Carolyna POV
Eu dormi praticamente a viagem toda, só
acordei quando a aeromoça passou com o
almoço, e depois que terminei de comer voltei a dormir. Acordei algumas horas depois, com um carinho no meu cabelo, e a voz de Priscila, próxima de mim, em um sussurro:- Carol, Carol acorda. Nós estamos quase
chegando.Eu abri meus olhos, lentamente, me
deparando com a imensidão verde dos olhos de Priscila. Ela voltou a ficar reta na poltrona e falou:- Nós já vamos pousar.
Me arrumei antes de sair do avião e quando desembarcamos logo vimos uma pessoa com o uniforme do hotel à nossa espera:
- Senhora Caliari. – O homem se aproximou.
- Malcolm. - Priscila estendeu a mão para ele que a apertou e depois fez o mesmo comigo.
Sinceramente, essa capacidade da Priscila de decorar o nome das pessoas me assusta. Acho que ela sabe o nome de todos os funcionários da empresa, e olha que não são poucos. Seguimos para o carro e logo chegávamos ao hotel, o segundo da rede Luxury em Brasília. Era claro que o hotel estava passando por uma reforma nas suas estruturas, mas ao mesmo tempo não afetava a vida e a movimentação dos hospedes. Chegamos à recepção e a chave da cobertura nos foi dada sem questionamentos. Percebi uma mulher, de cabelos loiros, lisos que iam até pouco acima dos ombros, olhos azuis, e um pouco mais baixa do que Priscila se aproximar sorrindo, por trás da mesma falar próximo ao seu ouvido:
- Bom te ver, Ruiva.
Mas que garota abusada! Quem ela pensa que é? Priscila por outro lado, se virou para olhar a loira.
- Gaby. - Falou e a garota se aproximou e
lhe deu um beijo na bochecha.Eu pigarreei alto e elas voltaram a atenção
para mim. Priscila falou:- Carol, essa é Gabriela Araújo, filha
do Senhor Araújo, que trabalha a anos
na empresa, e é gerente da outra filial aqui
da cidade. - A garota sorriu falso para mim,
o que eu não fiz questão de retribuir. - Ela
assumiu a gerência dessa filial, quando ela
abriu.Agora eu lembrei dela, dos encontros que
meus pais faziam com os gerentes das filiais. Ela sempre deu em cima da Priscila, e pelo visto isso não mudou. Não preciso nem dizer que não gosto dela, já que desde pequenas, nas ocasiões em que nos víamos, trocavamos farpas uma com a outra.Priscila se virou para a tal Gabriela:
- Gabriela, acho que você se lembra da
Carolyna, filha do tio Eduardo.Filha do tio Eduardo? Onde está o "Carolyna, minha esposa" que ela costuma usar quando vai me apresentar para alguém.
Gabriela olhou para mim e falou:
- Você não mudou nada. - E abrindo um
sorriso ainda mais falso. - Ouvi falar que
vocês casaram.- Nos casamos sim. - Priscila confirmou.
- Não nego que fiquei surpresa, afinal, vocês viviam às turras desde que éramos pequenas. – Ela olhava o tempo todo para Sarah, como se eu não estivesse presente. - Mas confesso que a decepção foi maior, já que eu não recebi convite, nem para a sua despedida de solteira, ruiva.
Eu juro que vou bater nessa garota se ela não desaparecer da minha frente agora. Para dar um basta nessa situação eu me aproximei de Priscila, a abraçando pela cintura e falei, olhando para a sujeitinha:
- Você sabe como é, amor e ódio caminham
lado a lado, e tendem a deixar as coisas um
pouco melhores. – Me virei para Priscila. –
Vamos subir? Eu estou cansada.
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The Few Things - Capri
FanficAs famílias Caliari e Borges são sócias em uma grande rede de hotéis: a Luxury. Seus filhos foram criados juntos e se davam muito bem. Bom... exceto suas filhas mais velhas, que se odiavam. Priscila Caliari e Carolyna Borges são o completo oposto um...