Lady Blanche ficou tão interessada em Emily que, ao ouvir que ela iria morar no convento vizinho, pediu ao conde que a convidasse para estender sua estadia no castelo. "E você sabe, meu querido senhor", acrescentou Blanche, "o quão feliz eu ficarei com uma companheira, pois atualmente eu não tenho uma amiga com quem caminhar ou ler, já que Mademoiselle Bearn só é amiga de minha mama".
O conde sorriu para a simplicidade juvenil com a qual sua filha cedia às primeiras impressões; e embora tivesse escolhido alertá-la sobre o perigo destas, silenciosamente, aplaudiu a benevolência que poderia se espandir tão prontamente na confiança em uma estranha. Ele havia observado Emily com atenção na noite anterior e ficou tão satisfeito com ela quanto era possível que ficasse com qualquer pessoa que conhecesse em tão pouco tempo. A menção dela, feita pelo Monsieur Du Pont, também havia dado a ele uma impressão favorável de Emily; mas, sendo extremamente cuidadoso para com aqueles que ele introduzia a intimidade de sua filha, decidiu, ao ouvir que a primeira não era uma estranha no convento de Santa Clara, visitar a madre abadessa e, se o relato dela correspondesse com o desejo dele, convidar Emily para passar algum tempo no castelo. Neste assunto, foi influenciado pela consideração do bem-estar de Lady Blanche, mais ainda do que por um desejo de satisfazê-la ou de ficar amigo da órfã Emily, por quem, contudo, ele se sentia consideravelmente interessado.
Na manhã seguinte, Emily estava exausta demais para aparecer; mas Monsieur Du Pont estava na mesa de café da manhã, quando o conde entrou na sala, quem o pressionou, como seu conhecido de tempos atrás e filho de um amigo muito antigo, para prolongar sua estadia no castelo; um convite que Du Pont aceitou de bom grado, já que isso lhe permitiria ficar perto de Emily; e, embora ele não estivesse conscientemente encorajando uma esperança de que algum dia ela retribuiria sua afeição, não tinha fortaleza o suficiente para tentar superá-la no momento presente.
Quando estava um pouco recuperada, Emily passeou com sua nova amiga pelas terras que pertenciam ao castelo, tão encantada com as vistas ao seu redor quanto Blanche, na benevolência de seu coração, havia desejado; de lá ela viu as torres do mosteiro além da floresta e comentou que era para este convento que ela pretendia ir.
"Ah!", disse Blanche com surpresa. "Eu acabei de sair de um convento e você quer entrar em um? Se você soubesse qual prazer eu sinto em passear por aqui, em liberdade, e em ver o céu, os campos e a floresta me rodeando, eu acho que você não o faria." Sorrindo com o carinho com o qual Lady Blanche falava, Emily observou que não pretendia se confinar em um convento para o resto da vida.
"Não, você pode não pretender isso agora", disse Blanche; "mas você não sabe ao que as freiras podem te persuadir a consentir; eu sei o quão bondosas e o quão felizes elas parecerão ser, pois eu já vi os artifícios delas demais".
Quando voltaram para o castelo, Lady Blanche conduziu Emily até a sua torre preferida e de lá elas perambularam através dos quartos antigos, que Blanche tinha visitado antes. Emily ficou entretida ao ver a estrutura desses aposentos e a moda da mobília antiga, porém ainda magnífica, e ao compará-las com aquelas do castelo de Udolpho, que eram ainda mais antiquadas e grotescas. Ela também ficou interessada em Dorothee, a governanta que as acompanhava, cuja aparência era quase tão antiga quanto à dos objetos ao redor dela e quem não parecia menos interessada em Emily, em quem ela frequentemente fixava o olhar com uma atenção tão profunda a ponto de mal ouvir o que era dito a ela.
Quando Emily olhou por uma das janelas, viu com surpresa algumas coisas que eram familiares à sua memória: os campos e a floresta com o riacho brilhante, pelo qual ela havia passado com La Voisin uma noite em seu caminho do mosteiro para o seu chalé; e ela descobriu que este era o castelo que ele havia evitado na época e sobre o qual havia dado algumas pistas extraordinárias.