53° Capítulo

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NARRAÇÃO...

Já fazia um mês que Brunna estava em Portugal realizando o tratamento. Ela ligava diariamente para a esposa e para os filhos por FaceTime, matando um pouquinho da saudade que sentia deles, e em uma dessas ligações, revelou para a esposa que havia tido um breve sonho que poderia ser uma memória.

Ligação on

Ludmilla: E como foi, amor? - Tinha seu celular apoiado no computador de sua sala.

Era hora de seu almoço e ela resolveu almoçar na sala para poder falar com a esposa.

Brunna: Meio estranho - Revelou fazendo um bico - Não havia nada concreto. Só tinha luzes e gritos e do nada o choro de um bebê.

Ludmilla: Deve ter sido o nascimento de um dos nossos filhos - Falou sorrindo ao analisar aquele rosto que ela tanto amava.

Brunna: Verdade - Falou pensativa - Pela manhã nós sempre temos uma terapia em grupo onde contamos se aconteceu algo diferente durante a noite.

Ludmilla: Sério? E muita gente lembra de algo? - Terminou sua comida e deixou o pote de lado para focar na mulher.

Brunna: É o primeiro mês né, amor, não dá pra forçar a barra também. A maioria do papo dessa reunião é sobre as lembranças antes da perda da memória.

Ludmilla: Onde você está agora? - Estranhou a parede atrás dela.

Brunna: No quarto do hotel - Virou o celular mostrando o lugar - Sempre que a gente conversa eu estou na cama, por isso que não reconheceu.

Ludmilla: E você se diverte bastante aí? - A pergunta saiu inocente, mas chegou maliciosa aos ouvidos da loira.

Brunna: Oh, Ludmilla, não se pergunta uma coisa dessas - Mordeu o lábio inferior.

Ludmilla: Você só pensa nisso, né? - Semicerrou os olhos.

Brunna: Não fui eu que fiz a chamada no meio de algo na noite passada - A provocou com um sorrisinho safado nos lábios.

Ludmilla: Eu precisava muito te ver e ouvir sua voz. Vai dizer que não foi bom? - Arqueou as sobrancelhas.

Brunna: Foi ótimo, mas eu estava no meio de uma palestra. As pessoas devem ter pensado que eu tava fazendo outra coisa no banheiro - Falou rindo.

Ludmilla: Mas valeu a pena - Ela sorriu - Uma pena não poder te tocar, te sentir...

Brunna: Onde quer me tocar? Aqui? - Ela apoiou o celular na escrivaninha no quarto dando uma melhor visão dela, então passou as mãos pelos seios por cima da blusa.

Ludmilla: Bruu, não começa - Resmungou sabendo que não teria controle se a esposa seguisse a provocando.

Brunna: Você quer me ver nua, amor? - Diminuiu o tom de voz para ficar mais sexy e mordeu o lábio inferior enquanto passava o dedo pelo primeiro botão da blusa que vestia.

Ludmilla: Não me faz voar até Portugal para te ensinar a não provocar uma mulher com saudade - Já sentia seu corpo tensionado.

Brunna: Não seria má ideia - Arqueou uma sobrancelha e foi descendo o dedo pelos botões, os abrindo um por um.

Ludmilla: Amor - Usou um tom de repreensão quando o vale entre os seios dela ficaram a mostra - Você não divide quarto com ninguém, né?

Brunna: Tá achando que é alojamento de universidade? - Deu uma risadinha.

A mulher segurou os dois lados da blusa e começou a descê-la. Quando já estava quase se despindo, uma batida foi ouvida em sua porta.

Brunna: Merda - Resmungou e levantou a blusa a abotoando novamente - Já volto. - A mulher se levantou e foi até a porta.

??: Olá, senhora! - Um dos funcionários do hotel estava lá - Pediram para lhe avisar que, em alguns minutos, iniciará a palestra sobre os medicamentos.

Brunna: Obrigada - Sorriu para o homem e fechou a porta.

Ludmilla: Sobre os medicamentos? - Perguntou estranhando quando ela se sentou na cadeira novamente.

Brunna: É. Esse primeiro mês foi mais de estímulo. Reuniões, terapias, coisas que nos incentivavam a lembrar de coisas do passado. Hoje vai ter mais uma longa e entediante palestra pra falar sobre os medicamentos, então poderemos iniciar eles - Revelou com uma expressão de tédio.

Ludmilla: Melhor você ir se arrumar, meu amor - Falou sorrindo para ela.

Brunna: Sim. Até nisso eles me atrapalham - Revirou os olhos - Posso nem transar virtualmente - Resmungou fazendo um bico.

Ludmilla: Tadinha dela - Brincou com uma voz manhosa - Prometo que, quando eu te ligar a noite a gente se diverte bastante.

Brunna: Difícil, amor. Na hora que eu costumo ligar, vai ter alguma coisa que eu sequer me lembro. Vou falar com as crianças, quando elas ainda tiverem na minha mãe e acho que não consigo mais falar com você hoje - Lamentou.

Ludmilla: Tudo bem então, amanhã a gente se fala - Deu um pequeno sorriso.

Brunna: Tá bom, meu bem. Bom trabalho pra você - Sorriu de volta para ela - Quando for pôr nossos filhos na cama, diga a eles que eu os amo mais que tudo nesse vida, e diga isso a você também - Brincou - Tenho que ir - Olhou para o relógio em seu pulso.

Ludmilla: Se cuida, amor. Te amo - Ela lhe mandou um beijo.

Brunna: Também te amo - Dito isso, ela deu um último sorriso e desligou a chamada.

Recém havia se passado um mês, dos seis que estavam por vir de distância e Ludmilla sabia que não seria capaz de esperar todo esse tempo, para reencontrar com sua esposa.

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora