Priscila P.O.V
Acordei com o som do meu celular tocando freneticamente. Ignorei. Queria dormir mais, no entanto, ele voltou a tocar. Bufei dando um tapa forte na superfície da cama demonstrando minha irritação com aquilo. Me arrasto até o outro lado da cama pegando meu celular que se encontrava no criado mudo bem ao lado. Olho para a tela lendo o nome de quem ousava me importunar.
Daniela.
- O que você quer? - pergunto de mal humor.
- Boa tarde pra você também. Quer dizer que eu me livro da minha frieza para ela ir pra você e você usá-la contra mim?
- Daniela, você acabou de me acordar, eu não tô' em condições de raciocinar agora. Pouco entendi do que você disse.
- Bom, eu só liguei para avisar que em trinta minutos estaremos aí.
- Opa! Calma aí. Tem que ser no mínimo em uma hora, eu acabei de acordar. E mais uma coisa, quem faz parte desse estaremos?
- A gangue. Quem mais poderia ser? Apenas suas lesbas junto a mim, Clara e Neves. Já combinei com elas. Você e Carolyna são as únicas que ainda estão dormindo, eu liguei pra ela várias vezes até que deu caixa postal, presumo que ela esteja dormindo. Sabe que horas são?
- Qual foi a parte do eu acabei de acordar que você não entendeu? Eu ainda não vi nem minha cara, muito menos as horas.
- PUTA QUE PARIU. O que aconteceu nessa festa? Elana te beijou foi? Não, melhor. Ela beijou a Carolyna, sua namorada? - perguntou divertida, debochando de mim. - Porque quando eu estava te tratando mal o motivo que deu origem a aquilo foi que a indivídua que se dizia minha amiga beijou a garota que eu estava de olho. Elana por acaso beijou a Carolyna? - impossível não rir, principalmente quando veio a minha cabeça os foras que Carolyna deu em Elana.
- Eu juro que não queria rir, Daniela. - disse ainda em meio ao riso. - Venham daqui a uma hora, eu vou acordar a Carolyna. Beijo.
Ouvi um estalo do outro lado da linha, em seguida ela desliga. Olho as horas, eram quase duas da tarde. Deixo meu celular de volta onde estava e começo a me espreguiçar sentada na beira na cama, sentindo um arrepio percorrer meu corpo, arrepio este que tentava fazer meus músculos acordarem para mandar a preguiça ir embora.
Saio do meu quarto notando que a porta de Carolyna ainda está fechada. Vou ao banheiro rapidamente, mas logo me retiro dali indo em direção ao quarto dela batendo em sua porta, porém, não obtenho resposta. Começo a chamá-la pelo nome, mas ainda não sou respondida. Bem que ela disse que era difícil acordá-la. Depois de muito insistir e não receber nada em resposta, decido partir para o plano B. Eu não queria ter que fazer isso, mas a situação não deixava escolha. Pego a chave reserva de seu quarto a qual ela me deu em casos de emergência e adentro o local, passando a mão pela parede ao lado da porta até encontrar o interruptor e acender a luz. De cara vejo seu celular no chão. Elevo o meu olhar até a cama, agora observando aquele ser que dormia tão tranquilamente, de bruços, esparramada em meio aos lençóis. Um sorriso surge em meus lábios sem que eu perceba.
Aproximei-me da cama pelo lado onde encontrava-se seu celular, agacho próximo ao aparelho e dou uma olhada rápida constatando que felizmente não há nenhum arranhão ou rachadura.
- Como você veio parar aqui? Carolyna te botou de castigo dormindo no chão? Ou você caiu aí de cima de tanto que a Daniela ligou?
Perguntei como se o aparelho pudesse me responder. A segunda opção era bem provável, o que não descarta a primeira, afinal, estamos falando de Carolyna. O pouco tempo que temos de convivência já me mostrou o quanto ela pode ser louca quando quer.
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Colega de Apartamento •Capri•
RandomAnna Carolyna é uma garota de 25 anos que tem "problemas" quando o assunto são seus sentimentos amorosos. A um ano e cinco meses, mudou-se para a capital para fazer sua faculdade. Ela consegue uma colega de apartamento para dividir as despesas, a li...