Balada

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Priscila POV

Não posso negar o quanto estou ansiosa para essa viagem para Brasília. Pela primeira vez vamos ser apenas eu e Carol, sem ninguém por perto. E eu espero que durante essa semana, eu possa fazer ela entender que eu quero algo sério, muito mais do que o que temos agora.
Eu ainda não tirei da minha cabeça que o
surto da Carol, sábado passado, foi por
causa de ciúmes, e isso me dá mais motivos
para investir nela, afinal, onde há ciúmes, há sentimentos, mesmo que escondidos.
Ouvi a porta do meu quarto se abrir e logo em seguida a voz de Carol:

- Priscila?

- No closet - falei, procurando alguma
camiseta para vestir.

Ela entrou e pelo espelho que havia ali,
percebi seu olhar percorrer o meu corpo,
parcialmente descoberto. Terminei de me
vestir e falei:

- Precisa de alguma coisa?

- Vai sair? - Ela devolveu com outra pergunta.

- Vou. Tenho um jantar com a gerente de um dos hotéis. - Expliquei, saindo do closet com um sapato na mão e me sentando na cama para calçá-lo.

- Precisa de acompanhante? - Ela perguntou, encostando na porta do closet.

- Eu sei que você não gosta dessas coisas, e,
de qualquer forma, é só para resolvermos
algumas coisas. Nada importante. - Olhei
para ela. - Você pode chamar um táxi para
mim? Eu já estou um pouco atrasada.

- Táxi? Por que não vai de carro? - Ela
perguntou.

- Combinei de sair com meus amigos depois, e como não sei se vou beber prefiro não arriscar. - Ela concordou com a cabeça e saiu com o telefone nas mãos.

Meu próprio telefone começou a tocar.

- Está atrasada, Senhora Caliari. - Mariana falou quando eu atendi.

- Está impaciente, Senhorita Gonzalez.

- Estou nervosa, é diferente. - Ela falou.

- Não precisa ficar nervosa, você vai se sair
bem. Tudo o que precisa fazer é me ajudar a argumentar, e resolver tudo o que precisamos resolver.

- Assim espero. - Ela falou. - Vai demorar?

- Calma Mariana, nós não vamos chegar
atrasadas, eu tenho tudo sob controle. Em
quinze minutos estou aí.

- Quinze minutos, nada mais do que isso. - Ela falou em tom autoritário.

Eu ri e falei:

- Certo, chefe. - Ela me acompanhou. - Até
daqui a pouco.

Desliguei o telefone e ouvi a voz de Carol
atrás de mim:

- A Mariana vai junto?

Eu me virei. A expressão dela não estava nada boa:

- Vai. - Respondi simplesmente e ela bufou.
- Ela é minha secretária, Carol. É o serviço
dela me acompanhar.

- Em pleno sábado? - Me fiz de surda, mas ela continuou. - Ela vai sair com você depois?

- Além de minha secretária ela é minha
amiga, então ela vai, sim. - Respondi.

- Você sabe o que eu penso sobre a liberdade que você está dando para essa garota. Não vou discutir mais.

- É bom mesmo porque estou atrasada. -
Falei, e nesse momento ouvi o barulho do táxi buzinando. - E meu táxi já chegou. Obrigada por ter chamado para mim. - Quando estava quase na porta, me virei e falei, mais para provocá-la do que qualquer outra coisa. - Não tenho hora para voltar.

The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora