𝐗𝐗𝐕𝐈𝐈: 𝐁𝐨𝐚𝐭𝐨𝐬ʳ

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Nota da autora: obrigada a todos os comentários de apoio e compreensão no capítulo anterior, Me animou bastante. Tem sido extremamente exaustivo, tanto física quanto psicologicamente. Espero que gostem desse capítulo, logo logo irei voltar as publicar mais e com mais frequência. S2

GALLY

Faltava uma hora para o almoço, todos iriam parar suas funções e iriam para o refeitório. Incluindo Gally, que se encontrava caído ao chão totalmente ofegante e com o corpo encharcado de suor. Já haviam se passado três dias desde a saída de Annie e desde então ele tem seguido treinando com Paulo, homem designado pela garota para ajudá-lo a participar da Seleção e garantir que ele entrasse em um esquadrão.

Foram dois longos e tortuosos dias, seu corpo implorava por misericórdia e doía em partes que ele nem sabia que era possível doer. Era árduo, difícil, muito mais difícil que na clareira. Por um instante sentiu falta de seu trabalho de construtor, mas respirou fundo e tirou as lembranças de sua mente quando ouviu passos se aproximando.

- Aqui, garoto. - a voz rouca de Paulo o chamou. Ao abrir os olhos, pode vê-lo ao seu lado segurando uma garrafa com água. Era tudo o que ele precisava naquela hora, a garganta estava extremamente seca. - Você se saiu bem hoje.

- Valeu. - pegou a garrafa e virou na boca bebendo longos goles.

- Você tem um bom corpo. Costumava fazer trabalhos braçais de onde veio?

- Mais ou menos. - comentou sem ânimo enquanto olhava para a garrafa - Era o responsável pelos construtores, nós que construímos tudo na clareira.

- Isso explica algumas coisas. - ele suspirou e seu olhar se perdeu em um ponto longe de Gally - Aquela pilantra vai vencer de novo a aposta.

- Aposta?

- Ah, hum. - ele pigarreou limpando a garganta tentando disfarçar - Annie e eu apostamos em você. Ela já deve ter te dito, creio eu.

- Apostaram em mim? Espera, o quê?

- Ah, típico dela não contar nada. - ele riu alto - Escute garoto, aquela pilantra tem expectativas altas em você, então vacile e deixe eu ganhar pelo menos uma aposta na vida. Não aguento mais ela dizendo "meu julgamento nunca falha!" - Gally riu com a tentativa do homem de fazer a voz e a expressão de sua amiga, mas gostou mais ainda de imaginar ela falando isso.

- Vocês fazem muito disso?

- Estamos nessa aposta desde que ela tinha doze anos, sempre disse que ela encontraria alguém que fosse vacilar e que fosse ruim. Bom, desde então sigo com um total de zero vitórias.

- Essas pessoas... ela que salva, não é? - Paulo ponderou sobre a pergunta, a verdade é que nem sequer Gally sabia onde queria chegar com elas.

- Algumas sim, algumas não. - ele deu de ombros - Ela só tem bom olho para ver a sujeira das pessoas. Embora algumas dessas pessoas sejam a própria podridão, mas ainda assim são leais a ela.

- O que quer dizer com "podridão"?

- Esse mundo sujo molda você, meu garoto. Uma hora ou outra você se sujará, mas algumas pessoas estão tão sujas que é difícil ver algum traço de humanidade nelas. E não é por conta do Fulgor, não, eles não estão contaminados.

INFECTED (Gally Maze Runner)Onde histórias criam vida. Descubra agora