𝐕𝐈𝐈: 𝐒𝐞𝐥𝐯𝐚𝐠𝐞𝐫𝐢𝐚ʳ

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*Nota da autora*O arco 1 já tá no final, logo virá o segundo(ainda nem comecei a escrever ERRIESSI) em que Annie e Gally terão mais interações heheSó tô um pouco indecisa se lanço tudo lentamente (vai até o cap10) ou lanço tudo de uma vez AAAA

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*Nota da autora*
O arco 1 já tá no final, logo virá o segundo(ainda nem comecei a escrever ERRIESSI) em que Annie e Gally terão mais interações hehe
Só tô um pouco indecisa se lanço tudo lentamente (vai até o cap10) ou lanço tudo de uma vez AAAA

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— Quer dizer que vocês eram postos mensalmente em uma clareira em volta de um labirinto recheado de verdugos, embora eu não saiba o que é isso, e esse labirinto se fechava e mudava a posição toda noite. Pra piorar vocês foram colocados sem lembranças nenhuma? Só com seus nomes? – ela perguntou tentando traçar uma linha de acontecimentos que fosse compreensível – Daí entrou alguém e conseguiu desvendar o código e vocês saíram. É isso?

 — Em resumo, é isso sim.

 — Okay, agora eu estou um pouco envergonhada de ter surtado por você não saber dessas merdas. – ela suspirou enquanto cruzava os braços. – Mas ainda assim é frustrante pra caralho, você não tem ideia.

 — Nem me fale. – murmurou – Mas o que são esses Crancks?

 — Voce recebeu alta hoje, cara. Em três dias você sairá daqui e então eu irei te explicar tudo. O que aconteceu com o mundo, o que fazemos e como sobrevivemos.

 — Eu sei que… – ele espremeu os lábios desviando olhar, mas logo voltou a encará-la – O sol queimou o mundo, não é? E eles colocaram a gente no labirinto por alguma razão. A picada do verdugo me trouxe umas poucas lembranças de volta. Mas o que aconteceu?

 — Já disse que vou explicar tudo em três dias.

 — Mas eu recebi alta há três dias atrás!

 — Eu vou fingir que não ouvi isso. Seu machucado está doendo? A queda foi feia.

 — Não. Vai chamar Ágata?

 — Não sei nem onde ela está. De certo deve estar praticando atos libidinosos com um ou dois caras e eu não tô nem um pouco afim de me traumatizar, de novo. Por quê? Quer que eu a chame?

 — Não. – ele cerrou o cenho e então balançou a cabeça para os lados tentando tirar a imagem da cabeça, o que fez Annie rir.

 — Não seja tão ingênuo. Só um alerta: você ficou anos na companhia de homens e sem nenhuma companhia feminina, há muitas garotas e mulheres por aqui, mas tenha cuidado com elas e com o que vão fazer. – ela sorriu de lado quando notou uma pequena surpresa nos olhos do garoto – Mas, Gally… – ela se aproximou de uma mesa sentando-se – Aquele garoto gordinho… quem era? – a expressão dele se fechou de repente e um semblante triste invadiu sua face, Annie entendeu na mesma hora – Tudo bem não querer contar.

 — Eu ainda… não me sinto bem com isso.

 — De boa, sem pressão, cara.

 — Obrigado. – ele murmurou. 

 — Se você está bem, então levarei você até seu quarto. Já recebeu um, não é? – ele concordou enquanto ela descia da mesa – Ótimo. Vamos? – ele se levantou e passou a segui-la – Se você sentir alguma dor ou desconforto, pode me chamar. Basta perguntar para um desses babacas onde fica meu dormitório, eles saberão se não estiverem alcoolizados o suficiente. Ágata ficará indisponível por um ou dois dias, ela acaba se soltando demais quando ocorre essas festanças.

 — Vocês moram aqui há muito tempo? – perguntou enquanto enfiava as mãos no bolso, assim que saíram puderam sentir o ar fresco de fora.

 — Eu estou aqui desde meus dez anos. Vivi boa parte da minha vida aqui. 

 — Quantos anos tem agora?

 — Quantos anos você tem agora? – rebateu o encarando por cima do ombro – De qualquer forma, logo explicarei tudo o que fazemos aqui e espero que você não surte. Não aceitamos covardes aqui, Gally. – o rapaz apenas concordou.

      Após acompanhá-lo até seu dormitório, Annie voltou para a festa e ficou andando pelas ruas vendo as pessoas conversarem animadas. Umas caídas ao chão dormindo profundamente, outras alcoolizadas em disputas sérias onde os participantes estavam cheios de hematomas e cortes pelo corpo. Suspirou vendo aquilo tudo, então viu uma cena incomoda ao virar a rua: dois homens velhos com sorrisos maliciosos cantando uma garota de cabelos loiros. Ela parecia gostar daquela situação, principalmente quando um deles deslizou a mão por seu corpo e apalpou sua nádega.

      Annie não esperou nenhum segundo, aproximou-se a passos rápidos e puxou a garota dali pelo pulso que proferiu um insulto alto enquanto tentava se soltar. Annie ignorou, continuou puxando-a até a área afastada dos dormitórios e abriu uma porta onde a empurrou lá dentro.

 — Que porra é essa? – gritou ela de maneira embolada.

 — Só um conselho – Annie disse sem alterar a voz, mantendo-a neutra – você vai deitar nessa cama, vai dormir e só vai sair desse quarto amanhã. Se eu ver você sair ou se eu ver alguém desse lugar que não seja você entrar nesse quarto, então eu juro que você vai se arrepender.

 — Que saco. – murmurou e então bateu a porta com força

      Após aquilo, Annie voltou para a festa, resolveu tudo o que tinha que resolver e voltou para seu dormitório. Sem Mattie naquele lugar, então a festa e qualquer outra coisa seria extremamente insuportável. Assim que abriu sua porta, deu de cara com a pior cena que poderia naquele momento.

 — Ágata. — ela murmurou após um suspiro cansado – Dois? É sério isso? Você tem seu quarto, caralho. Só deixa tudo limpo amanhã.

       Cansada, a jovem se arrastou até o quarto de Mattie, por sorte tinha a chave e ele estava fora em missão. Arrastou-se até a cama, jogando-se de bruços e agarrando o travesseiro. O cansaço não era só físico, mas mental e estar naquele lugar gastava quase toda sua energia. Passar dias ali era como assinar a perda de sua sanidade.

      Não gostava daquele lugar e daquelas pessoas por inúmeras razões, uma delas ficou explícita naquela noite: selvageria. Não só no quesito brigas, odiava aquelas brigas nos cantos, mas também por todos ali não se importarem com nada nem ninguém e só prezar pelos prazeres carnais e momentâneos. Era um meio de pensar óbvio em vista da falta de esperança de suas vidas ali, Annie e Gally eram os únicos imunes, então querendo ou não todos iriam sucumbir ao fulgor. Mas isso não diminuía a raiva que sentia pelas brigas e pelos atos sexuais em qualquer canto escuro. Somente Lawrence e Mattie eram os únicos ali que ela gostava.

       Respirou fundo tentando tirar da mente aquelas questões e a imagem de Gally brotou em sua mente, também não gostava dele e nem sequer confiava nele, mesmo que ele não aparenta ser um risco a segurança daquele lugar e nem deveria saber se defender. Pensou um pouco na reação dele após acordar, o desejo por morrer e o desconforto quando o assunto daquele menino morto é mencionado. Ele tinha feito algo ruim, Annie tinha certeza, mas estavam nas mãos do CRUEL, então o que seria?

      Não iria pressionar o garoto para falar, não gostava da idéia de interrogar, mas sentia que iria saber uma hora ou outra o que havia acontecido ali. Enquanto esse dia não chegava, se manteria afastada apenas aguardando o dia certo para sair, sabia que deveria se dar bem com ele já que ele estaria em sua equipe mais cedo ou mais tarde.

       Suspirou tentando tirar aquelas coisas da mente e virou de lado ainda agarrada a um dos travesseiros de Mattie, não demorou muito para apagar.

INFECTED (Gally Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora