𝐗𝐈𝐈: 𝐓𝐫𝐚𝐭𝐨 𝐅𝐞𝐢𝐭𝐨ʳ*

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Annie estacionou o carro em um ponto escondido da cidade destruída, podiam ouvir gritos e barulhos vindos da zona central e aquilo fazia os pêlos de Gally eriçarem. O homem olhava para todas as direções quando saiu do carro, Annie contornou o carro e abriu a porta de carona na frente do mesmo. Ele se aproximou curioso enquanto enfiava as mãos no bolso.

- Seguinte, merdinha. - ela puxou um revólver e o colocou na cintura, escondido por suas roupas - Aqui a barra é bem pesada, então fica colado em mim, obedeça a todas as minhas ordens e a mais importante - ela se virou para ele com semblante extremamente sério, ele engoliu em seco um pouco tenso com aquela situação - Nunca responda ninguém daqui e nem olhe nos olhos.

- Mas... por quê? - sua voz ficou trêmula.

- Essa cidade - voltou a atenção ao banco traseiro do carro enquanto explicava - é um dos pontos de encontro de muitas pessoas ruins.

- Ruins, quanto?

- Muito ruins. Aqui é onde estão concentrados saqueadores, estupradores, assassinos de aluguel, pessoas com os primeiros estágios do Fulgor e tudo de ruim que você possa imaginar. Te matam só por olhar torto para eles.

- E por que estamos aqui? - perguntou alterado.

- Vai entender. - ela deu de ombros puxando uma bolsa em uma das mãos e uma faca na outra. Ao passar os braços pela alça, a mulher escondeu a faca na bota e então o encarou - Você precisa entender o que vai enfrentar daqui para frente, precisa saber e aprender e não temos tempo suficiente. Você é como um bebê nesse mundo de merda e eu tenho que te ensinar a andar.

Gally suspirou, as sobrancelhas quase se tocando do tanto que franzia o cenho. E então, com um ato de coragem misturado a raiva, disse:*

- Eu não preciso da sua ajuda.

- Oh. - ela riu erguendo as sobrancelhas - Claro, então duvido você passar uma noite nessa cidade.

- Eu passo!

- Ah, é? - ela estreitou os olhos com um sorriso divertido - Eu quero ver, aposto que não passa nem duas horas ali sem ser agredido e quase morto. - ele ergueu as sobrancelhas enquanto cruzava os braços.

- Aposto um dia. - ele cruzou os braços com uma expressão convencida - Caso eu ganhe, então não quero ninguém me dizendo o que fazer, okay? Não quero você e nem ninguém daquele lugar me incomodando.

- Okay, merdinha. - ela ergueu as mãos em rendição ainda sorrindo divertida.

- E pare de me chamar disso, sua mértila.

- Okay. - ela estendeu a mão para que ele a apertasse e assim o fez - Trato feito.

- Feito. - antes que ele afastasse a mão, Annie o segurou com força impedindo-o de se afastar e então o puxou - Que merda? - ele a encarou irritado, mas o sorriso dela tinha desaparecido. Seu olhar agora sem brilho o encarava friamente.

- Só mais um recado, merdinha. Se você for pego e estiver perto de morrer, eu juro que não vou te ajudar. Se você for pisoteado, espancado ou qualquer outra coisa, saiba que eu não ajudarei você. Eu te salvei uma vez, não pense que vou sair correndo atrás de você quando estiver em apuros. - ela o soltou e levou a mão até a cintura puxando sua arma e o entregando - Espero que saiba usar.*

Ela se virou, puxou a corrente do banco e fechou a porta com força enquanto se dirigia para fora dali e indo em direção a cidade destruída deixando o garoto ali. Ele ficou parado, a mão ainda no mesmo lugar sentindo o toque quente da garota em sua pele e a arma em outra, a observava se afastar a passos rápidos até desaparecer em uma das curvas. Agora Gally estava sozinho e se arrependeu amargamente disso.

INFECTED (Gally Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora