Voltando para casa

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Carolyna POV

Acordei sentindo um par de braços ao meu
redor e percebi que estava nua. Foi aí que
a realidade bateu na minha cara e eu me
lembrei do que havia feito. Droga! O que eu estava pensando? Eu não podia ter transado com ela! É a Priscila, a garota que eu odeio desde que me entendo por gente.
Criei coragem e abri os olhos. Priscila ainda
dormia tranquilamente e eu a analisei por
alguns instantes, antes de levantar da cama e me dirigir para o banheiro, tomar um banho. Já dentro do chuveiro, com a água quente escorrendo pelo meu corpo, eu fui capaz de pensar com clareza. Afinal, é só sexo. Nada de sério. Com quantas pessoas eu já transei nessa vida e nunca fiquei encanada desse jeito. Ela é só mais uma. E, além disso, foi bom. Deu para ver que nós duas curtimos. Então por que não aproveitar? Sai do banheiro e vendo que Priscila ainda dormia, desci para tomar café, encontrando todos já na cozinha. Quando entrei eles me olharam e começaram com risinhos, exceto Malu que me olhou séria, como quem dizia "precisamos conversar”. Droga, eles ouviram.

- Bom dia - falei me sentando ao lado de
Clara.

- O dia está bom e a noite pelo visto foi ótima - falou Wini e os demais riram.

- Como assim? - Me fiz de desentendida.

- Para Carolyna, você sabe muito bem do que estamos falando. - Disse Dani. - Ou você
pensou que nós não ouviríamos os gemidos.

- Priscila... vai Priscila... - Rafa imitou e todos explodiram em risadas.

- Vocês não tinham nada mais interessante
para fazer, além de prestarem atenção na
minha vida? - Perguntei séria.

- Até tínhamos, mas estava mais engraçado
ficar ouvindo os gemidos de vocês - Wini falou e de novo todos riram.

- O que está tão engraçado? - Priscila
perguntou entrando na cozinha.

- Nada. - Respondi depressa e mudei de
assunto antes que eles pudessem falar mais
alguma coisa. - Nós vamos mesmo fazer a
trilha?

- Vamos sim. - Malu se pronunciou pela
primeira vez, ainda com uma expressão séria. - E vocês duas parem de frescura.

Eu e Clara, como duas meninas da cidade, não estávamos afim de fazer trilha, mas o restante do pessoal nos convenceu falando que não era uma caminhada longa.
Mentirosos de uma figa. No final nós andamos cerca de uma hora e meia até chegarmos até a tal cachoeira. Mas não posso dizer que não valeu a pena. O
lugar era lindo, e a cachoeira era enorme.
Já passava das três da tarde, e eu estava um
pouco entediada. Malu e Dani se beijavam
sentadas em uma toalha na beira da água,
Clara e Vanessa estavam na mesma situação, mas dentro da água, e Rafa Wini haviam sumido dentro da mata alguns minutos atrás. Olhei para Priscila, sentada lendo um livro, e que saber, por que não? Nós já transamos mesmo, nossos amigos sabem disso, e é um desperdício sair de uma cachoeira sem dar uns beijos em alguém. Me aproximei e tirando o livro de sua mão falei:

- Estou entediada. - Me sentei ao seu lado. -
E é quase um pecado ficar entediada em um lugar como esse.

- O que você espera que eu faça? – Ela
perguntou.

Eu sorri de forma maliciosa:

- Me tire do tédio – mexi no seu cabelo e
aproximei nossas bocas.

- Carolyna - ela me afastou - tá todo mundo
aqui.

- Eles já sabem, Priscila. – Falei revirando os
olhos. - Nem vão se importar.

Ela me olhou espantada:

- Como assim, eles sabem?

- Porque você acha que eles estavam rindo
hoje cedo, eles ouviram ontem à noite.

The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora