Dean

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- Pode me dizer qual tipo de dica vai me dar?
- As melhores.
- Okay. Significa que meu colaborador realmente entende sobre meu trabalho como um todo.
- Não é isso. Na verdade acho que posso lhe ajudar.
- Realmente pode, vamos começar.
- Estou ansioso.
Peguei um caderninho e uma lápis na bolsa para anotar suas "dicas".
- Ainda não temos um tema para o desfile em si,mas podemos adiantar para que direção vamos seguir. Nessa pasta tem umas cópias de meus trabalhos antigos,os quais acredito que possa gostar e nas últimas partes minhas novas idéias para Tókio.
- Uhum. - Dean,passava página por página,seu olhar intensamente concentrado nas folhas. - Tem muito talento,Christine.
- Obrigada.
- Acho que vamos nos dar muito bem.
- Espero que sim,Dean.
Nos fitamos por intermináveis segundos,seus olhos pequeninos e escuros firmes nos meus. Dean aparentava ser um cara intenso.
- Dois lattes com caramelo. - a garçonete surgiu nos fazendo desviar o olhar.
- Obrigada.
- Obrigado. - agradecemos.
- Disponham,se precisar é só chamar.
A garota se afastou.
- Ela não te reconheceu?- indaguei surpresa.
- Ela me conhece,sempre venho aqui é meu café favorito.
- Aaaah,ela surtou da primeira vez?
- Nas cinco primeiras.
Eu ri.
- Nossa,sem querer ferir seu ego mas,ela agiu como se você não fosse grande coisa.- falei em seguida dei um gole no café quente.
- Ela já dormiu comigo.
Engasguei queimando a língua.
- Você está bem?- fez menção de levantar,mas o impedi com um gesto.
- Tudo bem. - tossi tentando recuperar o fôlego.
- É brincadeira.
- Sério?
- Em partes. - sorriu. Não vou negar... Que sorriso bonito ele tem.
- Como assim?
- Ela se ofereceu,mas eu disse que pensaria sobre.
- Você a seduz e depois fica nessa?
- Preciso saber qual é a dela. Sou uma pessoa pública.
- Huh,bom saber que estou trabalhando com um sedutor.
Ergueu as sobrancelhas.
- Tem medo de ser seduzida por mim?
- Impossível! Já fui seduzida.
- Então sem chances? - brincou.
- Sem chances.
Continuamos tomando café conversando amistosamente sobre todo o trabalho que haveriq pela frente. Dean parecia diferente do cara com quem trocava mensagens,esse Dean era bem humorado e não respondia com frases curtas e secas. Era um cara legal.
- Podemos marcar um dia pra conhecer seu ateliê seria ótimo.
- Seria mesmo. Entre em contato assim que sobrar um tempinho.
- Pode deixar.
- Muito obrigada por seu tempo,Dean-iss.
- Por nada Christine,foi um prazer.
Estendi a mão para um comprimento,seu aperto quente e firme com sua palma lisa.
- Até a próxima.

(...)

- Vai dizer que não ficou nervosa com ele.
- Nem um pouco.
- Impossível,Chrissy. Dean é um dos artistas mais desejados por aqui,pelo talento e por sua beleza. Tem certeza que olhou direito? Olha de novo da próxima vez.
- Não disse que ele não é bonito. Ele é. Só não fiquei impressionada.
- Tem razão em não ficar impressionada. Também não ficaria impressionada com a beleza de outro homem se namorasse Park Jimin.
- Realmente,Jimin é o homem mais lindo que meus olhos já viram...
- Esse seu olhar de apaixonada é meio assustador.
- Tem medo de se apaixonar,Lee?
- Não sei,na verdade acho que não vai acontecer comigo.
- Vai sim,vai ver e estarei lá pra dizer "Eu avisei".
Ela fez uma careta engraçada franzindo o nariz.
- Vamos ver.
Estavamos trabalhando no primeiro modelo de roupa. Tudo tava indo muito bem e nos esforçamos bastante. Só Min Lee e eu no ateliê.
- Estamos trabalhando muito sozinha nesses dias.
- Eu encarreguei os outros a cuidarem das encomendas do mês. Temos encomendas de empresas grandes.
- Hmmm,acho que podemos dar conta sim.
- Também acho e não vai ser bom acumular pedidos de clientes,afinal temos um tempo até Tókio.
- Uhum.
A noite foi longa cheia de trabalho. Só paramos pra colocar alguma coisa na barriga. No meio da madrugada recebi uma mensagem de Jimin.

[Baby J ♥]:

Queria poder ouvir junto de você,mas vai ser impossível.
Espero que goste e lembre de mim em cada faixa.

Havia me mandado as nove faixas do novo álbum,"Her". Ao chegar em casa conectei o celular no Bluetooth.
Sua doce voz soando pela caixa de som. Minha pele se arrepiou na hora! Um sentimento me tomando,era um tipo de calmaria,paz e satisfação. A letra tão doce quando a melodia.
- Ah Jimin... Você vai ser a minha morte.
Acabei por adormecer no tapete da sala ao som de "Dimple".

Dia seguinte...

- Se alguém ligar me procurando,anote o recado por favor.
- Pode deixar.
- Vou passar o dia fora. Tenho que levar alguns documentos pra analisar e conversar com nosso contador.
- Vou cuidar de tudo fique tranquila. Ligue se precisar de qualquer coisa.
- Obrigada,Lee. Até mais.
A primeira parada foi pra entregar os documentos no escritório em Gangnam. Com crachá tive acesso a sala de Sumi. A porta estava entreaberta então não bati e entrei direto.
- Ah.
Sumi estava aos beijos com Dean em cima da mesa.
- Desculpe interromper.- falei sem graça. Ele se afastaram arrumando as roupas amarrotadas.
- O que quer? - ela perguntou ríspida.
- Vim trazer esses documentos que pediu.
Dei uma olhada rápida em Dean que tinha um meio sorriso no rosto.
- Pode deixar na minha mesa.
- Claro. - coloquei os papéis na mesa.- Era só isso. Desculpa interromper o que eu vi aqui vai ficar aqui.
Sai rápidamente da sala.
Ele não brincou ao dizer sobre seus dotes de sedutor. Minha curiosidade cresceu. Por que raios ele tava pegando a produtora do desfile? Ela é mais velha,isso não é problema mas, ele não precisava de nenhum tipo de credibilidade...
- Christine. - uma voz ecoou pele estacionamento.
Me virei dando de cara com o "Don Juan".
- Fica tranquilo não vi nada.
- Não é por isso,quero uma carona.
- Cade seu carro?
- Vim de Uber e preciso correr para o estúdio.
- Não parecia ter pressa lá em cima.- sorri irônica.
- Pode me dar a carona ou não?
- Entra.- indiquei a porta do
carona. - Só porque sou uma garota legal.
Depois de colocar o endereço no GPS, dei partida nos tirando do estacionamento seguindo para via expressa.
- O que viu lá, não foi nada. - começou falando.
- Eu sei.
- É sério.
- Não precisa explicar. Tô muito curiosa pra saber porém, nossa relação é inteiramente profissional.
- Vai ficar pensando coisas sobre mim.
- Não vou,relaxa.
Permanecemos em silêncio por instante,até ele falar :
- Nós não temos nada sério.
- Então gosta de mulheres mais maduras.- o olhei rapidamente.
- Conheci Sumi-noona há alguns meses atrás quando foi pessoalmente me convidar pra ser colaborador em Tókio.
- Já falei que não precisa contar.
- Estou matando sua curiosidade.- riu brevemente. De relance vi seus dentes brancos perfeitos.
- Vai ser um segredo nosso?
- Não me dê responsabilidades assim.
- Já disse que não vai contar,vou confiar em você.
Encostei no meio fio no endereço que o GPS indicava.
- Chegamos. - anunciei.
- Obrigado Christine.
O estúdio ficava num prédio discreto sem faixada e portas de vidro escuro. Não havia nenhum comércio ao lado.
- Por nada.
Dean desfez o cinto desceu do carro fechando a porta suavemente.
- Até a próxima. - piscou e deu as costas entrando no prédio.
- Esse cara é encrenca. - murmurei sozinha engatando a marcha voltando a seguir meu caminho.

Mais tarde voltei ao ateliê. Depois da carona do Dean, lembrei que tinha de passar pra ver o contador da Linha Fina.
Encontrei Lee na nossa sala.
- Oi.
- Oi,como foi?
Passei os dedos entre meus cachos sentando na cadeira de frente pra mesa.
- Dean tá trepando com a organizadora do evento. A sumi. - soltei.
O queixo dela caiu e os olhos pequeninos se abriram de forma engraçada.
- O QUÊ?
- Fui deixar os documentos lá como disse que iria. Chegando na sala dela que tinha a porta meio aberta entrei sem avisar e peguei os dois em cima da mesa. Ela pareceu ficar puta,mas logo eu disse que não contaria nada a ninguém. O que é mentira por que tô te contando agora.
- Caralho...pegou os dois fodendo?
- Não! Que horror.- ri - Depois ele pediu carona até o estúdio dele porque tinha ido de Uber e precisava voltar rápido.
- E ai?
- Dei a carona.
- Ah,por que não eu? Adoraria dar uma carona pra ele.
- E outra coisas também.- brinquei a fazendo rir.
- Caramba,cada coisa. E essa Sumi tem um ar de mulher seria. Jamais imaginaria ela com um garotão e que garotão!
- Pra você ver como não podemos julgar um livro pela capa.
- Uhum,que louco. Gostaria de saber mais sobre isso..
- Também fiquei curiosa,ele só disse que eles ficam faz um tempinho.
- Que mulher sortuda.
Dei de ombros.
- Ah!Tenho um recado pra você,sua mãe ligou.
- Sério?
- Sim, não consegui falar por muito tempo já que meu inglês é péssimo. Ela pediu pra avisar que ela e seu pai estão vindo pra cá.
- Quando?- minha voz saindo baixinha.
- Ela só disse que por esses dias.
Queria me sentir feliz. Na verdade tinha ficado feliz por sabe que veria meu pai depois de tanto tempo porém, a presença de minha mãe infelizmente não me causava grandes reações.



Together || P.JMOnde histórias criam vida. Descubra agora