cap 55

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- Eu vim te ver. - ele fala.

Ainda estou paralisada e sem saber o que dizer.

- Care, você quer um copo d'agua? Você está ficando branca. - Natalie pergunta.

Não respondo.

- Care? - ouço sua voz me chamando. - Care. - dessa vez ele me toca.

Seu toque me faz arrepiar.
Lembro me exatamente do dia em fui embora e ele foi ao aeroporto, mas não se aproximou, não se despediu, como se não aprovasse.

Volto uns anos atrás. Lembro quando ele me levou para ver os fogos na praia, a nossa primeira viagem. Foi louco. Lembro que bebemos muito e dançamos na areia.

- Oi. - acordo das memórias e afasto meu braço de sua mão.

- Como você está? - ele pergunta.

É inacreditável. Mordo os labios, enquanto penso. Meu cérebro não consegue acompanhar essa informação.

Natalie aparece com um copo de água e eu bebo tudo.

- Meu deus! - é a voz de Kenna.

Viro me para porta e vejo ela surpresa.

- Ric, quanto tempo. - ela corre para abraça lo.

- Kenna - ele ri enquanto abraça ela.

Olho para acena a minha frente. Porque todo parecem estar confortáveis com isso, como se fosse normal. Não é normal. Faz sete anos que não o vejo. Sete anos. Ele não ligou, não mandou carta, não fez questão de saber como eu estava, mas ele decide voltar sete anos depois, porque ele queria me ver.

- OK, chega. - falo.

Minha irmã se solta dos braços dele é todos me olham.

- O que você realmente está fazendo aqui? - me dirijo a ele. - Por que todo mundo está agindo como se soubesse que ele viria? Por que eu fui a última a saber? - gesticulo com as mãos.

- Carrie. - Nat toca meu braço me advertindo.

- Me respondam! - grito.

Silêncio.

Julie abaixa a cabeça e os outros fazem o mesmo.

- Por favor, me deixem falar com ela. - Ric pede.

Dou gargalhadas.

Nat empurra Kenna para seu antigo quarto, enquanto Julie vai para o seu com Vitor.

- Precisamos conversar. - ele fala.

Continuo à rir. Aos poucos vou parando e ele vai se aproximando.

- Não chega perto. - advirto.

Ele para de andar.

Vou para a cozinha e procuro uma garrafa de vinho. Pego uma e encho a taça.

- Você quer conversar, então vamos conversar. Você senta aí e eu fico aqui.

Ele se senta no banco encostado no balcão e eu me encosto na pia.

- Como você está? - ele pergunta.

Olho com estranheza. Ele não quer brincar.

- Você está falando sério? - franzo o cenho.

- Claro, me conte o que você fez nesses últimos...

- Sete anos. Foram sete anos que se passaram. Sete anos que você não ligou, não apareceu, não quis dar notícias. Sete anos, Ric. 84 meses. 336 semanas, mas agora você me diz que quer saber o que aconteceu? - bebo todo o vinho do meu

Diamante irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora