59° Capítulo

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Nina: É hoje? - Perguntou animada para a mãe.

Ludmilla: Sim - Disse sorrindo ao ver a felicidade da filha.

Léo: Agora?

Ludmilla: Não, filho, a mamãe só vai chegar à noite - Explicou.

Nina: Mas falta muito para ser noite ainda - A menina resmungou.

Ludmilla: Falta nada! Logo logo já fica noite. O que acham de dar um passeio no parque?

Léo: Fazer o que? - Fez um bico.

Ludmilla: Continuar ensinando a Nina a andar na bicicleta que a mamãe deu para ela.

Nina: Sim! Vamos, Lê, por favor - A pequena disse manhosa para o irmão.

Léo: Tá, mas eu vou levar meu patinete, tá? - Olhou para a mãe.

Ludmilla: Claro, filho.

Quando terminaram de tomar café, eles trocaram de roupa e então partiram para o parque mais próximo da casa.

Léo: Se pedala pra frente, Nina! - Disse impaciente enquanto a menina insistia em girar os pedais para trás.

Nina: É difícil - Resmungou tentando, mas sem coordenação para conseguir.

Ludmilla: Léo, você precisa ser mais paciente Filho! Faz como a Mama te ensinou da outra vez, filha - Disse a incentivando.

Depois de algumas tentativas, a menina finalmente conseguiu pedalar direitinho.

Ludmilla: Não se afastem! - Falou estendendo a toalha que havia levado no chão e se sentando nela.

Ela observava os filhos com um pequeno sorriso no rosto. Eles estavam crescendo tão rápido! Sua menininha em pouco tempo já estaria na escola e o mais velho cada vez mais esperto. Sentia falta da época que eles eram totalmente dependentes dela. Sentia falta de quando o Léo a chamava pois não conseguia pôr as calças sozinha. Quando Nina pedia para ela fazer seu leite com achocolatado. Sentia muita falta disso.

??: Hey - Uma estranha voz feminina disse a tirando de seus devaneios.

Ludmilla: Oi - Sorriu observando Mirela parada ao seu lado - Quer sentar? - Foi mais para o lado e a mulher se sentou.

Mirela: Eu tava passeando com o Leni e vi que conhecia aquelas crianças lindas - Apontou para os filhos da mulher.

Ludmilla estranhou o nome, mas logo viu que ela tinha um pequeno cachorrinho ao seu lado.

Ludmilla: Eles estão muito ansiosos pra chegada da Brunna, se ficassem dentro de casa iam pirar - Falou dando uma risadinha.

Mirela: Eles, ou você? - Arqueou uma sobrancelha a olhando.

Ludmilla: Culpada - Sorriu negando com a cabeça - Eu não aguento mais essa distância. Quero minha mulher do meu lado logo.

Mirela: Agora ela não sai mais.

Ludmilla: Você acha que o tratamento pode vir a funcionar?

Mirela: Era um tratamento experimental, mas muita gente, ainda durante o tratamento, conseguiu recuperar a memória. Tenho certeza que algum efeito ele vai fazer na memória da Brunna - Certificou.

Ludmilla: Por que a dela não voltou ainda?

Mirela: Cada um tem um organismo diferente. Talvez o dela demore mais a absorver o tratamento e o resultado venha mais tarde.

Ludmilla: É o que eu tô torcendo. Não pode ser que esse tratamento tenha sido a toa - Suspirou.

Mirela: Não foi, relaxa - Deu um sorriso o confortando - Tem algo pra fazer a tarde?

Ludmilla: Nossa família vai ir lá para casa a tarde. Vamos organizar uma recepção para a Bru - Explicou - Gostaria de ir?

Mirela: Por mais que sua esposa tenha sido tranquila em falar comigo sobre o tratamento, sei que não gosta muito de mim.

Ludmilla: Ela tem ciúmes, só isso. Mas é só ela ver que você não quer nada comigo, que vai ficar tudo bem.

Mirela: Aí que tá o problemaela - Olhou nos olhos dela e ficou séria - Eu quero alguma coisa com você, mas não se preocupe que eu respeito demais o seu casamento.

Ludmilla: Eu... - Ela estava um pouco chocada com a revelação da médica.

Mirela: Relaxa, ok? Eu só achei que você tinha o direito de saber que não é coisa da cabeça dela. Mas eu jamais iria tentar algo com você, É bem nítido o quanto você ama ela e não seria capaz de fazer nada.

Ludmilla: Desculpe.

Mirela: Não se preocupe quanto a isso - Sorriu simpática - Saiba que eu vou seguir cuidando dos seus filhos, se você quiser. Esse sentimento passa - Deu de ombros - Só eu achar a pessoa certa.

Ludmilla: Você é uma mulher excelente, tenho certeza que isso não irá demorar - Deu um último sorriso para ela antes de se levantarem - Eu e as criança já vamos indo.

Mirela: Eu também - Sorriu - Até mais. Tudo de bom para você e para sua mulher.

Ludmilla: Para você também.

Elas deram um pequeno abraço e então Ludmilla foi até os filhos.

Ludmilla: Hora de ir pra casa!

(...)

Emilly: Quais as chances de ela ter regredido mais na memória e chegar chutando a cara de todo mundo? - Perguntou enquanto ajeitava as comidas na mesa.

Ludmilla: Ela não regrediu - Falou rindo - Relaxa que ela segue a mesma de sempre.

Emilly: Então eu vou ter que proteger minha filha! - Disse botando as duas mãos na barriga de quatro meses de gestação.

Emilly e Ramana finalmente haviam conseguido o que tanto queriam, engravidar. O casal não podia estar mais feliz com a espera da pequena Sabrina.

Luane: Eu também tô um pouco assustada com essa chegada - Falou.

Ludmilla: Mas gente, minha mulher não é um monstro não! - Defendeu a esposa - Parem de falar como se ela fosse alguma surtada e estivesse voltando do sanatório.

Luiza: Única coisa que pode ter acontecido é ela ter ficado mais surtada - Foi a vez de Luiza implicar.

Ludmilla: Até você, Lulu? - A olhou indignada - Saibam que eu vou contar tudo para ela e se ela realmente estiver como vocês estão falando, vai acabar com vocês.

Mia: Parem de falar assim do meu bebê - Chegou na sala - Ela tá ótima! Falei com ela todos os dias.

Ludmilla: Obrigada, tia Mia - Elas deram um hi-five.

Todos estavam animados e ansiosos pela chegada da Brunna. O tempo de distância havia sido grande e dessa vez eles estavam com mais saudade ainda do que da vez do acidente.

Ludmilla: Minhas mãos estão suando - Reclamou.

Luane: Parece que vai dar o primeiro beijo - Implicou com a irmã.

Ludmilla: Depois de seis meses, é tipo isso!

Eles terminaram de arrumar tudo e então Ludmilla chamou os filhos para a sala, pois já estava quase na hora de ir para o aeroporto.

Ludmilla: Vamos? - Foi só ela falar isso que a maçaneta da porta foi girada - Estamos esperando mais alguém?

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora