Inauguração

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Priscila POV

Já é quinta-feira à noite e eu estou na
cobertura da primeira filial da Luxury em
Gramado, sentada em uma mesa rodeada de pilhas e pilhas de papéis que eu precisaria ler ainda hoje para ter certeza de que tudo correria bem amanhã. Eu odeio toda essa burocracia, mas ela é necessária.
Ouvi meu celular vibrar com uma nova
mensagem. Era de Gabriel:

"Mamãe mandou avisar que chegamos ao
aeroporto. Logo estaremos aí. Por favor se
recomponha a tempo, ninguém precisa te
ver andando de toalha pelo apartamento
hahaha."

Meu irmão é realmente muito retardado. Se
ele soubesse como foi minha semana não
brincaria desse jeito. Passei todos esses dias dentro de salas fechadas em reuniões intermináveis. Não aguentava mais tomar decisões e assinar papéis. Ainda bem que meu pai e tio Eduardo estavam chegando para assumir o comando de tudo. Não demorou muito até que eu ouvisse o
barulho da porta se abrindo e várias vozes
dominando o ambiente. Me levantei e segui
até a sala do enorme apartamento.
Além de minha família e dos Borges, Malu e Clara, as melhores amigas de Carolyna, fechavam o comboio. Eu me aproximei cumprimentando a todos. Primeiramente meus pais e meus irmãos, depois tia Fernanda, tio Eduardo e Amanda e então me virei para Clara, sorrindo.
Por ela ser muito próxima de Carolyna,
nosso relacionamento na infância e na
adolescência não foi dos mais fáceis, sendo
que muitas vezes eu aprontava com ela só
para atingir a morena. No entanto, após
a faculdade, quando Clara voltou ao Rio
para trabalhar na empresa dos Garcia, nosso relacionamento melhorou
bastante, já que agora tínhamos que tratar
de negócios diretamente uma com a outra.
Por esse motivo não vi problemas em me
aproximar dela lhe dando um abraço, mesmo percebendo a careta de Carolyna atrás dela.

- Clara, quanto tempo. Ansiosa para ver o
resultado? - Perguntei, já que como todas as
outras filiais do hotel, a que seria inaugurada amanhã havia sido projetada em parceria com a empresa de Clara.

- Muito. Espero que tenha ficado bom. - Ela
respondeu, aparentando nervosismo.

- Pode ter certeza que ficou. Tivemos uma
ótima arquiteta envolvida. - Falei rindo e
Carolyna bufou indo se sentar no sofá com
nossas famílias, sem nem ao menos olhar na minha cara durante o trajeto.

Clara sorriu para mim como se estivesse
se desculpando pela atitude da amiga e eu
apenas fiz um movimento com a cabeça como que dizendo que não me importava.
Neste momento me virei para apertar a mão de Malu e cumprimentá-la, mas esta quando viu meu movimento falou:

- Não ganho um abraço também?

Carolyna se levantou e foi para a cozinha,
irritada com a atitude da amiga. Eu apenas
gargalhei:

- É claro Malu - a abracei e disse: - Acho que
você irritou sua amiga!

- Pode deixar que com a Carol eu me resolvo. Só não podia perder a oportunidade de ganhar um abraço seu. Não sei porque, mas eu gostei de você Priscila.

- Por favor, só não deixa a Carolyna ouvir isso, senão você vai ser uma mulher sem teto e sem emprego.

Nós duas rimos e nos separamos. Ela seguiu
até a cozinha conversar com Carolyna e Clara e eu fui até o sofá conversar com minha família.

- Então Priscila, como foi? Conseguiu resolver tudo? - Meu pai perguntou.

- Sim, quase tudo. - Respondi. - Ficaram
apenas alguns papéis para serem assinados. Eles estão em cima da mesa.

- Nós já iremos dar uma olhada, você não
precisa mais se preocupar com isso, pode ir
descansar porque amanhã o dia será bem
corrido - falou tio Eduardo.

The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora