Capri

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Priscila POV

Eu estava nervosa. Muito nervosa. Minhas
mãos tremiam de tão nervosa que eu estava.

- Caralho, Priscila, parece que é a primeira
vez que você casa. - Rafa, sempre tentando
fazer uma de suas piadinhas, disse, em uma
tentativa de me distrair. - Para de tremer,
mulher.

Não funcionou. Eu continuei tremendo.
Hoje faz um ano que eu e Carol nos
casamos. A cerimônia falsa. Aquela que nós
fomos obrigadas a ter por causa da empresa. A porta de entrada para que eu pudesse conquistá-la. Nós decidimos aproveitar a comemoração de um ano de casadas para fazer a cerimônia de
verdade. Apenas com a presença das nossas famílias e dos nossos amigos mais próximos. A cerimônia seria na praia, como nós duas queríamos. Depois nós faríamos uma recepção para mais alguns convidados que, no entanto, pensavam que aquela era apenas a nossa festa de um ano de casadas.
Eu estava com Rafa, Dani e Vanessa
(que seriam novamente meus padrinhos)
no apartamento de Malu e Dani. Carol, iria
se arrumar na nossa casa junto com seus
padrinhos (que mais uma vez seriam Clara,
Malu e Wini). Nós iriamos nos encontrar
somente na praia, na hora do casamento.

Dani se aproximou de mim sorrindo:

- Você conseguiu, Pri. - Ela disse.

- Consegui? - Perguntei, confusa.

- Aham. Você disse para mim e para o Rafa, na noite do seu "noivado" com a Carol, que seu casamento não duraria apenas um ano. E não vai durar.

Eu sorri para os meus amigos ao perceber que Dani tinha razão. Eu havia mesmo conseguido. Havia conquistado o grande amor da minha vida.

- Eu consegui. - Repeti.

- Parabéns, ruivinha. - Rafa disse. - Quando
você nos falou isso eu confesso que pensei em te internar, afinal, você estava louca e nunca iria conseguir ficar mais do que um ano casada com Carol. Eu estava errado. Você me provou isso.

- Eu sei que vocês pensavam que eu era louca. Eu vi na cara de vocês. - Eu disse rindo e eles me acompanharam.

O interfone tocou e Dani foi atender, apenas para ouvir do porteiro que meu pai havia chegado para nos levar para a praia, que ficava mais afastada da cidade. Meu vestido era simples, como o de Carol também seria, portanto não precisei de ajuda para sair do prédio e subir no carro.
O dia felizmente estava ensolarado, mas, por ser primavera, não estava insuportavelmente quente, o que seria horrível. Quando chegamos ao local da cerimônia, que era um pequena plataforma que nos serviria como uma espécie de altar, enfeitada com lírios e alguns poucos bancos colocados na areia. Nossos convidados já estavam todos ali: nossos avós, nossas mães e irmãos, Jhon e um rapaz que o estava acompanhando, cujo nome eu não sabia, mas que Carol havia me avisado que estaria presente, dona Alice, Mariana, Liz e seu marido, Pedro.

Não precisamos de mais amigos ali
do que eles. Que estavam sempre ao nosso
lado, mesmo antes de nós descobrirmos
aquilo que sentíamos, e aqueles que haviam nos ajudado a superar as dificuldades. Eles acompanharam a entrada dos nossos padrinhos, que se sentaram nos primeiros bancos de cada lado para acompanhar o restante da cerimônia.

- A Carol vai entrar antes. - Meu pai me
avisou. - Ela disse que você já esperou muito por ela e que é a hora de ela esperar por você. Nem que seja por alguns instantes.

Foi impossível segurar uma lágrima solitária escapasse do meu olho. Eu estava tão feliz. E minha felicidade já não cabia dentro de mim. Meu pai sorriu compreensivo e nós começamos a escutar a música da entrada de Carol. Logo depois foi a vez do meu pai me conduzir pela areia até o local da cerimônia. Nós paramos no pequeno corredor entre os bancos e eu olhei para a minha esposa. Nós duas sorrimos automaticamente quando
nos olhamos e eu vi o brilho no olhar de
Carol. Perceber isso aqueceu o meu coração. Quando percebi já estava ao lado dela e diante de Mariana. Sim, minha amiga havia sido escolhida para celebrar o casamento, já que não precisávamos de nada oficial, apenas alguém para conduzir a cerimônia.

The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora