cap 27

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Eu estava atrasada a ponto de Bennet querer me matar quando eu aparecesse. O voo está marcado para 10 horas e são quase 9i40.

- Natalie, eu já estou indo. - grito pela última vez.

- Já estou aqui- diz ela entrando na sala. - Vamos.

Julie me olha rindo no sofá.

- É engraçado como vocês sempre atrasam. - ela brinca.

Sorrio por educação.

- Não é intencional, as vezes eu sou pontual.- respondo.

Natalie pega as bolsa e sua mala e dá tchau para Julie.

- Tomem cuidado e não aprontem. Carrie, faça o que tem que fazer. - Ela termina e eu a abraço.

- Até daqui uns dias. - dei tchau e Fechei a porta.

Colocamos as duas malas no táxi e partimos para o aeroporto.

- Você pegou tudo? - pergunto.

Natalie abre a bolsa e começa a conferir.

- Sim, notebook, celular, papéis da campanha, documentos. Parece estar tudo aqui, menos a sua cabeça. Eu vejo que você está longe.

Natalie é minha amiga desde que eu me entendo por gente, a conheci com um ano de idade, desde então estamos juntas. Ela é uma das poucas pessoas que conseguem me ler sem nenhuma ou quase nenhuma dificuldade. Não que eu tente me esconder.

- Apenas tentando não pensar o quão desastroso vai ser essa viagem. - digo.

Ela suspira comigo.

- Não vai.

Meu celular toca e na tela o nome de Callie aparece.

- Oi, Callie.

- Achei que não teria mais notícias suas. - ela cutuca. - Fiquei sabendo da viagem.

Abro a janela do taxi e olho para a rua enquanto falo.

- Eu estava atolada de trabalho, seu irmão as vezes não tem dó dos outros. É difícil conviver com ele.

- Eu sei, por isso liguei.

Natalie me cutuca e faz gestos para saber com quem estou falando. Escrevo o nome de Callie no ar, ela entende e sorri.

- Não entendi. - volto para Callie.

- Carrie, peço que você tenha paciência com Bennet. Ele tem problema em expressar o que sente e de repente ele já fez merda.

Respiro fundo e tento entender o que realmente ela quer dizer. Callie tem mania de me fazer ler entre as entrelinhas.

- Callie, traduza. - peço.

- Não, você sabe o que quero dizer. Apenas tenha paciência. Boa viagem e boa sorte.

- Obrigado pelos dois, já que com seu irmão a coisa é realmente com a sorte.

Nos despedimos e desligo.

Natalie está sorrindo e olhando para mim.

- Que lindo. Intimidade com a cunhada. - ela me cutuca.

- Pode para, isso foi apenas ela me dizendo para...

Nat praticamente poe a mão na minha cara.

- Não fala, deixa eu adivinhar. Ela quer que você descongele o coração do irmão ou quase isso.

- Para. Não foi nada disso.

Chegamos perto do avião e de longe eu vi a cara do chefe mau humor.

- Se prepare, ele parece que vai soltar fogo pelas ventas. - Natalie brinca, mas no fundo ele parece que vai fazer isso.

Saímos do carro, pegamos nossas malas e fomos em direção ao jatinho.

- Eu não sabia medir a riqueza deles, agora que não vou saber mesmo. - Nat me diverte.

Não vou mentir, o jatinho é lindo e claro personalizado com o nome da familia.

Vamos Carrie. Seja profissional.

- Marshall, são 10i27. - ele me provoca assim que me aproximo.

Paro na sua frente.

Terno impecável, sem gravata dessa vez, a camisa social azul clara esta com os primeiros botões abertos. Cabelo penteado para trás, as típicas mãos nos bolsos e os olhos verdes. Ah.

- É Nova York, Carter. - respondo ríspida.

- Você poderia ter saído mais cedo.

- Isso não te impediu de esperar.

Bennet pega minha mala, poe a outra mão na minhas costas e começamos a andar. Não tão longe vejo Natalie com Will, se beijando.

Bennet pigarreia.

- Acho que já podemos ir. - ele fala.

Os dois estão a nossa frente rindo.

- Parece que vai ser uma longa viagem - ele se sussurra em meu ouvido me fazendo arrepiar inteira.

Eu sei, Bennet. Eu sei.

Subimos a escada e estamos em uma cozinha bem organizada e um tanto grande. Os funcionários estão em pé esperando para serem apresentados. Bennet faz o seu papel e me fala o nome e suas funções. Dois cozinheiros e duas aeromoças. Bonitas é claro.

Me viro para ele que está bem atrás de mim.

- Você não perde a oportunidade de estar a companhia de mulheres, não é mesmo? - pergunto.

Ele dá um.sorriso de canto que por poucos milésimos me fez derreter.

- A começar por você. - ele responde e eu me viro para frente para continuar.

O cômodo da frente parece ser uma ala de descanso e penso que é a nossa.

- Essa é a parte é a área de descanso do funcionários. - ele explica.

Ando mais para a frente e saímos em uma sala um tanto espaçosa. As paredes são de um branco perolado, a mesa é um marrom conhaque, as poltronas são de couro meio acinzentado. Mais a frente tem um sofá e.uma teve suspensa na parede.

- Venha, vou te mostrar os quartos - Ben me tirou só encanto.

Eu estava tão encantada que esqueci completamente que não estava sozinha.

- Quartos? - franzo o cenho.

- Achou que dormiria onde? - pergunta retórica.

O corredor tem três portas. Uma estava fechada, a outra estava aberta e Natalie estava beijando Will. Urgh. A ultima porta estava fechada. Ben estava a minha frente e abriu.

A primeira coisa que vi foi a cama de casal com uma colcha bege quase dourada e com muitos travesseiros. Aos lados, criados mudos. Na frente da cama, uma penteadeira e mais uma poltrona. Abri a outra porta que estava dentro do quarto, pensei ser um armário, mas me surpreendi mais uma vez. Um banheiro de um tamanho bom apareceu, lindo.

Voltei ao quarto e esperei por Ben.

- Nossa eu nunca pensei que pudesse entrar em um desse, nem ao menos imaginava que existia. - comento.

Ele ri.

- Você parece uma criança. Espero que tenha gostado, porque vamos dormir aqui.

Congelo. As palavras não saem, acho que meu cérebro não permite que eu fale besteiras ou que contrarie. Eu conseguiria?

Diamante irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora