The Few Things - Capri

Ela sumiu

Carolyna POV

Quando eu vi Priscila saindo por aquela porta, eu não consegui ter reação alguma. Apenas quando eu olhei para João, e vi o sorriso no seu rosto, eu reagi. Com o sangue fervendo eu me levantei e com toda a força que tinha, dei um tapa na cara dele:

- Você não precisava ter feito isso! - Falei.

- Você acha que eu sou burro! - Ele falou
rispidamente. - Ela poderia chamar a polícia e mesmo com provas contra vocês eu estaria ferrado. E isso não está nos meus planos, carolzinha.

Se é que era possível meu sangue ferveu
ainda mais:

- SOME DA MINHA FRENTE! - Gritei. - EU
NUNCA MAIS QUERO OLHAR NA SUA CARA! SOME!

Ainda sorrindo ele me falou:

- Por enquanto eu já consegui o que queria.
Se eu não te tenho, ela também não tem! Mas não se engane pensando que eu vou desistir.

Ele saiu do quarto e só então eu realmente
pensei no que havia acontecido.
Priscila nunca me perdoará. Mesmo que eu
não tenha tido nada com João depois de me
declarar para ela, eu a conheço o suficiente
para saber que o respeito que ela possuía por mim havia se perdido no momento em que ela soube que eu mantivera um caso com ele enquanto também estava ficando com ela, e pior, havia ficado com ele na nossa festa de casamento. Eu olhei para Wini, que ainda estava sentado na cama, me olhando atônito:

- Você fez mesmo isso? - Ele perguntou.

No momento em que ele disse isso eu não
consegui mais segurar o choro, que correu
livre pelo meu rosto, me fazendo soluçar:

- Eu... eu... fiz... Wini. Mas se... se você...
soubesse... o quanto eu... me... arrependo.

- Foi muita irresponsabilidade sua, Carolyna. - Ele falou. - Mesmo que você não sentisse nada pela Priscila, você devia ao menos respeitá-la, e respeitar a sua família também. Eu sei o quanto eles são importantes.

- Eu sei... disso. - Falei ainda entre soluços. -
Eu... eu... vou para... casa. Quero... conversar com... ela.

- Eu te levo. - Wini falou se levantando. -
Você não está em condições de dirigir.

Eu concordei com a cabeça e nós duas
saímos do quarto. Entreguei a chave do meu carro para Wini, e me sentei no banco do passageiro. Mesmo sendo um trajeto curto, entre a casa das meninas e a minha, nunca ele me pareceu tão longo. Eu estou ansiosa para poder encontrar com Priscila e fazê-la entender o quanto estou arrependida do que fiz. Mas ao mesmo tempo estou apavorada com a reação
dela. Com medo de que ela não queira nem
olhar na minha cara. Wini passou o caminho todo em silêncio, apenas dirigindo. Eu sei que ele está chateado
comigo, e sinceramente eu estou esperando
isso de todos os nossos amigos, que a essa
altura já devem estar sabendo de tudo pela
boca da Priscila. No entanto, quando Wini encostou o carro na garagem, eu percebi que o carro de Priscila não estava ali. Para onde ela tinha ido, se não para casa?
Quando nós entramos encontramos todos
na cozinha. O primeiro olhar a cruzar com o meu, foi o de Malu, e ela entendeu tudo. Priscila havia descoberto. Ela veio me abraçar e eu não aguentei, caindo no choro novamente. Todos na cozinha me olharam confusos e depois voltaram o olhar para Wini.

- Por que a Carol está chorando? - Rafa
perguntou. - Onde está a Priscila?

- Nós achamos que ela tinha vindo para cá.
- Wini respondeu timidamente, evitando a
primeira pergunta.

- Ela não apareceu aqui. - Clara falou se
aproximando de mim. - O que aconteceu Carol?

- Acho melhor eu subir para conversar com a Carol. - Malu falou.