43° Capítulo

915 86 10
                                    

NARRAÇÃO...

Brunna: Alô? - Atendeu seu celular enquanto estava saindo do banheiro da academia.

Ludmilla: Oi, mor, eu já tô saindo aqui da empresa - Falou do outro lado da linha - Daqui a uns minutinhos eu chego aí.

Brunna: Tá bom, vou finalizar o que tenho que fazer e te espero ali na frente!- Ela desligou o celular e foi fazer o que estava fazendo antes.

Logo que terminou, pegou sua bolsa, se despediu dos alunos e funcionários e foi para o estacionamento da academia que ficava na frente dela. Pouco tempo depois, Ludmilla chegou com seu carro. Ela entrou do lado do carona e deu um selinho nela.

Brunna: Não esperava que ela marcasse pra hoje - A Loira disse quando a esposa deu partida no carro.

Ludmilla: Eu que pedi quanto antes possível. Quero que a gente consiga pensar com calma sobre isso - Revelou.

Elas estavam indo ao hospital, ao encontro de Mirela. Ludmilla havia marcado com a mulher para falarem sobre o tratamento experimental. Minutos depois elas chegaram no hospital e foram direto até a sala dela.

Mirela: Olá! - Ela sorriu abrindo a porta do consultório e apertou a mão das duas presentes - Entrem!

O casal entrou e se sentou à frente da mesa dela.

Brunna: Olha, doutora, antes de tudo eu gostaria de me desculpar pela forma como te tratei naquele dia no restaurante - Falou e logo mordeu o lábio inferior - Eu ainda estava um pouco perdida no que estava acontecendo.

Ludmilla se surpreendeu com a frase da esposa, já que ela não esperava que ela se desculparia por um acontecimento tão antigo como aquele.

Mirela: Não se preocupe - A mulher sorriu simpática - Eu entendo perfeitamente.

Ludmilla: Então, Mirela, como funciona o tratamento? - Ela queria ir direto ao assunto.

Mirela: Bom - A mulher suspirou e se ajeitou na cadeira - Como eu falei pra você, é um tratamento experimental. Nós não damos 100% de certeza que será eficiente, apenas temos a esperança de que sim - Disse sincera - O tratamento será feito em Portugal, posso lhes assegurar que a equipe médica que está trabalhando nesse experimento é muito eficiente, eles têm a melhor equipagem possível para realizar os tratamentos.

Brunna: Quanto tempo duraria o tratamento? - Perguntou dessa vez.

Mirela: Uma média de seis meses. Pode parecer pouco, mas eles estudaram sobre e chegaram à conclusão de que, se o tratamento não funcionar dentro desse período de tempo, é provável que não funcione - Falou e pegou uma caneta anotando algo em seu bloco de receitas.

Ludmilla: Quantas pessoas participarão do experimento? - Segurou a mão da esposa e a apertou para passar segurança.

Mirela: Ainda não foram selecionados os pacientes. Depois da inscrição todos serão submetidos a uma bateria de exames para ver se poderão cumprir todas as partes do tratamento e também para avaliar o nível desse perda de memória.

Brunna: Vou fazer uma pergunta. Promete ser sincera? - A Loira olhou nos olhos da mulher.

Mirela: Claro.

Brunna: Você acredita que esse tratamento possa ser eficiente?

Mirela: Olha - Olhou para o papel e logo para a mulher novamente - Eu confio nos meus colegas que trabalharam nisso e na qualidade do hospital que vocês ficarão durante os tratamentos, então... sim, acredito que possa ser eficiente.

Ludmilla: Ela ficará internada em um hospital?- Perguntou alarmada.

Mirela: Não, eu me expressei mal. Eles frequentarão o hospital com frequência, mas não serão internados, apenas será necessário a presença para testes e alguns medicamentos que não poderão ser levados para tomar fora do ambiente hospitalar.

Brunna: E qual será o custo? - Apertou os dedos contra a mão da esposa.

Mirela: Temos algumas poucas vagas que serão sem custos, mas vamos priorizar aquelas pessoas que realmente não tem condições para bancar um tratamento como esse - A médica revelou - Então o custo será mensal. Não temos ele definido ainda, mas estima-se que seja uns 3.000 reias por mês. Vocês acham que conseguiram pagar?

Ludmilla: Com certeza! - Disse firme.

Mirela: Ótimo. Então já tomaram a decisão? Realmente vai querer? - Mirela olhou para a Loira.

Brunna: Eu preciso dar a resposta agora?

Mirela: Não - Sorriu simpática - Eu vou te passar um e-mail e, se você decidir que quer se inscrever, você pode me mandar sua documentação por ele e logo será chamada para os exames.

Ludmilla: Esses exames serão feitos aqui? - Questionou.

Mirela: Sim, essa parte dos exames, aqui no Rio, estão em minha responsabilidade, então, se você topar, nós fazemos os exames e os resultados chegarão dentro de poucos dias.

Ludmilla: Esse tratamento pode a fazer sofrer efeitos colaterais? - Perguntou preocupada e começou a acariciar a mão da esposa com o polegar.

Mirela: Infelizmente não é algo que possamos ter certeza - Lamentou - É um tratamento experimental, como eu já havia falado, então ninguem foi submetido a ele ainda, mas garanto que a saúde dos pacientes se manterão intactas.

Brunna: Vamos supor que eu recupere minha memória - Se ajeitou na cadeira - Pode acontecer de eu esquecer os eu aconteceu durante o período sem memória?

Mirela: Infelizmente é uma possibilidade. A parte do seu cérebro que trabalha com a memória vai, caso a recupere, acumular muito conteúdo ao mesmo tempo, então terá de se desfazer de algo para que você não entre em transe - Explicou - Mas não vamos nos precipitar, isso é apenas uma possibilidade, pode ser que seu cérebro reaja bem e tudo se mantenha intacto.

Ludmilla: Eu sei que você não sabe as consequências do tratamento ainda, mas, acha que pode acontecer da condição dela vir a piorar? - Perguntou.

Mirela: Piorar eu lhes asseguro que não vai. Ou ela irá se manter como está, ou terá um ganho parcial da memória ou total, isso tudo depende de muitas variáveis, mas regredir não é uma possibilidade - Ela escreveu mais algumas coisas no bloquinho - Vocês tem mais alguma dúvida?

Ludmilla: Você tem, mor? - Perguntou para a esposa e ela negou com a cabeça.

Mirela: Bom, aqui está um pequeno resumo de tudo o que eu falei - Ela arrancou o papel do bloquinho e deu na mão delas - Se tiverem alguma dúvida o meu número está escrito ali no finalzinho. Não hesitem em me procurarem! Se eu não atender de primeira pode ser por estar com paciente, mas uma hora eu atendo - Sorriu para eles - Pensem com calma e depois me deem uma resposta concreta.

Brunna:  Muito obrigada, doutora - Elas se levantaram e Brunna apertou a mão da mulher.

Mirela: Eu que agradeço.

Ludmilla: Tchau, Mirela - Sorriu para a mulher e saiu da sala com a esposa - E aí, amor? O que você achou de tudo?

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora