24° Capítulo

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NARRAÇÃO...


Brunna estava sentada no sofá com uma xícara de café na mão, enquanto batia o pé no chão nervosa. Ela ainda se sentia mal pelo que fizera na noite anterior, tanto que nem havia conseguido dormir direito depois que chegaram do hospital.

Os passos firmes na escadaria fizeram que seu corpo se arrepiasse dos pés a cabeça. Ela queria muito resolver isso com a esposa, mas estava um pouco nervosa, já que não era de seu feitio se desculpar.

Brunna: Bom dia - Falou assim que ela terminou de descer as escadas.

Ludmilla: Bom dia - Disse séria e foi direto para a cozinha.

Ela apertou a caneca com força entre as mãos e ficou olhando para a televisão, até que ela se sentou no sofá contrário do que ela estava.

Brunna: As crianças ainda tão dormindo? - Queria puxar assunto.

Ludmilla: Sim. O sono deles foi interrompido, então vai dormir até mais tarde - Falou bebendo um gole de café.

Brunna: Eu... Me desculpa - Suspirou e ela continuou em silêncio - Eu sei que deveria ter ouvido o que você falou, mas eu queria só deixar eles felizes.

Ludmilla: Acredite, tudo que eu falo é para o bem deles - Falou sem olhar pra ela.

Brunna: Eu entendo isso, mas ainda é estranho pra mim essa história de ser mãe - Desviou o olhar para o chão - Eu quero muito que minha relação com eles dê certo. A Nina parecia tão feliz quando eu falei sobre a pizza, que tudo que você falou pra mim, virou pó.

Ludmilla: Eu entendo que você queira agradar eles - Os olhos dela foram para ela - E fico muito feliz, só que você pôs a saúde da nossa filha em risco. Entendo que eu reagi mal e te peço desculpas, mas eu estava nervosa.

Brunna: Você não tem que pedir desculpas por nada, Ludmilla - Ela havia conseguido começar a chamá-la pelo nome - Eu que estava errada e admito isso. Só não quero ficar brigada com você.

Ludmilla: Eu também não quero ficar brigada com você - Sorriu e sentiu seu coração aquecer.

Sempre que ambas estavam em qualquer tipo de discussão, a Loira sempre ia até ela e se desculpava usando essa mesma frase que usou.

Brunna: Posso te perguntar uma coisa? - Ficou inquieta.

Ludmilla: Claro.

Brunna: Você teve algo com aquela médica enquanto eu estava no coma? - A pergunta não tinha tom acusatório, era realmente curiosidade.

Ludmilla: Lógico que não! - Se assustou com a pergunta - Nós nos aproximamos muito na época, mas era porque ela tava sempre de olho em você quando eu não podia estar no hospital.

Brunna: Mas ela parecia bem interessadinha em você.

Ludmilla: Eu nunca reparei - Deu de ombros.

Brunna: Ela se despediu de você apertando seu braço. Certeza que tava doida para sentir seus músculos, e não é só do braço que eu digo.

Ludmilla: O acidente te deixou doida também? - A frase dela fez a outra sorrir - Nada a ver.

Brunna: Repara em como ela te trata então. Ontem te olhou de um jeito, que eu achei até que ela ia te agarrar.

Ludmilla: Independente de qualquer coisa, não é recíproco, então não precisa se preocupar.

Brunna: Quer pegar ela? Pega! Só não na minha frente. Não quero ser conhecida como "a corna mansa"! - Falou rindo.

Ludmilla: Nem brinca com uma coisa dessas, Bru - A olhou com os olhos semicerrados - Eu só tenho olhos para você.

Brunna: Sei - Disse desconfiada - Não acha ela nem um pouco bonita?

Ludmilla: Ela realmente é linda, mas não há mulher no mundo que se compare a você pra mim - O olhar apaixonada se fez presente - Você é a mulher da minha vida!

Brunna: É? - Disse de maneira sexy e passou a mão pela própria perna sensualizando para ela - Em todos os sentidos?

O olhar apaixonada percorreu todo o corpo dela vestido apenas por um pijaminha preto.

Ludmilla: Todos os sentidos - Afirmou - Você é perfeita pra mim. Principalmente na cama.

Brunna: Não quer testar se eu sou perfeita para você no sofá? - A frase atrevida fez o corpo da outra se arrepiar toda.

Ludmilla: Até no chão, se você quiser - Se levantou e foi até o sofá que a mulher estava, se ajoelhando em frente à ela.

Brunna: Por que a gente tá se segurando mesmo? - Olhou para os lábios dela.

Ludmilla: Não queremos que ninguém saia magoada - Segurou o lábio inferior dela entre os dentes e puxou.

Brunna segurou a cabeça dela com firmeza e começou a passar sua língua pela boca dela. Como não estava mais aguentando a tortura, Ludmilla segurou a cintura dela e abriu os lábios iniciando um beijo feroz.

??: O que elas estão fazendo? - A voz fina de Nina se fez presente.

Léo: Estão se beijando - Respondeu.

O casal se separou rapidamente e Ludmilla se levantou olhando para os filhos.

Ludmilla: É... Oi - Ainda estava atordoada pelo beijo.

Nina: Por que ela tá nos dando oi? - Olhou confusa para o irmão.

Léo: Eu não sei - Deu de ombros - Mama, a vovó Mia ligou pra você.

Ludmilla: É? O que ela disse? - Balançou a cabeça e voltou a realidade.

Léo: Ela falou que eles e a vovó Sil vai ir almoçar juntos e convidaram a gente para ir também.

Ludmilla: Ah - Ela olhou para Brunna e sorriu - A gente vai, né? - Ela assentiu com a cabeça.

Léo: Ela falou que ia mandar o endereço pelo WhatsApp.

Ludmilla: Obrigada, filho - Foi até o pequeno e beijou sua testa - Tá melhorzinha, meu amor?

Nina: Sim, nem tá doendo mais! - A pequena falou sorrindo.

Ludmilla: Viu? Você é muito forte! - Sorriu para ela - Vamos tomar café da manhã?

Os quatro foram para a cozinha e comeram os omeletes que a morena preparara.

Ludmilla: Filho, vai tomar banho e se arrumar para nós irmos - Falou para o Léo, depois de um tempo que eles estavam no sofá.

Brunna: Eu tô um pouco nervosa - Falou para ela.

Ludmilla: Vai dar tudo certo. Essa é a ocasião perfeita para você começar a praticar - cariciou a mão dela.

Brunna: É muito fácil para mim ser assim com você e nossos filhos, mas eu tô com medo de simplesmente surtar quando der de cara com a minha mãe - Seu olhar demonstrava todo o medo que ela sentia.

Ludmilla: Relaxa, meu bem, você vai conseguir, eu prometo!

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora