Cuidados

4.6K 398 438
                                        

Priscila POV

Acordei atrasada na terça-feira, e desci
correndo para tomar café e ir para a
empresa. Nós teríamos uma reunião com o
senhor Jones no final da manhã e tínhamos
a esperança de assinar o contrato com ele
ainda hoje. Chegar atrasada não era uma
possibilidade. Engoli o café de forma apressada, e terminei de me arrumar. Antes de sair ainda percebi que Carol não havia descido e pedi para Liz:

- Liz, faz o favor de acordar a Carolyna. Se ela não descer vai se atrasar também.

Ela concordou e subiu as escadas, enquanto
eu saia de casa. Cheguei na empresa e fui direto para o escritório do meu pai falar sobre a reunião. Segundo meu pai e tio Eduardo o jantar fora um sucesso e era quase certeza que o acordo seria fechado.
Ouvimos um barulho na porta e dona Alice
entrou na sala.

- Dona Priscila, a Liz ligou pedindo para
perguntar onde a senhora guarda os
remédios.

Eu olhei para ela preocupada:

- E por que a Liz quer tomar remédio?

- Não é para ela. Ao que parece a dona Carolyna  pegou uma gripe forte e está de cama. Ela precisa de algum medicamento que corte a febre.

Eu me levantei, não lembrando mais de
reunião nenhuma, e falei:

- Fala para a Liz que eu já estou indo para
casa.

Todos na sala me olharam como se eu fosse
louca:

- Como assim? - Tio Eduardo perguntou.

- Eu estou preocupada tio, quero ver
como a Carolyna está.

Ele olhou para o meu pai, que tentou me
trazer de volta a razão:

- Priscila, eu fico feliz que você esteja tentando se aproximar da Carolyna, mas a reunião com o senhor Jones é daqui a uma hora e foi você quem coordenou as conversas, é muito importante que você esteja presente.

- Eu sei disso papa. - Respondi. – Eu vou
apenas passar em casa para ver como ela está e volto para cá.

Eles concordaram e eu sai apressada do lugar. Algumas pessoas podem achar um exagero eu me preocupar com uma gripe, mas o fato é que Carol quase nunca adoece, e além de tudo, demonstrar que eu me importo com ela faz parte da minha estratégia para conquistá-la. Cheguei em casa e fui direto para o seu quarto. Liz estava tentando convencê-la a comer. Um fato sobre Carol é que nas raras ocasiões em que fica doente, fica ainda mais
manhosa e birrenta do que normalmente.
Parece uma criança crescida.

Eu parei na porta do quarto e falei:

- Você devia ouvir o que a Liz fala. - Ela se
assustou com a minha presença. - Não vai
conseguir se recuperar com o estômago vazio.

- Mas eu não estou com fome. - Respondeu. -
Você não foi trabalhar?

- Fui. Mas voltei para encontrar seu remédio. - Entrei no quarto e Liz me olhou meio estranho mas resolvi ignorar. - Mas você só vai tomá-lo depois que comer.

Ela bufou e falou:

- Pode deixar aqui que eu vou comer, Liz.

Liz concordou e falou para mim:

- Atente para ver se ela come mesmo.
- Pode deixar. - E falei para Carol. - Vou
pegar o remédio.

Fui para o meu quarto e achando o remédio
retornei. Ela ainda estava deitada, encolhida.

- Ainda não começou a comer? -
Perguntei, mesmo que fosse óbvio. Em um dia normal ela faria questão de jogar na cara.

- Eu estou com frio, não quero tirar a coberta. - Falou.

The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora