Together || P.JM

Flores, Jimin e Dean , papai e mamãe

Acordei com luz clara que fez meus olhos arderem quando os abri. Passando a mão pelo lençól procurando meu celular.
Havia uma chamada perdida e eram 11h da manhã. Muito grogue caminhei para o banheiro pra me ajeitar. Não fora minha intenção lavar os cabelos mas acabei por perder mais tempo o fazendo.
No meu/Jimin closet procurei algo decente para vestir e não encontrei nada.
— Jiminie tem sempre umas camisas legais. - murmurei mexendo entre suas várias camisas. Optei pela xadrez amarela,uma de suas favoritas. A peça ainda tinha o cheirinho dele. Vesti a camisa que ficou grande,um jeans e all star. Penteei o fios molhadas – assim meu cabelo parecia mais longo. –,peguei minha bolsa indo direto para cozinha.
Meus pais ainda estavam dormindo, então fiz um café da manhã bem farto e deixei um bilhete em cima do cesto de frutas.

"Bom dia meus amores. Espero que tenham dormido bem. Fui para o ateliê,eles precisam de mim lá,por isso não fiquei para o café. Peço desculpas. Volto assim que puder.
Um beijo da Chris."

~

— Eu gosto da cor nude em todos os seus tons mas,marrom é tão over.
— Qual o problema com marrom?
— Não sei... Talvez se colocarmos mais brilho.
Lee e eu depois de horas trabalhadas no ateliê recebemos o convite de uma das estilistas que estaria conosco em Tókio,para uma prévia do que ela estava preparando para seu desfile.
Mi Cha discutia com sua assistente sobre um dos vestidos que haviam acabado de terminar.
— Qual sua opinião, Chris?
— Minha?
— Uhum. - respondeu mexendo nos fios tingidos de cor vinho.
— Bom,marrom não é over. Acho que pode mudar a barra que tá deixando o modelo meio... Sem graça. E concordo com sua assistente. Mais brilho na parte do busto ficaria ótimo.
Mi Cha sorriu assentindo.
— Eu pensei a mesma coisa. É sempre bom ter opinião sincera.
— Também gosto assim. - sorri de volta.
Ela foi bem educada e simpatica. Seu ateliê ficava do outro lado do barro,um prédio de alta qualidade e bem equipado,sua sala de criação era um sonho.Nós da Linha Fina não chegavamos aos pés do ateliê de Mi Cha,o que me faz sonhar mais e ter mais força de vontade em conseguir levar minha marca e de Lee  longe,do mesmo jeito que Mi Cha conseguiu.
— Chris,acho que seu telefone está tocando. - disse Lee enquando assistíamos Mi Cha mostrar como gostava de trabalhar.
Peguei o celular vibrando e do nome de Dean piscando na tela. Para não ser mal educada selecione a opção "não posso atender agora" rejeitando a chamada.
— Quem era?
— O Dean.
Ela ergueu as sobrancelhas confusa,dei de ombros.
Continuamos o tour pelo prédio e logo depois fomos pra casa.
— Tem que ir lá pra casa jantar com meus pais.
— Não queria ver a cara da minha chefe no meu dia de folga. Mas podemos ver um dia sim.
— Tudo bem.
— Boa noite, até amanhã. - me jogou um beijo e entrou pra casa.
Dirigi sem pressa,com toda atenção do mundo. Já em casa não encontrei meus pais na sala como pensei que encontraria. As únicas coisas que vi foram as luzes acesas e um buque de rosas vermelhas em cima da mesa de centro.
Me aproximei vendo um cartão entre as flores. Abri lendo o breve recado :

Você me deve um churrasco. Só por sair e deixar a conta pra eu pagar.

Dean;

— As rosas são muito bonitas. - Jimin surgiu do nada me sobressaltando.
— Ah! Que susto. -  falei com a mão no peito. — De onde surgiu?
Olhei seu rosto meio coberto por um boné escuro. Ele não sorriu, seus lábios grossos formavam uma linha reta.
— Do quarto. - respondeu.
O examinei da cabeça aos pés. Trajava uma calça preta e jaqueta jeans. Me aproximei.
— Oi. - falei.
— Oi.
— Se sente melhor?
— Cem por cento. - me puxou pela cintura para me dar um beijinho. Beijinho mesmo,porque não passou de um selinho.
— Onde estão meus pais? Nem sabia que chegaria tão cedo.
— Cedo? Eles estão dormindo. São quase uma da manhã.
Massageei a têmpora.
— Perco a noção da hora quando estou no ateliê.
O vi seguir para cozinha, então joguei a bolsa no sofá e fui atrás dele. Sabia porque estava com a carranca e bico.
— Imagino que saiba quem mandou as flores.
Ele não respondeu,apenas pegou um bule e encheu de água colocando no fogo. Tirou o boné o deixando na bancada em seguida passou os dedos entre os fios loiros.
O brilho de seus olhos grandes e escuros me dizia que ele não estava contente.
— Foi um jantar de negócios,amor. - o abracei por trás ficando na ponta dos pés para apoiar o queixo em seu ombro. — Dean chegou depois e Min e eu ainda estamos no restaurante. Mas eu não consegui comer o que serviam lá. Dean nos levou a uma churrascaria, lá eu fiquei sabendo do incidente com você e vim pra casa correndo o deixando sozinho e com a conta pra pagar.
— Você não gosta de receber flores.
— É verdade. - beijei sua bochecha gordinha. — Mas ele foi irônico,mandou flores para cobrar um almoço.
Jimin se virou dentro do meu abraço,me fitando de cima.
— Você não me deixa te dar flores e agora recebe de outro homem.
— Eu não sabia que ele me mandaria, e além disso Dean também não sabe que não gosto de receber flores.
— Diga a ele quando o encontrar.
Fraziu a testa. Até chateado esse homem consegue ser sensual.
— Okay.
— Qual restaurante foi com ele?
— E Min Lee. Não sei o nome mas, não é muito longe daqui.
Assentiu devagar.
— Falou com meus pais?
— Eles me receberam,seu pai ficou bem feliz em me ver e sua mãe não falou muito.
— Conversaram em inglês?
— Sim, e mímicas também.
— Seu inglês 'tá ficando bom,amor. Melhor que do papai.
Ele deu um meio sorriso.
— Agora me dê um beijo de verdade.
Sem responder colou sua boca na minha. Ah,a melhor sensação do mundo...
Beijar Park Jimin.
— Agora sim. - falei lambendo o lábio inferior.
— Preciso de um banho, vem comigo?
Se ele não tivesse um olhar tão intenso,uma boca tão gostosa,um rosto tão bem traçado, provavelmente eu também diria...:
— Sim,claro. - sorri.
Jimin terminou e tomou seu chá quentinho,depois fomos ao banheiro onde o ajudei a tirar roupa, ainda preocupada com seu corpo. Nesse momento acabamos nos beijando mais algumas vezes,eu tava super a fim mas,nosso cansaço venceu e nada passou de um banho com carinhos e conversas.
Ele contou detalhes do que aconteceu,a experiência de passar um show todo sem poder performar e o amor que recebeu dos fãs, mesmo assim. Também me contou sobre sua ida a América para o debut americano. Não poderia me sentir mais orgulhosa.
— Vamos passar dias por lá.
— Que ótimo.
— Não me pareceu convincente. - disse enquanto vestia um moletom para dormir. Após o banho percebi que a temperatura havia caído mais um grau,me enrolei mais nas cobertas.
— Estou muito feliz e orgulhosa, só que você vai pra muito longe.
— Vou te compensar pela saudade que vai sentir.
— Só eu?
Ele riu.
— Obvio que não.
— Acho bom.
— Sabe,sua mãe disse que você deixou um bilhete dizendo que voltaria o mais rápido possível e não apareceu. Ela ficou chateada.
— Imagino,só que meu dia foi bem cheio como todos os outros.
— Seu pai te protegeu,dizendo que você devia ter tido muito trabalho.
— E minha mãe?
Ele se juntou a mim na cama ficando de frente,me puxando para perto.
— Disse que você tem mania de esquecer a existência deles.
— Eu fiz o café da manhã pra eles. Só não pude voltar para o almoço e jantar mas,tem tudo aqui.
— Poderia ter ligado pelo menos,jagi.
— Não tive tempo, Jimin.
Senti sua mão em minha nuca envolver meus cabelos me mantendo perto de sua boca.
— Eu sei que vocês têm uma relação mal resolvida mas,por favor seja paciente. Mesmo ela sendo incompreensiva,huh?
— Pode deixar.
Ele sorriu cansado.
— Vai ganhar um beijinho,agora.
Sua boca quente tirou meu ar,no fim acabei adormecendo com a bochecha pressionada contra sua.