34° Capítulo

986 100 15
                                    

NARRAÇÃO...


Brunna seguia sentada no sofá ao lado da esposa, só que se esquivava o quanto podia para não tocar nela.

Ela estava mais que irritada, estava possessa de raiva. Odiava que chamassem sua atenção, e ela fez questão de fazer isso em frente à toda a família, pessoas que ela não tinha tanta intimidade.

Nina: Mamãe - Chegou na sala correndo e apenas parou quando se bateu em suas pernas - Eu quero fazer xixi!

A Loira respirou fundo. Não queria descontar a raiva na filha pois sabia que ela não tinha culpa, então apenas se levantou do sofá e saiu de mãos dadas com a menina em direção ao banheiro.

Luíza: Você está encrencada, Lud - Falou para a cunhada - Ela tá muito brava.

Ludmilla: É, eu sei - Suspirou - Mas ela tem que entender que eles são crianças, não precisam de tanta informação assim.

Vilma: Ela não fez por mal, filha - Falou - Só não queria enganar os filhos como o restante das pessoas. Imagina como essa criança que acredita que veio da cegonha vai se sentir, quando descobrir a verdade.

Emilly, Alicia e Ramana já haviam ido embora.

Ludmilla: Mas ela tem que aprender a ter delicadeza com as palavras - Rebateu.

Mia: Você casou com ela sabendo que ela é dessa forma, não deveria brigar por uma coisa boba dessas - Disse de maneira calma.

Ludmilla: Eu sei - Se deu por vencida - Eu vou conversar com ela quando a gente chegar em casa.

Brunna voltou para a sala sem a filha e se sentou ao lado da irmã.

Ludmilla: Cadê a Nina? - Perguntou e ela fingiu que nem havia ouvido. Ela respirou fundo para não falar o que não deveria.

Jorge: Cadê a Nina, filha? - Perguntou sabendo que ela não falaria com a esposa de forma alguma.

Brunna: Voltou pra brincar com o Léo - Essas foram as últimas palavras dela durante a comemoração.

Durante o almoço ela ficou em total silêncio. Se alguém lhe dirigia a palavra, ela apenas assentia com a cabeça, negava ou sorria, inclusive os filhos.

Depois do almoço, quando se reuniram na sala novamente para tomar um cafezinho preto, Brunna se levantou do sofá e pegou sua bolsa.

Mia: Já vai filha? - Perguntou.

Brunna: Sim - Olhou para os filhos - Querem ir comigo?

Nina: Sim! - Se levantou do chão rapidamente e deu a mão para a mãe.

Léo: Eu vou ficar brincando tá bom, mamãe?- Falou e ela assentiu com a cabeça.

Ludmilla: Como você vai, se seu carro nem tá aqui? - Questionou com as sobrancelhas arqueadas.

Ela não falou nada e sequer a olhou, apenas mostrou o celular com o aplicativo de motoristas ligado.

Brunna: Foi um prazer passar o dia com vocês, mas eu tenho que ir - Foi notável o tom irônico em sua fala.

Ela apenas acenou para eles e saiu de mãos dadas com a filha. Ludmilla suspirou e e fechou os olhos.

Ludmilla: Que mulher marrenta, viu? - Resmungou.

Renato: Você deveria ir atrás dela, filha - Aconselhou.

Ludmilla: Deixa ela dar uma acalmada, que depois eu vou lá e converso com ela.

Ela e Léo ficaram mais umas duas horas na casa dos pais da Loira e foram embora também.

Léo: Eu vou ir deitar na minha cama, tá?- Olhou para a mulher.

Ludmilla: Vai lá, filho - Sorriu para o menino e ela subiu as escadas.

Ludmilla ficou alguns minutos ali pensando no que falar e um jeito de abordar aquela fera que era a esposa brava, e então subiu as escadas. Ela pôs a mão na maçaneta da porta e a girou, porém não consegui abrir pois a porta estava trancada.

Ludmilla: Mor, abre aqui! - Bateu na porta, mas não obteve respostas - Para de palhaçada, Bru - Bateu mais algumas vezes e nada - Brunna, abre essa porcaria dessa porta! - Tentou mais uma vez, mas sem êxito - Eu vou ficar sentada aqui fora, até você abrir - Se sentou com as costas escoradas na porta.

Brunna: O que você quer? - Pôde ouvir que a voz da esposa estava mais rouca que o normal.

Ludmilla: Eu quero falar com você - Virou de lado olhando para a porta - Me deixa entrar, vai.

Brunna: Fala logo o que você quer.

Ludmilla: Eu quero te pedir perdão, amor - Se desarmou - Eu sei que foi muito grosseiro da minha parte, chamar sua atenção na frente de todo mundo, só que eu fiquei irritada por você ter conversado sobre aquilo com as crianças sem me consultar - Ficou esperando ela falar algo, mas nada foi dito - Eu tinha planejado na minha cabeça já tudo que era pra falar pra eles. Consultei com psicóloga especialista em crianças, li sobre o assunto, só que daí eles confiaram mais em você do que em mim, foi isso que me tirou do sério - Ficou em silêncio por alguns segundos - Abre, meu amor, por favor! Eu quero que tudo fique bem entre a gente.

Depois de uns dez minutos esperando, ela cansou e deitou sua cabeça na porta. Nesse mesmo momento a mulher abriu a porta fazendo a outra cair no chão, perto de seus pés. Ela olhou para cima e pôde ver os olhos vermelhos da esposa a fitando.

Ludmilla: Você tava chorando? - Se levantou do chão rapidamente e segurou o rosto dela entre as mãos - Eu te fiz chorar? Me desculpa, meu amor! - Deu vários selinhos nos lábios da esposa - Desculpa, desculpa, desculpa - Repetia diversas vezes.

Brunna: Para de se desculpar - Ela empurrou o ombro dela com a mão - Você tá certa, eu deveria ter te consultado, já que eu não sei, como ser mãe mesmo - Não havia ironia na frase, era algo verdadeiro.

Ludmilla: Não fala um coisa dessas - Ela fechou a porta atrás de si e segurou o rosto dela novamente - Você é uma mãe maravilhosa.

Brunna: Pode ser que eu fosse, hoje eu não sou mais - Os olhos dela começaram a lacrimejar novamente e ela mordeu o lábio superior segurando o choro.

Ludmilla: Você é sim! Mesmo não lembrando de nada, você ainda sim transmite muita confiança e amor para os nossos filhos, e isso é a base essencial de ser mãe - Ela a consolou e limpou uma lágrima que escapou do olho da Brunna - Você me perdoa?

Ela assentiu com a cabeça e a abraçou com força não aguentando mais segurar 0 choro. Ludmilla não falou mais nada, apenas ficou a abraçando até ela se acalmar.

Ludmilla: Me desculpa por arruinar seu dia das mães - Sussurrou ainda abraçada à ela.

Brunna: Não arruinou nada - Se separou dela e sorriu - O dia ainda não acabou.

Ludmilla: Vamos dormir um pouquinho para nos divertirmos com nossos filhos depois - Puxou ela até a cama.

A Loira se deitou e Ludmilla tirou o sapato, camisa e calça antes de deitar ao lado dela.

Ludmilla: Você quer falar alguma coisa? - Viu que ela estava um pouco inquieta - Se quiser pode falar, se não, tá tudo bem.

Brunna: Eu quero você - Sussurrou abraçando o corpo da esposa com a perna e o braço esquerdo - Você tem tudo que eu quero.

Ludmilla: Você também - Disse olhando nos olhos dela - Eu te amo!

O casal se beijou apaixonadamente.

Brunna: Mas só para o seu governo - O tom de voz irônico voltou - A senhora vai ficar sem sexo por pelo menos dois dias.

Ludmilla: Nossa Buh, achei que tinha me perdoado - Brincou a abraçando mais forte.

Brunna: Eu perdoei, mas você não vai sair impune - Deu alguns selinhos nela - Agora dorme.

Ludmilla: Vingativa.

As duas riram e se encaixaram em um abraço bem apertado e aconchegante logo pegando no sono.












Tchau, até mês que vem kkkkkkkkkk!

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora