Carolyna POV
João me levou até uma parte afastada da
cidade, em um antigo salão de festas da
empresa onde ele trabalhava. Eu não faço
ideia do que ele pretende, só sei que está
completamente louco. Chegou no estúdio falando umas coisas desconexas sobre ter vindo me buscar para que pudéssemos viver o nosso amor. Quando eu me recusei a aceitar essa ideia ridícula, ele sacou uma arma e disse que iria me ter de qualquer maneira, e que em algum momento,
mesmo que sob pressão, eu iria admitir meu amor por ele. Como ainda assim eu me neguei a escutar as merdas que ele falou, João me forçou a fechar o estúdio e segui-lo até seu carro. E foi assim que eu vim parar em um galpão velho, cheio de caixas, amarrada em uma das pilastras que sustentavam o prédio. A essa altura eu já percebera que João não estava para brincadeiras e em meio ao desespero a única coisa que eu ainda conseguia falar era o nome de Priscila. Percebi João falando ao celular... Espera! Ele estava usando o meu celular, que em meio a tensão na saída do estúdio eu nem havia reparado que havia sumido. Ele desligou e se aproximou de mim.-Sabe, eu não senti saudades da Priscila.
- Falou. - Mas ao que parece, ela sentiu
saudades minhas.- Como assim? O que você quer dizer com
isso? - Perguntei apressada.- Ora, ela aceitou muito fácil vir me ver.
- Ela está vindo?
- Calma meu amor, eu não sou um cara mal,
vou te deixar se despedir dela antes de irmos embora, e te dar a chance de contar para ela sobre o nosso amor, mas não agora, vamos esperar até anoitecer para passar o endereço para sua esposa. – Ele falou a última palavra com desprezo.- Eu nunca vou fazer isso, não vou deixá-la e muito menos ficar com você. Entende isso de uma vez por todas.
Ele riu.
- Você só precisa de um estimulo. Logo vai
perceber seus sentimentos por mim.- Eu tenho sentimentos por você, João.- Ele
sorriu esperançoso. – Raiva, nojo, desprezo...Eu fui longe demais, e percebi isso quando ele levantou a mão e bateu no meu rosto fazendo com que eu me calasse.
- CALA A BOCA! – Ele gritou. – Você ainda
precisa de um pequeno estimulo. Talvezalgumas horas amarrada façam efeito.
O resto da tarde seguiu com uma rotina
aterrorizante de João me vigiando e se
aproximando de tempos em tempos, com o
revólver em punho para me perguntar se eu estava disposta a cooperar. A cada negativa minha ele se irritava ainda
mais, mas eu não deixei de declarar o meu
amor por Priscila a cada momento, mesmo
com os tapas que ele passou a me dar a cada tentativa frustrada. Mesmo com toda a sua raiva ele não chegou a disparar em nenhum momento. Quando a noite caiu ele se aproximou de mim e falou:- Hora de chamarmos a nossa convidada.
Espero que quando ela chegar você se
comporte melhor, meu amor.- É claro que eu vou. – Falei de forma
sarcástica.Ele se afastou rindo e pegando meu celular,
voltou a ligar para Priscila. Uma ligação que não chegou a durar cinco minutos. Depois disso ele voltou a se aproximar.- Sua esposa é muito ingênua, ou muito burra. Você realmente merece alguém melhor, Carolyna. Ainda bem que estou aqui.
Eu percebi que apesar de manter o tom
debochado, ele parecia mais irritado. Como
se a expectativa da presença de Priscila já o
deixasse em alerta.- Ela não é ingênua, ou burra. - Falei
simplesmente.- É sim. - Ele devolveu. - Se não fosse, não
apareceria aqui sozinha.
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The Few Things - Capri
Fiksi PenggemarAs famílias Caliari e Borges são sócias em uma grande rede de hotéis: a Luxury. Seus filhos foram criados juntos e se davam muito bem. Bom... exceto suas filhas mais velhas, que se odiavam. Priscila Caliari e Carolyna Borges são o completo oposto um...