𝐕𝐈𝐈𝐈: 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚ʳ

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      O dia seguinte seguiu normal, mais lento que deveria e o desjejum rolou mais tarde, o que a irritou

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      O dia seguinte seguiu normal, mais lento que deveria e o desjejum rolou mais tarde, o que a irritou. As pessoas andavam para lá e para cá como zumbis, gemendo de dor e desconforto pela clara ressaca da noite anterior. Algumas pessoas tinham odor forte de suor e vômito, algo que fez a garota quase regurgitar. Ficou escondida em seu terraço favorito encarando o portão de entrada, esperava ansiosa pela chegada de Matie e os outros.

      Iria tirar a verdade de seu melhor amigo uma hora ou outra, mesmo que Lawrence tenha proibido a informação até estar pronta, mas seu controle sobre o melhor amigo era maior que a ordem. Então o aguardou.

 — Ana. – a voz fraca e com toque envergonhado de Ágata soou atrás dela, Annie se virou para ela a vendo com os cabelos cacheados presos em um coque e um copo com algum líquido em mãos. Pediu mentalmente que não fosse álcool. 

 — Limpou meu quarto? – questionou de maneira rude enquanto se virava para ver as pessoas zumbis.

 — Já, já limpei sim. Tá tudo limpo. – ela sorriu enquanto se aproximava e sentava ao lado da jovem – Desculpa por isso, sei como isso te incomoda. 

 — Tá tranquilo. – deu de ombros enquanto tirava um cigarro do bolso da jaqueta, ofereceu a médica, mas ela recusou – Todo mundo fica muito alterado quando tá bêbado. Se não é uma orgia selvagem no quarto dos outros, então é uma puta briga a cada dez metros de distância. Odeio isso. – murmurou soltando a fumaça do cigarro.

 — É, eu sei. Mas e como você tá?

 — Melhor do que esses babacas, com certeza. – apontou com o queixo para as pessoas na rua que andavam de um lado para o outro – Mas eu conversei com seu paciente.

 — Gally? – a encarou um pouco surpresa.

 — É, esse mesmo. Soube que ele teve alta antes do prazo previsto, bem interessante isso. 

 — Você vai começar a treiná-lo? – perguntou, a voz não passando de um sussurro preocupado.

 — Nah, não mesmo. – levou o cigarro até a boca, sugou a fumaça e então soltou com os olhos fixos no horizonte destruído – Pelo menos eu, Doutora Ágata, sou uma pessoa de palavra. Dei o prazo de dez dias, então serão dez dias e ele ainda tem dois dias do prazo.

 — É, tá certo. – murmurou levando os olhos até às mãos, os polegares deslizando pelas bordas da caneca.

 — Ele te contou que entrou em uma briga? – a garota a encarou de canto com um sorriso em lábios.

 — Ele, o quê? – seu tom se elevou de surpresa e raiva.

 — Não foi preocupante. Só levou um soco e caiu, nada além. Tive que intervir. Não sei se o merdinha é burro ou corajoso, estou tentando decidir ainda.

 — Algum problema com a ferida dele?

 — Segundo ele, – jogou as cinzas no chão – não. Nem dor. – Um grito no portão chamou a atenção das duas, uma mulher baixinha segurando uma arma grande demais para suas mãos correu até o portão e o abriu, puxando-o com dificuldade. Dois carros entraram. – Eles chegaram. – Annie sorriu de lado e jogou o cigarro no chão pisando para apagar as brasas.

      A garota desceu correndo as escadas quase que esbarrando em todo mundo a frente, quando chegou no pátio de entrada mal esperou Matie sair do carro e se jogou em seus braços. Seus braços envolveram o pescoço do garoto, ele envolveu os seus na cintura da garota e a grande diferença de altura o fez levantá-la no ar. 

      Um riso divertido saiu de seus lábios, o cenho levemente cerrado em confusão pela demonstração de carinho por parte da garota.

 — Você tá legal? – perguntou com a garota ainda em seus braços.

 — Se me deixar sozinha aqui e sair em uma merda de missão super foda, eu te esgano quando voltar. – sussurrou em tom ameaçador com os lábios colados em sua orelha – Você não ganhou uma amiga nem uma irmã, você ganhou uma sombra irritante. Então se eu tiver que passar outra noite de festa sozinha no seu quarto porque estão usando o meu, então eu te esgano.

 — Oh. – foi a única coisa que ele disse quando a colocou no chão – Foi mal. A missão foi de última hora.

 — Tranquilo. – deu de ombros enquanto juntava as mãos atrás da cintura e esboçava um sorriso – Mas e aí, o que vocês foram fazer?

 — Eu te conto mais tarde, nós temos que…

 — Matheus! – uma garota exclamou alto chamando a atenção dos dois, rapidamente ela surgiu e se atirou nos braços do garoto. Era a mesma que Annie levou até o quarto ontem, essa nem mesmo a encarou. – Que saudade de você.

 — Ah, oi Bea. – ele disse sem jeito a abraçando rápido – Você bebeu?

 — Um pouquinho. – sorriu gesticulando com uma das mãos – Mas como você está? Faz tanto tempo que a gente não conversa nem passa uma noite juntos.

 — Pois é, mas agora eu preciso ir até…

 — Eu vou com você. – sorriu enquanto envolvia a cintura do garoto e o puxava para andar – Quero muito conversar com você.

 — Ah, Annie… – Mattie tentou chamá-la, mas Bea a empurrou para sair do caminho e os dois passaram a andar. Ele se virou para ela, mas Annie apenas rolou os olhos e bufou.

 — Sua irmã estava bebendo, garota? – uma voz grossa e um pouco irritante disse atrás dela, ao virar-se, deu de cara com um homem extremamente alto e corpulento. – Não deixe-a beber, o pessoal trouxe gente nova e eles não sabem muito as regras daqui. 

 — Não posso impedir, Fred. – ela suspirou desanimada – Quer dizer, impedir eles eu posso, mas não posso impedir as ações dela. Chegará uma hora que eu não poderei protegê-la.

      Ele apenas suspirou e deu de ombros, ele se despediu e saiu dali sendo seguido pelo grupo que estava no carro. Dois homens correram até o carro, adentraram o banco do motorista e deram partida tirando os automóveis dali. Annie permaneceu no mesmo lugar encarando o chão, mas quando voltou a si notou que um par de olhos verdes a encarava. Gally estava com as mãos no bolso, um rapaz com metade da sua idade dizia algo para ele, mas os olhos do jovem estavam na menina. Ela o encarou, no mesmo instante bufou e se virou saindo dali.

INFECTED (Gally Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora