𝐗𝐕𝐈𝐈𝐈: 𝐄𝐬𝐜𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐢𝐣𝐨ʳ

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Nota:
Desde já peço perdão pela demora para postar esse capítulo. Espero que gostem. Boa leitura.

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      Annie subiu a mesa e ficou na ponta dos pés para conseguir abrir a pequena porta, puxou um cordão de seu pescoço onde havia uma chave e destrancou o cadeado que havia ali. Quando o tirou, o segurou com firmeza e então desceu pegando a lanterna de volta.

 — Vai você primeiro. – mandou – Abre, sobe e me puxa.

 — Por que você não faz isso? – ele perguntou enquanto subia.

 — Ah, por que será? – suspirou.

 — Ah é, você é baixa. – comentou enquanto empurrava a porta.

 — Uau, você é o próprio Sherlock Holmes. Agora sobe.

       Gally resmungou, mas um grito ao fundo do corredor a fez virar a lanterna e ver a forma humanóide correr em sua direção. Ela se virou para o garoto ordenando que subisse logo e ele se apressou. O cranck foi até ela, Annie já tinha a faca em mãos, mas quando se virou para ele novamente não imaginava que estava tão perto. As mãos purulentas do mesmo agarraram seu ombro jogando todo o seu peso sobre a menina, ela caiu sentindo o impacto de suas costas contra o chão áspero e todo o ar de seus pulmões sumiu. Gally a encarou assustado, mas em um grito ela ordenou que continuasse enquanto ela lidava com aquele infectado.

      A lanterna estava longe, mas virada para os dois os iluminando e Annie pode ter uma visão perfeita de sua face. Um buraco na bochecha direita, a ausência de um dos olhos e o buraco asqueroso de onde devia ser seu nariz. Sua cabeça estava cheia de feridas de modo que só houvesse alguns tufos de cabelo preto. O fel subiu para sua garganta novamente, mas lutou contra a ânsia e desespero e usou suas pernas para chutá-lo para longe. Por sorte seu chute foi suficiente para que ele a soltasse, ela se virou em direção a faca, mas os dedos dele estavam novamente segurando sua blusa com força e ela se via novamente lutando por liberdade. 

      Gritos vindos de fora aumentam o desespero da jovem que chutou o cranck novamente, ele se afastou e ao invés de buscar a faca, Annie se levantou. Em um movimento rápido chutou a cabeça do infectado e correu até a mesa, pegou a lanterna que estava no caminho e em um pulo estava lá em cima. Gally balançava as mãos para que ela pegasse, mas antes de fazê-lo o cranck já estava de pé. Em um movimento rápido e impensado, Annie sacou a arma e disparou dois tiros contra o mesmo que caiu com mais dois furos na cabeça. Um na testa rente onde devia ser o início do couro cabeludo e outro na bochecha esquerda. O silêncio após o eco desaparecer foi esmagador, Annie sabia que tinha feito merda e isso solidificou quando vários infectados no prédio, no corredor e próximo ao prédio gritaram. Ela guardou a arma, colocou a lanterna na boca e agarrou as mãos de Gally que a puxou com incrível facilidade. Fecharam a porta no instante em que vários infectados adentraram a sala.

       Durou cerca de duas horas, duas horas inteiras eles ficaram na mesma posição, sentados lado a lado com os dedos entrelaçados e extremamente rígidos. Os gritos só se afastaram depois de duas horas. Foi quando Annie suspirou, seus dedos relaxaram contra a mão grande, quente e extremamente rígida de Gally. Ela ligou a lanterna a tempo de ver os olhos do garoto vermelhos e as lágrimas rolarem, então suspirou e acariciou a pele quente de sua mão com o polegar.

 — Está tudo bem. – ela sussurrou e ele a encarou – Eles não sobem aqui e não conseguem chegar aqui de outra forma. Estamos sentados na única entrada.

      Gally limpou as lágrimas e olhou ao redor. O quarto era pequeno, bem pequeno, tanto que não iriam poder ficar em pé. Tinha duas pequenas estantes de duas prateleiras com vários livros, a parede tinha três buracos do tamanho de um punho e o ar entrava dali. Havia uma pequena cama no canto, Gally se questionou como ela passou pela entrada, mas a ideia de ter sido desmontada e montada ali respondeu mesmo que incerto aquela dúvida. E em cima da cama havia dois colchões. O cheiro ali não era ruim, pelo contrário, tinha cheiro adocicado, mas não sabia exatamente o que era.

 — Vem cá. – Annie soltou a mão do jovem e se levantou, diferente de Gally, ela podia andar até que tranquilo ali. Não era tão alta, mas só precisava curvar levemente os joelhos para poder andar. Ela foi até a cama, puxou um dos colchões com um lençol amarrado e deixou o outro. – Deita aqui. – apontou para a cama.

       Gally não se moveu, apenas a encarou e então fungou de leve. Ele se levantou com cuidado para não bater a cabeça e então foi até a cama, sentando-se na mesma e a viu puxar o outro colchão até a entrada colocando-o em cima e então se jogou no mesmo.

 — Vamos dormir aqui. – explicou – Amanhã de manhã a gente sai e vai embora.

 — Eu não tô com sono. – o rapaz murmurou.

 — Depois do que aconteceu… é normal. – suspirou – Mas precisamos ter energia para amanhã. Quer água ou alguma carne seca para forrar o estômago?

 — Água. – dito isso ela se sentou, puxou a mochila e retirou uma das garrafas e jogou até ele – Obrigado.

 — Agora durma. – voltou a se deitar.

 — Annie. – a chamou quando fechou a garrafa.

 — O que é?

 — Pode deitar comigo?

INFECTED (Gally Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora