Sinopse:
Annie não sabia como era o mundo antes, não sabia a sensação do frio, da água gelada do mar batendo em seus pés nem da sensação de ver um horizonte verde brilhante e vivo. O calor, o deserto e o Fulgor eram tudo o que ela conhecia.
Ó...
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Durante a noite, Annie estava sentada em sua cama rabiscando em seu caderno quando batidas soaram da porta, ela suspirou e permitiu que entrasse. Assim que disse, a porta se abriu e os olhos negros de Mattie encontraram com os seus e o rapaz sorriu aliviado.
— Estava rezando que estivesse aqui. – ele revelou entrando e fechando a porta – Triz não me soltou um segundo.
— Sinto pena por você. – suspirou voltando a atenção ao desenho. O rapaz a encarou preocupada e então se jogou na cama ao lado da garota.
— Tá tudo bem com você?
— Tá, sim. E você? Como se sente depois de toda aquela invasão cometida por Triz?
— Agora? Me sinto aliviado por ter me livrado. – ele riu – Mas eu te conheço bem o suficiente para saber que não está bem, bolinho. – ele costumava usar aquele apelido quando estava a sós. – Vai me contar o que aconteceu?
— Bem… – ela suspirou fechando o caderno e se deitando ao lado do amigo – Estou presa aqui, sou babá daquele menino novo e ontem rolou aquela… festa idiota. Eu só queria sair, ficar longe daqui, matar uns babacas e uns infectados.
— Soube que Law só te permite sair daqui com ele agora. – franziu o cenho.
— É exatamente isso. O que eu não entendo, tipo, qual a lógica? Quer dizer que se eu salvar um garoto imune eu me torno babá dele? E se eu sair em uma missão com ele e morrermos? Nós somos os únicos imunes aqui e sem a merda do líquido azul, então o fulgor irá se alastrar em poucas horas em Lawrence e ele irá virar! – exclamava exaltada enquanto gesticulava para o ar.
— É, não tem sentido. O fulgor já deve ter comido alguma parte do cérebro que de senso. – ele riu.
— Fora que eu tenho que treinar aquele merdinha.
— Não parece tão ruim assim. – avaliou – Você treinou muitas pessoas e elas se tornaram excelentes soldados.
— Você treinar uma pessoa que nasceu e sobreviveu nesse mundo é uma coisa, mas treinar uma cobaia que nem sequer se lembra de nada? Porra!
— Como assim ele não se lembra?
— Ele só tem uns dois ou três anos de memórias, o CRUEL apagou as memórias dele e jogou ele e outros meninos em um jogo doentio.
— Que jogo?
— Parece que eles jogavam esses garotos imunes em uma espécie de clareira, esse era o nome dado pelos garotos, só que o CRUEL tirava a memória deles antes de colocá-los ali. Então eles tinham que sobreviver naquele ambiente hostil só lembrando do nome deles, então mensalmente uma caixa, algo assim, enviava um novo garoto sem memórias e suprimentos para eles
— Não parece tão ruim. – comentou enquanto colocava as mãos abaixo da cabeça e fechava os olhos – Se fôssemos você e eu, com certeza estaríamos dominando aquele lugar. Mesmo sem as lembranças.
— Se fosse só isso, sim. Só que, segundo o merdinha, tinha uma espécie de labirinto gigantesco que envolvia a clareira e eles precisavam achar a saída, só que toda noite o labirinto fechava as portas trancando eles naquela clareira e mudava a posição dos corredores. E tinha uma espécie de monstro lá dentro, algo chamado verdugo ou algo assim, que matavam os meninos. – ele soltou um riso alto pegando-a de surpresa, o que a fez encará-lo confusa.
— E você acredita nele?
— Não. – suspirou revelando – Mas é o CRUEL, não é? Se eles podem construir um muro gigante dividindo eles de nós, então podem fazer isso.
— Não acho que seja verdade. – deu de ombros – Estava pensando nisso na viagem, sabe? Ele matou aquele gordinho e levou uma lança no peito, será se foi mesmo boa ideia salvá-lo? Sei que você pode se defender, mas ainda assim… tome cuidado com ele.
— Eu nunca abaixo minha guarda para ninguém. – sorriu de lado – Injusto isso! Você está saindo em missão e eu cuidando de um bebê que não sabe nada sobre o mundo! E onde vocês foram?
— Que tal eu te mostrar? – ele a encarou, os olhos animados e um sorriso enorme em lábios. Annie sabia o que aquilo significava: quebrariam as regras. De novo.