Anna Carolyna P.O.V
Aquela noite de segunda feira foi longa. Ao contrário do que pensei inicialmente, Biazin era um verdadeiro amor. No começo, assim que ela se apresentou, pensei que era ser desprezível, prepotente, com um ego enorme, mas conversando com ela percebi que eu estava errada. Se mostrou cavalheira, educada, engraçada e até mesmo respeitadora.
Chegando em casa Priscila foi caminhando direto para o seu quarto, nem sequer me deu um boa noite, parecia exausta, mas eu precisava do meu boa noite e eu cobraria.
- Hey! - chamo sua atenção. - Dê meia volta agora!
Ela se vira com o cenho franzido, provavelmente perguntando que diabos deu em mim, então ela levanta uma das sobrancelhas, como se pedisse para eu continuar ou esperasse uma resposta para aquilo.
- Não tá esquecendo de nada? - digo tocando com o dedo indicador em minha bochecha insinuando que eu queria um beijo ali, abrindo os braços em seguida dando a deixa para um abraço.
Ela sorri e logo vem em minha direção, me abraçando forte e um pouco demorado, chegando a soltar um gemido. Eu adorava a sensação de tê-la colada ao meu corpo.
- Desculpa. - ela sussurra contra meu pescoço ainda durante o abraço, mas logo se afasta olhando fundo em meus olhos. - É que já está tarde, eu estou cansada e temos que acordar cedo amanhã, mas eu prometo que não vai acontecer de novo. - finaliza fazendo carinho em meu rosto com uma das mãos, eu sorrio automaticamente.
- Bom saber... Nem parece que se diz minha namorada. - brinquei fazendo biquinho. Ela sorri.
- Hey... Eu gostei muito dessa brincadeira de você ser minha namorada, de verdade. - diz um pouco sem jeito, era raro vê-la assim. - Te agradeço muito por ter entrado nessa comigo e espero que não se importe de eu continuar com a brincadeira de vez em quando.
Era óbvio que não me importava e fiz questão de mostrar isso. Ela deposita um beijo calmo em meu rosto e se despede.
- Boa noite, Lyna.
- Boa noite, benzinho.
(...)
Acordei na manhã seguinte com o som alto do despertador do meu celular. Com muita dificuldade olho para a tela parando aquele som irritante. Eu preciso lembrar de trocar esse som. Esses toques que vem nos celulares são vergonhosos.
Assim que terminei de me arrumar, saí do quarto. Mal coloquei os pés na cozinha e fui praticamente capturada pelos braços de Priscila que me abraçava fortemente pelas costas.
- Bom dia! - diz animada até demais, deixando um beijo estalado em minha bochecha.
- O que aconteceu com você? - pergunto estranhando aquela animação toda.
- Nada. Só acordei feliz e nem sei porque. Talvez aconteça algo legal hoje e a felicidade resolveu se adiantar.
Eu e Priscila estávamos cada vez mais próximas. Abraços inesperados já não eram tão raros entre nós, principalmente depois que ela descobriu o quanto eu gosto de ser abraçada. Pelo menos uma vez ao dia recebo um abraço dela. Isso é o suficiente para me deixar com um sorriso bobo pelo resto do meu dia.
Na faculdade, tudo seguia normalmente, inclusive a entediante aula da senhora Faber. A voz daquela mulher era semelhante ao som daqueles brinquedos com pilha fraca. Era com certeza a pior aula, não que ela fosse uma má profissional, ela com certeza é muito inteligente, afinal é doutora nisso, PHD naquilo, o problema é que ela não sabe passar o que sabe para nós. Eu a chamo de Thor, uma referência ao personagem da Marvel, devido ao cabelo loiro e ao penteado praticamente idêntico ao do segundo filme da franquia. É claro que ela não sabe disso. A verdade é que dou apelido para vários professores, mas a culpa não é minha e sim deles que se parecem com personagens da TV. Eu apenas saliento com quem eles se parecem.
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Colega de Apartamento •Capri•
RandomAnna Carolyna é uma garota de 25 anos que tem "problemas" quando o assunto são seus sentimentos amorosos. A um ano e cinco meses, mudou-se para a capital para fazer sua faculdade. Ela consegue uma colega de apartamento para dividir as despesas, a li...