Mais um dia com ele.

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Exausta. Não havia outra palavra no dicionário que classificasse a minha situação.
Meu dia não passou de correria, não pude parar na minha mesa um minuto sequer, atrás das papeladas que meu chefe queria. Inútil. Ele praticamente ficava sentado o dia todo só me dando ordens como se eu fosse alguma escrava.
Finalmente juntei tudo o que era preciso e me direcionei a sua sala. Tentei não olhar para seu rosto, mas não consegui ainda mais com ele concentrado em seu computador. Sendo assim me senti a vontade para olhar até que ele fizesse contato visual.

- Sr. Carter? - chamo sua atenção.

- Sim?- ele ainda não me olhou nos olhos.
Tento pensar o que deve ser tão interessante na sua tela.

- Os papéis que o Sr. pediu. - coloco em sua mesa.

- Obrigado, Marshall.
E pela primeira vez na noite seus olhos verdes se encontram com os meus.

- Eu já estou indo. - aviso.

- Boa noite. - ele diz e rapidamente se volta a tela.

Desde que Bennet começou a frequentar a empresa há dois anos, eu babava em seus olhos, na verdade no pacote inteiro, mas tentava ser discreta. Tinha vezes que ele passava horas no sofá da sala de espera só me encarando. Quando ele foi nomeado diretor da empresa eu simplesmente tive uma pequena amostra de um ataque cardíaco. O sr. Carter - o pai de Bennet- era quase um pai para mim e o que ele dissesse era ordem, mas para minha maldição a ordem seria que dali em diante quem daria ordens seria seu filho. Merda. Aparentemente ele estava afim de curtir a vida com sua mulher e estava na hora de ver se os filhos davam conta. Merda. Merda.

- Acho melhor você começar a cobrar as horas extras que você fica naquele cubículo.- Natalie reclama ao me ouvir fechar a porta do loft.

Tiro meus sapatos, minha blusa e me direciono a cozinha onde ela esta.

- Aquele cubículo é o meu trabalho. Devo lembra-la que é com o dinheiro que eu ganho lá que pago nossas contas. - vejo ela revirando os olhos.

- Que seja, pra mim aquele cretino gosta de você e sinto que o sentimento é recíproco.

- Vá a merda. - minha vez de revirar os olhos.

Julie entra na sala com seus cabelos enrolados em um coque e os olhos inchados indicando que tinha acabado de acordar.

- Qual é, vamos ser honestas. Todas aqui nesta sala concordam que o idiota do chefe que a Carrie tem é louco de tesão por ela? Se sim levante as mãos. - imediatamente ela, Julie e Mari levantam a mão.

- Bennet não é louco de tesão por mim, OK? Ele é meu chefe e só isso. Não temos e nunca teremos um relacionamento além desse.- explico.

Assim que as palavras saem da minha boca elas começam a rir. Revejo tudo o que falei e nada parece uma piada.

- Bennet?- Mary zomba- Já estão se tratando pelo primeiro nome? Que progresso!

- Vão se ferrar. As três.

Saio andando em direção ao meu quarto. Tomo um banho rápido e me deito com o ritmo do dia o cansaço apenas se acumulou, antes de dormir apenas lembro dos olhos verdes que não vão me deixar em paz tão cedo.

Diamante irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora