transa da minha vida, se é que podemos chamar aquilo de transa, mas pelo menos a garota não vai ter o que reclamar de mim. O fato de ela ser bonita não quis dizer nada. Parecia que ela estava transando com uma garota pela primeira vez e não sabia bem o que fazer, eu me esforçava para sentir algum mísero prazer, mas não adiantava. A garota tinha cinco dedos em cada mão e não sabia usá-los. Ela tentou usar a boca (sabemos bem como, sem mais detalhes), mas a impedi e decidi ser apenas ativa aquela noite, eu não deixaria mais ela tocar em mim e como eu já havia dito, eu precisava descontar minha raiva em algo. Ela gozou umas três vezes em curtos intervalos de tempo, enquanto eu, nada. Apesar de tudo eu ainda me senti satisfeita, a garota estava acabada ao meu lado.