7

1.1K 65 18
                                    









Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



















O vai e vem das ondas que pareciam negras pelo reflexo do céu estrelado, era nosso cenário naquela madrugada de segunda-feira. A praia estava deserta por causa do frio, mesmo assim foi uma ótima ideia levar duas cadeiras dobráveis, um pouco de lenha pronta, bebidas e amendoim crocante para lá.
Minhas botas Dior de couro afundadas na areia branca, assim como as dele. Sentados lado a lado de dedos entrelaçados no tempo em que seguramos cada um uma garrafinha de Soju.
Afastei meus olhos do horizonte, ainda escutando o mar e a briza cantando juntos, apenas para olhá-lo outra vez. Estava sereno com os olhos miúdos, lábios unidos e cabelos contidos por um gorro preto.
Afaguei-lhe a palma da mão conseguindo sua atenção e sorriu assim que encontrou meu olhos. Os olhos esticando junto a boca rosada expondo a fileira de dentes e aquele tortinho que eu implorei para que não consertasse nunca. Ah, eu gostava tanto!
O tempo passava rápido, mas meu coração nunca havia se acostumado com tanta adoração.
— Faz sete anos que você me olha do mesmo jeito — falei.
— Sete. Esse número parece fazer parte do meu destino. E que tal eu continuar te olhando assim por mais sete, mais sete, mais sete e mais sete anos?
— Acha que aguenta?
— Vem com tudo, garota! — brincou em satoori.
— Nunca imaginei nada disso — olhei para o anel de brilhante no meu dedo.
— Ah, eu também não esperava, gordinha. Foram momentos difíceis, ainda são. Com tudo o que passamos juntos e até… separados. Sou grato por termos conseguido. Altos e baixos e aqui estamos nós.
— Noivos.
— Você tem me enrolando por tempo demais.
— Já disse que só me caso depois dos trinta.
— Ay, e de onde veio essa ideia? Estou querendo te fazer minha de uma vez por todas. Te chamar pelo meu nome e dividir um lar — fez bico.
— Garotos que esperaram sempre se dão bem. Mas sendo sincera, ainda tenho medo de quando tudo vier a público, sabe? Um casamento não é fácil de esconder. Já pensou no que vai fazer com a aliança?
Jimin me deu um olhar de cão sem dono.
— Sinto muito — sussurrou.
— Ei, eu não estou chateada, Jimin. É sério, só quero que saiba meus motivos. Acho que seria saudável para nós dar tempo ao tempo.
Ele soltou minha mão gentilmente e deu um longo gole na garrafa verde, pendendo a cabeça para trás e pude ver seu pomo de Adão descendo e subindo. Jimin deixou a embalagem vazia no lado de sua cadeira, voltou-se para frente apoiando os cotovelos nas coxas.
— Nesta parte eu sempre estive em falta com você, Christine. Parece que é a peça final para finalmente te demonstrar que você é uma das minhas maiores prioridades. Sempre que penso em abrir meu coração para o mundo, dou passos para trás pois sei o transtorno que seria. Ao mesmo tempo, você não merece ser meu maior segredo por mais sete, sete e sete anos.
— E eu não vou. Amor eu confio em você. Te juro, estou bem com o que escolhi, mesmo tendo dias em que tudo o que mais queria era me ver do seu lado na capa de algum site de fofoca.
Ele me olhou de canto.
— Por que é tão compreensiva, huh?
— Talvez seja o dom da mulher da sua vida.
— Você é. Porra, você é muito! Prometi aos seus pais que te levaria ao altar com todo o meu coração e não tenho dúvidas de que ele é todo seu, gordinha. Sempre foi. Me desculpe por te fazer viver a minha sombra. Espero que me perdoe algum dia.
Veio até mim e sentou na areia, entre minhas pernas para me beijar. Segurando meu rosto Jimin foi abrupto. Não rude, porém havia urgência em seus lábios quentes.
— Está tudo bem, Jimin — sorri para ele. Sabia que aquele assunto lhe causava dor e incômodo. — E Paris, ainda 'tá de pé? — mudei de assunto.
— Não acredito que estaremos no mesmo evento. Vai ser como na época em que nos conhecemos — sorriu, finalmente quebrando o gelo.
— Semaine de la mode à paris — falei com um sotaque ridículo fazendo-o rir alto — Para mim é como um sonho. Ter sido convidada foi uma grande surpresa.
— É seu talento, gordinha. Você é incrível.
— Ah, espero estar à altura desse evento.
Ele revirou os olhos.
— Não tenho dúvidas. O que vai vestir?
— Algo inédito. Eu mesma desenhei e costurei. Com a ajuda da Lee, é claro.
— Pode me mostrar?
— Não, é surpresa.
— Aish! Não custa nada — fez manha.
— Acho que vai gostar.
— Não sei como é, mas já consigo me imaginar tirando do seu corpo.
— Ah, é?
— Vamos fugir depois, só nós dois.
— Dois amantes secretos, sorrateiros, fugindo por Paris. Me parece um enredo de filme clichê. Gostei.
Para minha surpresa, ele me puxou para baixo, para cima de seu corpo e sob a areia, me abraçou apertado. Afastou meu cabelo cheio do meu rosto, começando a espalhar beijos de forma aleatória por minha pele.
— Te amo, minha musa — sussurrou beijando meu queixo — Minha inspiração para tudo o que faço.
Abracei-o de volta. Derretia cada vez que tocava minha pele. Há sete anos.
— Também amo você — fui rápida e roubei um selinho. Segurei seu rosto de anjo caído, os olhos e sorriso provocativos — Por mais vários outros sete anos.
— Ah, eu gosto disso —  apertou minhas coxas por cima da calça de moletom que roubei dele — O que quer fazer para terminar essa noite, hm?
— Não sei…
— Eu sei.
Jimin colocou os lábios no meu ouvido e o roçar fez-me arrepiar. Ele sussurrou com riso na voz e depois afastou-se com olhos faiscantes.
— Você não tem vergonha? — indaguei e ele riu nasalado com as bochechas rosadas. 
— Eu só disse que quero seu amor, gordinha.
— Não foi bem isso o que disse. Você falou que tá com saudade de comer minha-
— YAAA! — gritou me cortando e eu gargalhei — Você falando faz parecer horrível!
Eu ria tanto. Cobri o rosto sentindo o frio querer cortar minha pele da face. As expressões dele hilárias e tão genuínas, deixando tudo mais engraçado.
— É por essas e outras que ainda sou completamente apaixonada por você, Jimin.
— Está tirando sarro de mim! — falou apontando o indicador como um pai repreensivo.
— Amor, eu só achei engraçado o jeito que falou. É claro que quero acabar a noite com você. Juntos em qualquer lugar — usei o polegar para contornar a parte superior do lábio, no tempo em que fitei o fundo dos olhos escuros —  Perto, do seu lado, em cima, em baixo… de quatro pra você.
— A última parte, pode ser em Paris? — o safado ergueu as sobrancelhas.
— Park Jimin! — disparei para o céu escutando o tintilar da gargalhada solta dele.





















Together || P.JMOnde histórias criam vida. Descubra agora