Na noite seguinte, a visão das torres do convento se erguendo em meio à floresta nas sombras, lembrou Emily da freira, cuja situação a havia comovido tanto. Ansiosa para saber como ela estava, assim como para ver algumas de suas amigas antigas, ela e Lady Blanche estenderam sua caminhada até o mosteiro. No portão estava uma carruagem que, dado o calor dos cavalos, parecia ter acabado de chegar; mas uma quietude incomum permeava o pátio e os claustros, através dos quais Emily e Blanche passaram em seu caminho até o salão principal, onde uma freira, que estava o atravessando em direção à escada, respondeu às perguntas da primeira dizendo que Agnes ainda estava viva e consciente, mas que pensava que ela não sobreviveria à noite. Na sala de estar, elas encontraram várias das internas, que ficaram jubilosas ao verem Emily, e lhe contaram muitas circunstâncias que haviam acontecido no convento desde a sua partida, e que só eram interessantes para ela porque eram relacionadas a pessoas em quem ela pensava com afeição. Enquanto elas conversavam assim, a madre abadessa entrou na sala e expressou muita satisfação ao ver Emily, mas seu comportamento estava incomumente solene e seu rosto abatido. "Nossa casa", disse ela, depois que as primeiras saudações terminaram, "é realmente uma casa de luto... uma filha está pagando o débito da natureza agora. Talvez você tenha ouvido que nossa filha Agnes está morrendo?"
Emily expressou sua preocupação sincera.
"A morte dela apresenta uma lição importante e terrível para nós", continuou a madre abadessa; "que ela nos ensine a nos preparar para a mudança que espera a todos nós! Vocês são jovens e ainda têm o poder de garantir a 'paz que passa por todo discernimento' – a paz da consciência. Preserve-a em sua juventude para que ela possa lhe confortar na velhice; pois ah, em vão e imperfeitas são as boas ações de nossos últimos anos, se aquelas de nossa vida jovem tiverem sido más!"
Emily teria dito que esperava que boas ações nunca fossem em vão; mas ela considerou que era a madre abadessa quem havia falado e permaneceu em silêncio.
"Os últimos dias de Agnes", continuou a abadessa, "têm sido exemplares; quisera que eles expiassem os erros de seus dias passados! Ah, os sofrimentos dela agora são grandes; vamos crer que eles lhe trarão a paz futuramente! Eu a deixei com seu confessor e um cavalheiro, que ela esteve ansiosa para ver por muito tempo e que acabou de chegar de Paris. Eu espero que eles consigam administrar o repouso do qual a mente dela tem sentido falta até então".
Emily se juntou ao pedido fervorosamente.
"Durante sua doença ela falou o seu nome algumas vezes", continuou a madre abadessa; "talvez ver você lhe traria conforto; quando os seus visitantes atuais a deixarem nós iremos até o quarto dela, se a cena não for triste demais para o seu espírito. Mas, de fato, independente do quão dolorosas sejam, a tais cenas nós devemos nos acostumar, pois elas são benéficas para a alma e nos preparam para o que nós mesmas sofreremos".
Emily ficou grave e pensativa, pois esta conversa trouxe à sua memória os momentos da morte de seu querido pai, e ela quis chorar mais uma vez sobre o local onde os restos mortais dele estavam enterrados. Durante o silêncio que se seguiu ao discurso da abadessa, muitas circunstâncias específicas sobre as últimas horas dele ocorreram a ela: a sua emoção ao perceber que estava na vizinhança de Chateau-le-Blanc; seu pedido para ser enterrado num local em particular da igreja deste mosteiro; e a ordem solene que ele deu a ela de destruir certos papéis sem examiná-los. Ela também se lembrou das palavras misteriosas e horríveis naqueles manuscritos, sobre os quais o seu olhar havia passado involuntariamente; e apesar de que agora, e de fato sempre que ela se lembrava dele, elas reviviam um excesso de curiosidade doloroso sobre o significado completo delas e o motivo para a ordem de seu pai, foi o principal consolo dela ter obedecido ele estritamente nesse particular.
Pouco mais foi dito pela abadessa, que parecia estar comovida demais pelo assunto que eles haviam terminado para estar disposta a conversar, e suas companheiras haviam ficado caladas por algum tempo pela mesma causa, quando esse devaneio geral foi interrompido pela entrada de um estranho, Monsieur Bonnac, que acabara de sair do quarto de irmã Agnes. Ele parecia muito perturbado, mas Emily pensou que o seu rosto tinha mais da expressão de horror do que da de tristeza. Tendo levado a madre abadessa para uma parte distante da sala, ele conversou com ela por algum tempo, durante o qual ela parecia escutar com atenção sincera e ele parecia falar com cautela e um grau de interesse acima do comum. Quando havia concluído, ele fez uma reverência silenciosa para o resto do grupo e saiu da sala. Logo em seguida, a abadessa propôs ir até o quarto de irmã Agnes, ao que Emily consentiu, embora não sem alguma relutância, e Lady Blanche permaneceu no andar de baixo com as internas.