cap 4

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Depois de todo um dia de merda volto pra casa querendo desistressar. Mary está no sofá com seu MacBook e uma xícara de café, deve estar lendo outro manuscrito para a editora em que trabalha, a Green. Julie está com seu celular na mão e falando ao telefone ao mesmo tempo, a Parker exige muito dela como negociadora, Natalie é a única que não está e me pergunto o que ela esta fazendo por que no almoço ela sumiu e não deu notícias desde então.

Paro na cozinha para preparar um suco e começo a cantarolar alguma parte de uma sinfonia de Mozart, quando coloco o suco em minha garrafa e a guardo na geladeira, percebo que as duas estão olhando pra mim.

- O que foi? - pergunto.

- O que aconteceu?- Julie pergunta e vejo que ela não está mais no telefone

- Nada. Por que? - respondo.

- Aconteceu alguma coisa sim. Você está cantarolando música triste. Você sempre canta música triste quando está triste. - Mary revela algo que eu não sabia sobre mim mesmo.

- Nada aconteceu e isso não é musica triste, é um clássico. Meu dia só não foi agradável, e meu trabalho me lembra o quanto eu odeio meu chefe, nada a mais. - bufo.

Elas não emitem um som. Saio da sala e em minutos estou pronta para a minha corrida. Sei que é o único jeito de tirar Bennet Carter do meu sistema por algumas horas.


Eu já havia corrido cerca de 5 km e meus pulmões estavam queimando, paro um pouco para recuperar o folego e beber água. Alguns passos de volta para a trilha me deparo com Bennet vindo em minha direção.Filho da mãe não consegue desaparecer por algumas miseras horas do meu dia?

Seus cabelos estão molhados e sua camisa esta agarrada ao corpo que de dia é coberto pelos ternos elegantes e caros.

Volto a correr imediatamente pelo mesmo sentido para que ele não me perceba. O tempo que iria servir de calmante para digerir, pensar e organizar meus pensamentos não seria mais útil, já que ele conseguiu me tirar do meu estado zen. Na verdade é o que ele sempre faz.

- Marshall. - ouço sua voz chamar meu sobrenome, que em sua boca parece algo sujo. - Espere.

Acelero o passo para que ele não me alcance, mas meus pulmões e minhas pernas não permitem que eu vá muito longe. Em algum momento minhas pernas me traem e travam me derrubando no chão.

- Que inferno. - sinto suas mãos na minha cintura me levantando da minha pequena queda.- Eu te chamei. Não me ouviu? - ele passa a mão no cabelo e isso me fez vibrar por dentro.

Me recomponho e me afasto dele.

- Não te devo obediência fora da empresa.

- Não te chamei como chefe e sim como conhecido.

Rio alto e começo a andar ignorando-o.

- Marshall- ouço ele se aproximar. - Carrie!

Ele nunca me chama pelo primeiro nome. Ele não sabe nada sobre mim.

- Carrie! - ele insiste.

- Que droga, Bennet. Você não me conhece, OK? - paro e falo bem próximo ao rosto dele - Nunca me conheceu, você só sabe da sua secretaria e nada alem disso e sinceramente eu vou te dizer uma coisa. Eu não sou mais uma das mil mulheres com quem você dorme e brinca.- estoro.

Ele parecia pensativo e assustado. Eu nunca havia gritado com ele antes e agora percebo que deveria ter feito isso antes. Olho ao redor e algumas pessoas estão olhando.

Ele se avança mais um pouco e já sinto minhas pernas tremerem. Queridas não me derrubem agora, penso. Tenho que ser forte.

- Por que você está falando isso? - ele me olha serio e por um momento recuo, mas a leoa que existe em mim não quer e não vai se sentir ameaçada.- Carrie, me responda.

Arregalo os olhos.

- Você é inacreditável, sabia? Agora eu sou Carrie?

- É o seu nome. - ele fala o obvio.

Sinto a raiva explodir dentro de mim.

- Porra! Qual é o seu problema?

- Por que você está gritando? - ele grita de volta, poe a mão na cintura e para o meu azar e descontração ele fica mais irresistível assim.

- Por que você é um idiota- começo a bater em seu peito. E então vejo seu sorriso estampado no rosto.

- Isso tudo é por causa do que aconteceu? Somos adultos, vamos fingir que o elevador é Vegas, ok? - ele continua a sorrir.- O que aconteceu lá, fica lá.

É isso então. Ele só quer se divertir. É a minha vez de me divertir e irei fazer jus a minha jogada.

- O que você esperava? Uma aliança e um pedido de casamento?

Ele não pode estar falando serio. Casamento? Ele acha que eu sou alguma menininha iludida? Que merda.

- Casamento? - meu tom é de ironia.- Eu só queria que você fosse descente e conversasse sobre o que aconteceu, mas se você quer brincar de Vegas, tudo bem. - me aproximei e sussurrei em seu ouvido - E se algum dia a ideia de casar passasse pela minha cabeça, você não seria um dos pretendentes.

Começo a correr novamente como se nada tivesse acontecido e em poucos minutos estou em casa.

Ele quer brincar? Então vamos brincar.

Diamante irresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora