Colega de Apartamento •Capri•

27. Ciúmes novamente?

Priscila P.O.V

Durante alguns dias daquela semana, geralmente no final da tarde, Carolyna me levava até uma quadra para jogarmos handebol e futsal com suas amigas da época de sua primeira faculdade, todas já formadas. Algumas de sua antiga turma, outras da turma de Educação Física da época que ela revelou-me ser as garotas que a ensinaram a jogar. Durante a divisão das equipes eu sempre ficava na sua.

Já comentei o quão gostosa ela fica naqueles shorts curtos de lycra? Eu sempre dava um jeito de apreciar sua bela anatomia, discretamente ou não.

Recebi algumas ligações interessantes na sexta feira, uma de Clara e outra de Day. Talvez agora eu tenha me livrado das implicâncias de Elana. Day não contou a mim e nossas amigas todos os detalhes da conversa que teve com Elana naquele restaurante. No decorrer da ligação, revelou-me que quando pediu para que a garota parasse com suas provocações, a própria Elana propôs que tentaria parar com suas implicâncias a meu respeito se Day a tratasse melhor e saísse com ela algumas vezes. No mesmo instante revirei os olhos. Garota abusiva essa Elana. Ainda acrescentou que a Satanás estava planejando se vingar por causa do que aprontamos em sua festa, mas que por Day ter aceitado sua proposta iria deixar esse plano de lado, pelo menos momentaneamente.

Não sabia bem o que falar a respeito. Ter uma amiga se sujeitando a isso só para me defender não era algo que me agradava, por mais que eu tenha me sentindo aliviada por não termos trocado uma só palavra quando nos encontramos no restaurante e na Explicit, lugar onde Elana reforçou seu acordo com Day sem que soubéssemos, obviamente.

Fiquei com aquela conversa na cabeça durante toda a tarde até que, no início da noite, quem me liga é Clara. Dessa vez, uma conversa mais animada e descontraída, até Carolyna participou em um certo momento. Quando a morena começou a contar sobre o dia em que Daniela esbarrou com Kauana na rua, chamei Carolyna. Kauana era a garota tímida com quem ela trocava olhares e rolou toda aquela confusão com a Malu. No momento em que ela disse que a garota tomou coragem para chamar Daniela para sair, quase deixo o celular cair. Se fosse Carolyna quem o estivesse segurando, provavelmente teria caído.

Após isso começa a me fazer perguntas sobre Biazin. Carolyna me olhou com um semblante engraçado como se dissesse "já vi tudo". A morena revelou-nos que ambas estavam saindo - coisa que eu já sabia desde a semana anterior, Biazin não parava de falar dela - e que a mesma estava se envolvendo.

Ela não era a única, Biazin andava mais animada que o normal desde a festa do meu aniversário. Exatamente por eu aprovar a relação das duas falo absolutamente tudo a respeito do comportamento da minha amiga, que não é toda pessoa que tolera. Ela é muito sincera, isso inclui o fato de elogiar garotas que a mesma conhece sempre que acha necessário. Não é o tipo que só falta quebrar o pescoço quando vê uma desconhecida bonita, pelo contrário, ela olha discretamente e se estiver acompanhada comenta com a pessoa sobre o que achou bonito em quem ela observava.

Perdi as contas de quantas vezes fomos a praia em um grupo grande de amigos e a própria comentava com a namorada, agora ex, quando uma garota era bonita. Como se não bastasse, ainda perguntava o que a namorada achava. Eu me acabava rindo.

Assim que Carolyna sai de perto de mim por ser chamada por sua mãe, Clara me pergunta sobre nós.

- O que tem a gente?

- Rolou alguma coisa? - perguntou sugestiva. - Todas sabemos onde você está hospedada, pode ir contando tudo. - acabo sorrindo.

- Não tem nada entre nós, Clarinha. - digo tranquilamente. - Eu acho ela linda, cheia de qualidades e até tenho uma forte atração, mas é só.

- Ah, Priscila... - seu tom de voz pareceu melancólico. - Vocês são tão lindas juntas. Ela seria muito boa pra você, mas é claro, você teria que ser o dobro por ela.