cap 45

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Acordo um pouco mais cedo do que o comum e vou correr no parque. Faz um tempo que não faço isso.

Enquanto vou correndo vejo o banner anunciando a maratona que terá no parque em breve. Me ânimo com a ideia, mas sei que Bennet não irá me liberar.

Continuo à correr enquanto pensamentos correm em minha cabeça.

- Carrie! - ouço alguém chamar meu nome.

Paro de correr aos poucos e olho ao redor para ver se vejo alguém conhecido.

Vejo um cara se aproximar. Ele é parecido com alguém, mas não deve ser ele. Não podia.

- Que saudade. - ele fala é me abraça.

Sinto seu cheiro e sei quem é, mas não posso acreditar.

- N-Nathan? - pergunto.

Ele me solta e se distancia um pouco. Reconheço seu rosto e porra, como ele está diferente.

- Não vai me dizer, que não se lembra?

Sorrio como não.

- Quase, você está muito diferente. Cadê aquele oculos? O cardigã? O que houve?

Ele sorri e porra que sorriso lindo. Como alguém poderia mudar tanto.

- Você me chutou. - ele ri.

Por um momento senti que aquilo não era muito brincadeira. Não teve um desfecho muito bom.

- Você sabe que nunca ia dar certo. - expliquei.

Ele balança a cabeça como se estivesse se divertindo.

- Eu sei. - ele se aproxima e dá um beijo em minha testa. Estranho, ele costumava fazer isso. - Tenho que ir, minha namorada está me esperando.

O vejo correr a diante e fico um pouco checada com toda a informação. Não esperava encontrar ele aqui. Seus planos sempre foi se mudar para Washington e trabalhar com política.

Volto correndo aos poucos para casa. Tomo um banho e corro para Empire. Bennet não ia gostar muito do meu atraso.

Ele fica estranho ao atender a ligação. Seu rosto fica tenso e ele parece bravo. Será que ele me viu com Nathan? Acho que não.

Ele desliga o celular em silêncio.
Encaro-o para ver alguma reação, mas nada aparece.

- Ben, está tudo bem? - pergunto.

Ele não responde. Parece perdido.

- Ben? Você está me ouvindo?

Continua parado.

- Carrie, chame meu irmão. Agora.

Seu tom não foi nada agradável. É como se tudo voltasse a sete meses a trás.

Me levanto, saio da sala e ligo para Will.

- O que ele quer?- Will pergunta rindo.

- Will, é sério. Ele recebeu uma ligação e ficou sério. Ele está te chamando. - falo.

- Merda, estou indo.

Desligo o telefone, sento me em minha cadeira e espéculo algumas coisa, mas nada tem nexo. William passa por mim sem ao menos dar bom dia, o que não acontece geralmente, o que também indica que o assunto é sério. Natalie está atrás dele.

- O que aconteceu? - ela me pergunta.

- Não faço a mínima idéia, mas foi algo grave. - falo meio afetada.

Carrie, você precisa saber dividir a vida pessoal e profissional. Ele é seu chefe, não seu namoradinho.

Não tínhamos um rótulo na verdade.

Meu celular toca, me tirando de meus devaneios.

- Alô?

- Carrie, vai nascer! - Julie grita.

Demoro alguns segundos para raciocínar o que ela realmente quer dizer. Merda, os bebês.

- Você está indo para o hospital? - pergunto.

- Sim! Vem logo.

Desligo o célular e puxo o braço de Natalie para o elevador.

- Quem está no hospital? - ela pergunta meio agitada.

- Julie. - respondo.

Chegamos às pressas no hospital a procura de informações. Paro na recepção e peço por Julie. A moça me dá o número do quarto.

Entro no quarto que está silencioso e vejo Julie com um dos bebês no colo.

- Julie. - sussurro

Ela me olha e sorri, seus olhos marejados voltam ao seu bebê.
Me aproximo e Nat faz o mesmo.

- Ju, que linda. - Natalie sussurra meio babona.

- Essa é Amélia. Diz oi para as titias, Amy. - Julie pega a mão pequena da recém nascida e acena para nós.

Minutos depois a enfermeira trás outro bebê em um carrinho.

- Ele está pronto agora. - a enfermeira morena alta sussurra e sai do quarto logo em seguida.

Apreciamos o outro bebê que chegou.

- Meninas esse é o Andrew.

Julie deixa as lágrimas escorrerem. Nunca a vi tão feliz.

Depois de amamentar, os bebês dormem e finalmente podemos conversar.

- Sinto muito não ter chegado a tempo. - Nat fala confortando-a. - Não queríamos que você passasse por isso sozinha.

Ju passa as mãos pelos cabelos e respira. Sinto que ela esconde algo. Nat senta na beira da cama e eu puxo a poltrona bege e me acomodo.

- Eu não estava sozinha. - ela fala em um tom quase inaudível.

Estreito os olhos e até cogito um pensamento. No mesmo momento a porta se abre revelando a mesma pessoa de meus pensamentos.

- Vitor. - falo.

Filho da mãe mão mudou quase nada. Tem a mesma altura e as mesmas feições, só está um pouco mais forte do que a última vez que nos vimos. Os cabelos castanhos estão em um corte diferente e suas roupas também mudaram.

- Carrie, quanto tempo. - ele fala.

Me levanto ainda me confirmando com os fatos. Ele me abraça forte, tento fazer o mesmo, mas não consigo. Com ele aqui tudo o que eu havia deixado para trás parece voltar e uma preocupação aparece. Será que ele está acompanhado?

- Vitor, o que está fazendo aqui? - Nat pergunta em um tom nada convidativo.

- Vim cuidar dos meus filhos. - ele aponta para os bebés.

Saio da sala por alguns instantes. Não consigo conciliar tudo de uma vez. Não consigo evitar o pensamento. Natalie aparece segundos depois.

- Você está bem? - ela pergunta.

Olho para uma das únicas pessoas que sabem como vou em sentir em relação a certos fatos.

- Só rezando para que Vitor tenha vindo sozinho. - respondo.

Diamante irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora