4° Capítulo

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Foi aqui que pediram mais? Então aí! kkk
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CONTINUAÇÃO...

Ludmilla: Como assim? Ela não se lembra de nada? - Perguntou assustado.

Médico: Eu não sei te dizer com precisão. Precisamos examinar ela com calma pra dar um diagnóstico preciso - O médico explicou.

A morena sentiu seu sangue correr frio pelas veias. Imaginar que sua esposa não se lembraria mais dela, a fez perder o sangue do rosto e ficar pálida.

Médico : Bom, eu vou levá-la para poder examinar com calma e depois nós voltamos com o resultado, ok? - O doutor avisou e então os enfermeiros o ajudaram a levar a maca de Brunna enquanto ela não parava de falar.

Ludmilla: O que tá acontecendo? - Se virou para a sogra que tinha os olhos cheios de lágrimas.

Mia: Parece que voltamos à estaca zero - Ela deixou as lágrimas rolarem - Eu fui abraçar ela animada, quando vi os olhos dela se abrindo, só que ela praticamente me empurrou para longe e perguntou o que eu tava fazendo, com aquela cara de brava que você bem conhece. A minha filha voltou a não gostar de mim, Ludmilla.

Ludmilla viu a sogra se derramar em lágrimas e então se aproximou a abraçando apertado.

Ludmilla: Você acha que ela não lembra de nada que aconteceu entre nós? - Questionou acariciando o ombro da mulher mais velha.

Mia: Acho que não, minha filha. Você viu o jeito que ela te chamou e foi só depois que vocês começaram a namorar, que nós começamos a nos tratar como mãe e filha de verdade.

A relação da mulher com a filha era bem difícil antes de ela se envolver com a Ludmilla. Brunna sempre foi uma pessoa muito difícil de se conviver, já que ela não fazia a mínima questão de ser agradável. Ela xingava quem queria, não era muito educada, fazendo com quê sua relação com os demais fosse um pouco complicada.

Ludmilla: Acha que devemos ligar para o Jorge? - A morena perguntou após alguns minutos de silêncio.

Mia: Sim, temos que avisar a todos que ela está bem. Independente da memória, a minha filha tá de olhos abertos novamente - Ela deu um sorriso, ainda triste.

Ludmilla: Pode deixar que eu ligo. Toma o seu café aí quietinha, que eu já volto - Sentou a sogra na poltrona e pegou as coisas que havia comprado, dando nas mãos dela - Vou ser rápida.

Ela saiu do quarto e ficou no corredor.

Jorge: Alô? - A voz do sogro se fez presente no outro lado da linha.

Ludmilla: Oi, Jorge. Liguei para avisar que a Bru acordou - Ela queria ter um tom de voz empolgada, mas estava com medo do que poderia acontecer.

Jorge: Minha filhinha acordou? Eu vou para aí agora! - Desligou o celular em seguida.

Ela digitou o número da mãe e então ligou.

Silvana: Oi, minha filha - Disse ao atender o celular.

Ludmilla: À Bru acordou, mãe.

Silvana: Sério? - Disse Alegre - E por que eu não sinto muita animação nessa voz?

Ludmilla Eu tô muito feliz, só não caiu a ficha ainda - Mentiu para não preocupar a mulher.

Silvana: Eu não posso tirar o Léo da aula, mas prometo que assim que ele sair, nós vamos para o hospital, ok?

Ludmilla: Tá bom, mãe.

Ela avisou para todos que sabiam do estado da esposa e logo voltou para o quarto, encontrando a sogra com os olhos fechados.

Mia: Avisou? - Ela abriu os olhos assim que a porta se fechou.

Ludmilla: Sim, o Jorge tá vindo pra cá, o restante vai vir assim que tiver tempo - Ela falou e se sentou na outra poltrona presente - Vai ficar tudo bem, Tia Mia - Ela resolveu ser a fonte de esperança.

Mia: Eu espero que sim, minha filha.

Passou-se um tempo e então o médico e os enfermeiros voltaram com a mulher para o quarto, só que dessa vez ela estava calada e com uma expressão de impaciência.

Médico: Posso falar com você? - Ele falou baixinho para que apenas a Ludmilla ouvisse.

Eles foram para o lado de fora do quarto, logo a mãe da Brunna saiu também.

Médico: Nós fizemos uma série de perguntas para ver até onde a memória dela estava ativa, e descobrimos que a pancada foi tão forte a ponto de fazer as lembranças dos últimos dez anos se apagarem da mente dela - O médico explicou.

Ludmilla: Como isso é possível? - Se assustou.

Médico: Na verdade é algo bem complexo, acredito que vocês não compreenderiam muito bem. Mas é real. A paciente não se recorda nem que já está nos 34 anos de idade - Informou vendo a expressão surpresa e triste dos familiares da paciente - Eu sinto muito. Vamos fazer de tudo para que isso seja recuperado, mas não há uma certeza de que irá.

As pernas de Ludmilla fraquejaram e ela teve que se apoiar na parede para não cair.

Mia: O que a gente pode fazer? - Perguntou.

Médico: Ela vai ficar em observação por uns três dias, no decorrer desses dias, quando vocês já estiverem mais calmos, eu explico tudo direitinho - Ele deu um sorriso reconfortante - Eu e minha equipe vamos nos retirar, qualquer coisa que precisarem é só nos chamar.

Ele abriu a porta do quarto e chamou os outros para que saíssem da sala. Ludmilla e a Mia se olharam com medo de entrar na sala e reencontrar o 'monstro' que a Loira era, antes de encontrar o amor.

Mia: Como você tá? - Entrou lentamente e perguntou com medo da resposta.

Brunna: Como você acha? - Falou de maneira irônica - Eu não tô entendendo merda nenhuma do que tá acontecendo - Disse irritada.

Elas repararam que até o palavreado da Loira estava igual ao que era antes de sua mudança.

Brunna: Quando eu vou poder sair dessa espelunca? - Ela olhou com desdém para o quarto.

Mia: Você vai ficar de observação por alguns dias, só então vai poder sair - A mãe da mulher se sentia conversando com uma estranha, coisa que não acontecia há anos.

Brunna: Ele me disse que eu já tô bem, para quê me manter aqui? Só pensam em dinheiro mesmo - Revirou os olhos - Por que vocês duas tão aqui e cadê o meu pai? - Pergunto impaciente.

Mia: O seu pai...

Jorge: Filha! - Abriu a porta e sorriu ao ver os olhos castanhos da filha.

Brunna: Pai! - Ela abriu os braços o chamando para um abraço.

Ele foi correndo e a abraçou com força.

Jorge: Que saudade que eu tava desses seus abraços e de ver esses olhinhos lindos - Ele segurou o rosto dela entre as mãos e olhou para os olhos opacos.

Brunna: Eu que tava com saudade do seu abraço.

A única pessoa por quem Brunna demonstrava ter sentimentos na época que era uma pessoa fria, era por seu pai. Nem mesmo a sua irmã mais nova havia conseguido derreter o coração de gelo.

Jorge: Ansiosa para ver todo mundo?- Perguntou dando um beijo na testa dela.

Brunna: Você era a única pessoa que eu queria ver, na verdade - Deu um sorriso e se separou dele.

Jorge estranhou a fala, mas preferiu não tocar no assunto. Ele reparou que sua filha não estava tão calorosa quanto era antes do acidente e que seus olhos não tinham mais aquele brilho lindo, mas estavam opacos.

Brunna: E a Emilly? - Perguntou para o pai.

Jorge: Deve estar vindo também, filha. Vocês avisaram para ela? - Se virou para a esposa.

Mia: Sim! - Ela respondeu.

Ludmilla não havia ousado dizer uma só palavra, não estava preparada para ouvir as palavras duras da esposa, como acontecia antes do relacionamento.

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora