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Estella✨

Tinha acabado de chegar em casa, eu estava decidida colocar um ponto final em tudo isso. Comecei a arrumar minhas coisas para ir embora, não tinha muita opção de lugares para ir, mais tinha um que certeza que iria me acolher minha prima, debaixo da ponte eu não ficaria e se ficasse não iria ser tão ruim quanto aqui.

Você deve estar se perguntando a mais e seus amigos ? Simples depois que aconteceu o desastre meu pai mudou muito, ele nunca foi carinhaso mais não era essa pessoa que é hoje. Eramos meu pai, minha mãe e minha prima. Eu tinha amigos de escola e dos meus rolês depois que entrei na adolescência, mas depois meu pai surtou. Começou a chegar todos os dias bêbado em casa e agressivo, nos tinhamos uma vida boa, por ele ganhar bem no trabalho. Mas foi passando os dias, aparecia bêbado em todos os lugares inclusive no trabalho, mais o fiasco foi quando ele se envolveu em uma briga e bateu em uma mulher, depis disso obviamente ele foi mandado embora. Minha prima quando completou os 18 anos saiu de casa, decidiu que queria viver sua vida, eu fiquei imensamente feliz por ela, agora iria trilhar seu próprio caminho, ela não sabia o que acontecia comigo, pois quando eu mencionei que meu pai surtou foi o seguinte, ele não queria que eu saisse com ninguém,nem tivesse amiazades nem nada, me ameaçava se eu contasse para alguém e quebrou meu celular. Ele so aceitou que eu trabalhasse para termos dinheiro para ele bancar os vicios dele, essa casa foi comprada com o dinheiro dele e da minha mãe, quando éramos uma familiar feliz, era um lar, agora esse lugar é só um imóvel que está sendo espaço para um show de horrores.

Afastei meus pensamentos quando ouvi ele chegar,a porta reagia por falta de óleo, estava quase caindo, até tentei arrumar, mas acho que não foi lá essas coisas, estava terminando de arrumar minhas coisas quando ele entrou no quarto o cheiro de bebida invadiu o quarto todo, não me chamou atenção, mas ele entrar assim na meu quarto, foi burrice minha ter esquecido completamente de trancar a porta, meu corpo não estava preparado para apanhar novamente, eu mal conseguia caminhar, os antibióticos pararam um pouco a dor, mas eu sabia que outra surra seria demais para mim.

—O que tu ta fazendo, cadê a porra da comida menina?— disse gritando com a voz disturbiada sua voz era  ríspida, e era perceptível que não havia ingerido apenas bebida.

—Eu não fiz ! — tentava ser decidida, mas minha voz saiu falha, tremi e finalmente disse —E eu vou embora pai— minhas mãos tremeram quando as palavras saíram— não aguento mais essa situação— prendi o choro que queria vir.

—Ta maluca sua vagabunda— gritou com seu bafo de bebida— você so sai daqui morta
— avançou —sou teu pai e vai ficar comigo, vadia, eu te criei, putinha safada—

—Ja faz tempo que eu sou maior de idade e posso me virar sozinha— voltei a ter cinco anos.

No momento seguinte sua mão veio de encontro ao meu rosto e pude sentir a pele do meu rosto esquentar, outro tapa de vários que já levei, mas hoje eu espero que seja um dos últimos, dei alguns passo para trás e coloquei a palma da mão no local, a pele pinicava , a dormência estava indo embora, dando lugar a uma ardência desconfortável, você apanha, mas seu corpo nunca acostuma com os socos que é desferido a seu corpo frágil.

—EU TÔ AVISANDO TU SO SAI DAQUI MORTA— gritou comigo e segurou na parede para não cair.

Olhei no fundo dos seus olhos e não conseguia ver nada, onde estava o pai que tanto me amou um dia ? ele era distante mas sempre deixava claro o quanto me amava, o quanto eu e minha prima éramos suas princesas, onde está o homem trabalhador, que fazia horas extras de trabalho para proporcionar as melhores coisas a sua família, onde esse homem foi parar ? Ao consigo ver um corpo em minha frente, um corpo de alguém desagradável, completamente louco, um viciado desgraçado.

Ele se moveu em minha direção, sua mão foi para cima e veio encontrar meu rosto, meu rosto que ainda estava ardendo do tapa que tinha sido desferido a mim segundos antes, logo começou a sequências de socos por todo meu corpo, eu estava em pé, mas com a brutalidade acabei caindo no chão em algum momento , eu ja estava toda dolorida da surra de ontém, então não tinha forças para me defender, não adiantava eu fazer qualquer forças para sair daqui, eu não conseguia, tudo em mim doía, principalmente agora com mais esses socos, o que eu podia fazer ? Só sobrou esperar ele parar. Ele levantou então eu quase fiquei feliz, talvez fosse o momento que ele iria parar, mas então ele me chutou com a maior força,um, dois, três perdi a conta, não consigo mas contar, só estou tentando não desmaiar, de repente respirar se tornou tão difícil, não desmair, isso não pode acontecer.

Então ele começou a me enforcar, arregalei os olhos e me desesperei completamente, isso era novo, isso não tinha acontecido comigo, ele não tinha tentado me asfixiar, ele me batia?sim, ele me chutava? Sim, ele me dava socos ? Me dava tapas ? Sim, sim, me enforca ? NÃO, NÃO, NÃO.

Eu não quero morrer, eu preciso respirar, eu preciso viver, eu quero ar, me deixar respirar, meus olhos lagrimejaram e estava sentido me perder, eu iria me perder, tudo estava virando escuridão, o tudo estava virando nada.

Não, não,não. NÃO.

—Pai...por...favor...para não...tô respirando—
Minha voz saiu falha, quase inaudível

—Quer me deixa sua vagubunda então vai pro inferno— disse cuspindo as palavras com o maior ódio.

Eu não iria aguentar, meu corpo já estava dando espasmos e eu sabia exatamente o que iria vir depois, ele apertava meu pescoço com raiva, ódio, era notória que seu intuito não era me fazer desmaiar, era me levar para cova.

Tirei forças de algum lugar, talvez foi o medo, o medo me deu adrenalina o suficiente para empurra-lo , ele caiu do meu lado e eu levantei rapido e fui em direção a minha bolsa, peguei tão rápido que quando vi já estava correndo, minha respiração totalmente acelerada, toda suada e com o pescoço dilacerado assim como meu coração. Parei quando vi que ele trancou a porta, meu mundo parou, engoli seco, merda.

—Não, meu Deus, cadê essa chave?

Comecei a procurar a maldita chave e quando me virei vi meu pai claramente com uma faca uma faca, repito, uma faca, se aproximado de mim.
Ele já estava próximo o suficiente e foi quando tomei a decisão de  chuta-lo, inteligência ou burrice lá fui eu, no mesma instante pude sentir o utensílio entrando em minha pele, com a maior brutalidade, olhei em direção e pude ver o sangue começando a escorrer e a faca enfiada no local.

Comecei a gritar pedindo ajuda eu estava desesperada, tinha apanhado dois dias seguidos e agora estava esfaqueado, mas eu estava na porta de casa, na maldita porta que estava trancada. Algum vizinho tinha que ouvir, aquelas velhas fofoqueiras la da calçada nessa horas seria de grande ajuda, essas malditas tem que servir para alguma coisa.

—Eu ja te falei Estella, tu sa sai daqui morta!— seus olhos estavam vermelhos, ele estava fora de si, nunca tinha visto daquele jeito. Ele me puxou para mais perdi me afastando da porta— Tu só sai daqui morta—

Quando eu ia responder a porta foi aberta em um estrondo, polícias fardados e com armas entraram cercando o local, no exato momento em que meu pai levantou a faca outra vez, algo me diz que essa seria certeira, talvez no coração ou no pescoço.

Depois disso tudo se transformou em borrões diante de meus olhos, foi tudo escurecendo, meu corpo se chocou com o chão, de repente era tudo escuro, tudo virou escuro, o tudo virou nada, droga não era para eu vou desmaiar.

Mais um capítulo, espere que goste.
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