3° Capítulo

1K 115 21
                                    

NARRAÇÃO...

Ludmilla entrou em seu carro e foi rapidamente para o hospital. Ela estacionou de qualquer jeito e desceu correndo, ansiosa por encontrar os olhos castanhos e intensos da esposa. A mulher adentrou o hospital com pressa e logo já estava na porta do quarto. Quando ela entrou, viu a Mia sentada em uma poltrona, uma enfermeira em pé e a Brunna, ainda deitada na cama, com um dos braços no rosto, como se cobrisse os olhos da claridade.

Ludmilla: O que aconteceu? - Observou estranhando que a Loira sequer se mexia.

Mia: Eu não sei, foi muito estranho - Se levantou e foi até a Nora - Ela abriu os olhos, aí eu chamei a enfermeira. Depois que terminou todos os procedimentos, ela pôs o braço no rosto e não tirou mais. Acho que ela voltou - Falou frustrada.

Ludmilla: Não é possível - Ela se aproximou do corpo da esposa e tocou em seu braço quente. - Olha a pose que ela tá, não é possível que ela esteja em coma, tia Mia.

Mia: Mas eu não sei o que aconteceu, minha filha.

Ludmilla: Talvez ela esteja dormindo - A morena rebateu.

Enfermeira: Vou deixá-las a sós, qualquer coisa é só me chamar - Sorriu para elas e saiu pela porta.

Ludmilla: Acha que ela pode acordar de novo? - Observava a esposa desacordada na maca hospitalar.

Mia:  Eu não faço ideia, minha filha -  Suspirou - Eu tô torcendo muito para que ela só esteja dormindo.

Ludmilla: Eu também.

Elas ficaram por um bom tempo ali, esperando ela acordar.

Ludmilla: Você já comeu algo? - Já estava ficando impaciente.

Mia: Tem umas quatro horas que eu não como, eu acho - Revelou sem tirar os olhos da filha.

Ludmilla: Eu vou buscar algo para nós comermos, ok? - Ela assentiu com a cabeça - Qualquer movimento que ela fizer, você me chama que eu venho correndo.

Ludmilla: Tudo bem.

A mulher se aproximou da esposa, deu um beijo em seu braço, que estava sob o rosto, inalou seu cheiro e então partiu para a porta, saindo do quarto. Ser esperançosa não havia funcionado muito para ela pois novamente estava com aquele sentimento de derrota no coração. Parecia que ela havia chego na final do campeonato e acabou perdendo para o adversário, tendo aquele gostinho ruim da 'quase vitória”.

Ludmilla: Como ela sempre dizia, "Erga essa cabeça, Ludmilla" - A Mulher suspirou se recordando das palavras que a Loira usava sempre que algo ia errado na vida dela e a sobrecarregava.

??: Ludmilla? - A atenção da morena se voltou para uma mulher loira que apareceu ao seu lado, enquanto estava na fila.

Ludmilla: Doutora Luísa - Ela sorriu para a mulher.

Luísa: Eu já disse para não me chamar de doutora, apenas de Luísa - Disse simpática - Como está a sua esposa?

Luísa Sonza era uma médica do hospital que havia se aproximado muito da Ludmilla, enquanto sua mulher estava no estado de coma. Sempre se encontravam na cafeteria quando ela ia visitar a esposa e ficavam conversando sobre diversos assuntos.

Ludmilla: Você não deveria saber? - Seu tom foi um pouco rude.

Luísa: Desculpe, estava apenas puxando assunto - Deu um sorriso sem graça.

Ludmilla: Me desculpa você! - Ela suspirou - Eu tô um pouco nervosa com essa história toda e acabo descontando nos outros, como sempre. Obrigada por não desistir de mim - Deu um pequeno sorriso.

Luísa: Eu entendo perfeitamente - Ela esperou a Mulher fazer seu pedido - Vamos sentar na mesa comigo? - A mulher apontou para onde estava seu lanche.

Ludmilla: Na verdade a minha sogra tá me esperando.

Luísa: Tenho certeza que ela não vai se importar se você atrasar um pouquinho.

A morena pensou por uns segundos e então resolveu se sentar com a doutora.

Luísa: Como estão seus filhos? - Ela questionou.

Ludmilla: Estão bem. Muito melhor do que se pode esperar de crianças em que a mãe está em coma - Revelou.

Luísa: Eu vi eles esses dias, realmente parecem ótimos - Ela sorriu - São crianças maravilhosas, né?

Ludmilla: Sim, eu e a Bru sempre demos o nosso melhor para que eles fossem pessoas boas e acho que estamos no caminho certo - Falou orgulhosa e logo deu um gole no seu café.

Luísa: Eu tenho certeza que sim. São crianças admiráveis - Se ajeitou na cadeira - Por que só você, sua mãe e os pais da sua esposa vêm visitar ela?

Ludmilla: A irmã dela tem 14 anos e prefere não ver ela desse jeito. O restante das pessoas a gente prefere que não venha. Imagino que não deve ser bom você estar nesse estado, sem poder nem se mexer e um tanto de gente te olhando - Explicou.

Luísa: Compreendo. Deve ser ruim mesmo.

Ludmilla: Eu ia ficar muito brava se fosse comigo. Pior coisa é as pessoas te olhando com pena. Não queria ninguém olhando assim para minha mulher.

Luísa: Você fez certíssimo, Ludmilla. Sua esposa merece tranquilidade nesse momento que estava vivendo e a privacidade é a melhor solução.

Elas ficaram conversando sobre coisas aleatórias, até que o celular da Ludmilla tocou.

Ludmilla: Alô? - Ela sequer viu o identificador.

Mia: Ludmilla, vem rápido z O tom de voz da Mia estava indecifrável, não tinha como definir a emoção que ela sentia.

Ludmilla: Minha sogra me ligou, deve ter acontecido algo com a Bru - Ela se levantou rapidamente da mesa, pegando o lanche da sogra - Desculpa sair desse jeito, mas eu realmente tenho que ir.

Luísa: Eu entendo. Melhoras para a sua esposa!

A mulher correu até que chegou na porta do quarto. Ela entrou e viu a Mia próxima a parede com uma expressão triste. Um médico ao lado da Brunna a examinando, e sua esposa, de olhos abertos, sentada na maca enquanto era examinada.

Médico: Olá - O médico sorriu para Ludmilla, fazendo a atenção da Loira ir para ela.

A expressão, que antes era de irritação, agora havia se tornado de confusão. Brunna olhou completamente confusa para a mulher parada na porta.

Brunna: Oliveira? - Aquela pequena palavra  fez o coração de Ludmilla acelerar mais do que já tava e seu corpo se tensionar - O que é que você tá fazendo aqui?

Ludmilla: Eu... - A mulher ficou sem palavras para aquele questionamento.

Brunna: Eu me acidentei, mas não precisa aparecer aqui para pedir perdão pelos pecados - Ela riu - Eu ainda não morri.

A morena olhou completamente estranha para a reação da esposa. O médico se aproximou dela e a chamou para fora da sala.

Ludmilla: O que tá acontecendo? - Questionou.

Médico: Eu não tive tempo de analisar muito, nem de examinar, mas pelo que posso ver a sua esposa está com a memória comprometida.

Ludmilla: Como assim?

Médico: Provavelmente ela não se recorde de uma parte de suas vidas, antes do acidente ocorrer.






Vocês arrasam, tem 215 visualização, espero que estejam gostando, falam suas opiniões ❤️

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora