Depois de toda a despedida voltamos para o hotel. Estranhei Carrie não ter falado nada a viagem inteira. Estacionei o carro para pegar as malas, o voo está marcado para as 14h, temos menos de três para nos arrumar.
Passamos pelo hall de entrada e subimos direto para os quartos, me decepciono um pouco ao ver que ela e Kenna entram em seu quarto, então fiz o mesmo.
Entro no quarto e vou em direção a minha cama, me deito e apenas olho par o teto. Tento entender o que aconteceu desde o minuto em que pisei na casa da família dela. Aproveitei os minutos que passamos na cama fazendo tudo o que queríamos.
Alguém bate na porta.
Me levanto, ando até a porta e abro.
- Cara, o que foi aconteceu? Por que você não atendeu o celular? - Will entra sem ser convidado.
Como se estivéssemos em casa ele se senta na mesa e se serve. Me sento na cadeira da frente, mas me sirvo de água, quero estar totalmente sóbrio para digerir tudo que está por vir.
Will, ainda está bebendo.
- Cara, você não está entendendo o que aconteceu. Foi completamente estranho e cara sei lá. -ele faz gestos com as mãos.
Ele está agitado e completamente estranho, nunca tinha o visto assim. Natalie era uma vaca comigo as vezes, mas fazia algo com Will que era inacreditável.
- Ela só tem a mãe e o irmão... - ele começou a falar e não parava mais, em algum momento eu parei de escutar.
- Eu conheci a família de Carrie. - cuspo.
Na mesma hora ele para de falar e começou a me encarar de um jeito estranho.
- Caralho, como assim? Achei que você fosse o amigo aqui e não o namorado.
Expliquei para ele tudo o que rolou em uma noite completamente estranha e sem nexo, mas que eu gostei. Ele claro ficou desacreditado a cada palavra.
★
Chegamos ao aeroporto atrasados, mas partimos.
- Meu Deus, isso aqui é de quem? -Kenna perguntou ao entrar no jatinho.
Na verdade ela se impressionou com cada espaço em que entrava assim como a irmã.
As malas foram colocadas no bagageiro como da ultima vez, Will sentou se com Natalie na mesa e começaram a trabalhar. Kenna parecia fazer o mesmo, depois de passar quase uma hora analisando cada espaço, ela apenas se sentou na mesa, abriu o seu notebook e começou a trabalhar. Vou para o quarto, preciso realmente descansar. Carrie não deixou que eu recuperasse as energias á noite passada, então queria fazer isso agora. Não quero chegar em Nova York para um jantar na casa dos meus pais com a cara de derrotado e que não está aguentando o tranco de administrar o negócio da família.
Entro no quarto e vejo Carrie deitada com fones de ouvindo e com os olhos fechado. Fecho a porta, tiro minha camisa e calça e me dirijo a cama. Quando me sentei ela abriu os olhos e percebeu que tinha companhia, tirou imediatamente os fones.
- Oi - ela disse timidamente.
Eu gostava desses momentos em que ela não era uma mulher enviada pelo diabo. Gosto de quando ela baixa a guarda e me deixa entrar. São poucos os momentos, por isso aproveito quando eles ocorrem.
- Não tivemos tempo de conversar. - falo.
Ela vira o corpo para mim e dá um sorrisinho.
- Não, não tivemos. - ela concorda. - Isso não me é estranho.
- O que ? - pergunto.
- Eu já tive um relacionamento em que eu quase não falava com ele e foi péssimo, não quero isso acontecendo. Vamos conversar.
Faço careta.
- Vamos conversar, mas não sobre os seus ex.
Me cubro e sinto o calor que está embaixo da coberta, mas mantenho a distancia.
- Como foi com o seu pai? - pergunto sobre uma das únicas coisas que me preocuparam quando acordei. - Você demorou um pouco para sair da sala dele e quando fez, não estava lá com as melhores expressões que se espera de uma filha que não via o pai á um bom tempo.
Ela morde o lábio antes de responder e isso me deixa um pouco inquieto, mas me convenci de que hoje realmente nos viraríamos na base da conversa. Nada de sexo.
- Meu pai questionou meus interesses no nosso namoro falso. - ela responde.
Tento ignorar apontada que sentia ao ouvir as palavras " namoro falso".
- Mas expliquei a ele que não era nada planejado, o que é verdade. Apenas aconteceu.
Um silêncio se instalou, mas nada para nos deixarmos desconfortáveis.
- Laura está gravida. - ela sussurra.
- Isso é bom. - digo.
Ela me encara e eu faço mesmo.
- Você nunca me falou sobre filhos. - sussurro.
Dessa vez ela desvia o olhar.
- Não tenho uma opinião formada sobre o assunto. As vezes eu quero, as vezes não. E você?
Dou de ombros.
- Acho que a mesma coisa.
Na verdade eu já tinha pensado em crianças, mas não em uma mãe para eles especificamente, mas sei que de agora em diante Carrie protagonizará esse papel em minha cabeça, quando o pensamento surgir.
- Estou cansada, Bennet. Cansada de tanta coisa. - ela fecha os olhos e vejo uma lagrima escorrer, mas não quero comentar. Não sei se seria uma boa ideia.
Puxo sua cintura para perto de mim e ela se vira, encostando as costas contra meu tórax. Dou um beijo em sua cabeça e sussurro.
- Eu também, Care.
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Diamante irresistível
RomanceSérie Diamante • Livro 1 Carrie trabalha na prestigiada empresa de joias, Empire. Vivendo um sonho, morando em Nova York com as amigas, ela só quer uma melhor posição na empresa e viver bem. Já Bennet, o CEO que está em um momento ótimo de sua carr...