47° Capítulo

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NARRAÇÃO...

Brunna e Ludmilla estavam na mesa da cozinha tomando o café da manhã, que havia sido preparado pela morena.

Brunna: Eu tô com as pernas fracas ainda - A Loira revelou fazendo a esposa sorrir.

Depois do carro, as duas partiram para casa com pressa e aproveitaram a maioria dos cômodos. Sofá, chão, bancada da cozinha, pia do banheiro, banheira, os únicos lugar que elas não fizeram foi na cama delas.

Ludmilla: Culpa sua, ficou me atentando.

Brunna: Eu adorei, deveríamos fazer mais vezes - Sorriu e logo bebeu um gole do seu café.

Ludmilla: Eu também acho, mas vamos deixar pro fim de semana. Foi horrível ter que levantar cedo - Resmungou.

Brunna: Ruim demais - Revirou os olhos.

Ludmilla: Hoje nós temos um assunto a resolver, certo? - Ela mudou de assunto.

Brunna: Qual? - Olhou para ela sem entender.

Ludmilla: Nossos filho! Não vou deixar você adiar mais nem um dia - Afirmou.

Brunna: Quem disse que eu tava adiando? Eu só queria aproveitar nossa noite de aniversário de casamento sem traumatizar nossos filhos - Arqueou as sobrancelhas.

Ludmilla: Eu te conheço muito bem, mor - Revelou - Eu vi nos seus olhos a insegurança. Você tava confiante, mas quando a gente entrou no carro pra buscar eles, você ficou com medo.

Brunna: Você tá viajando.

Ludmilla: Não precisa fingir pra mim. Eu te entendo perfeitamente e também estou com medo de falar isso pra eles. Não suporto ver eles chorando - Tocou na mão dela.

Brunna: Nem eu - Deu um longo suspiro - Por que tudo tem que ser tão difícil pra mim?

Ludmilla: Não é só pra você, amor, é pra todo mundo. Vai ser ruim pra todos nós, mas no fim das contas vai acabar sendo o melhor - Sorriu para confortar ela.

Brunna: É, você tá certa - Deu um pequeno sorriso.

(...)

Ludmilla: Boa noite! - Sorriu para as recepcionistas entrando pela catraca.

??: Boa noite, senhora Oliveira - Uma delas falou.

Ela viu a esposa parada no meio da academia e olhando para um papel, mas como ela a conhecia muito bem, sabia que seu foco não estava naquela folha, mas sim bem longe disso.

Ludmilla: Oi - Sussurrou no ouvido dela dando um beijinho em seguida.

Brunna: Oi, amor - Ela sorriu e deu um beijo nos lábios dela.

Ludmilla: Qual meu treino de hoje mesmo? - Não se lembrava o do dia anterior.

Brunna: Na verdade eu tava pensando de irmos direto pegar nossos filhos. Eu não quero ter que adiar mais esse momento, tá me consumindo por dentro - Os os olhos dela demonstravam o medo.

Ludmilla: Claro, amor - Ela sorriu com com paixão e acariciou o rosto da esposa - Pega suas coisas que eu vou te esperar aqui.

Ela fez tudo o que tinha que fazer e então voltou para o lado da esposa. Elas pegaram os filhos na casa da Mia e então partiram para a sua.

Nina: Hoje o Léo que toma banho primeiro, mamãe! Ontem na vovó Mih fui eu - Disse apontando para o irmão.

Brunna: Na verdade a mamãe quer conversar uma coisa com vocês. Pode ser? - Revezou o olhar entre os dois e eles assentiram com a cabeça - Então sentem no sofá.

Os dois se sentaram e ela e Ludmilla se sentaram no chão em frente à eles.

Brunna: Primeiro de tudo, eu quero que saibam que eu amo vocês mais que tudo nesse mundo e que jamais os abandonaria - Acariciou a perna dos dois e eles sorriram para ela.

Léo: A gente também te ama, mamãe! - Falou.

Nina: Mais do que as estrelas! - Gesticulou com os bracinhos.

Brunna: Olha - Ela limpou a garganta se preparando para iniciar o assunto - A mamãe vai ter que viajar por um tempinho, mas...

Léo: Muito longe? - Perguntou.

Brunna: Um pouquinho longe - Ela sorriu para disfarçar a vontade que estava de chorar - Vai ser rápido, em poucos meses a gente vai se ver novamente.

Léo: Meses? Mas meses são muitos dias!

Brunna: Eu sei, meu amor - Ela acariciou a perna do filho -Mas é algo que eu preciso fazer para nós voltarmos a ser aquela família feliz de antes.

Nina: Mas nós somos felizes, mamãe - Fez um bico.

Nesse momento Brunna teve que morder o lábio inferior com força para impedir as lágrimas que insistiam em inundar seus olhos.

Brunna: Eu sei, meu bem, só que a gente vai ser muito mais feliz que agora - Sorriu para a menina - Vocês não sentem saudade da época antes da mamãe passar um ano dormindo? - Eles assentiram com a cabeça - Então. Eu prometo que vai ser tão rápido que vocês nem vão ver o tempo passar.

Léo: A mama vai com você? - Perguntou.

Ludmilla apenas observava tudo em silêncio.

Ludmilla: Não filho, a mama vai ficar aqui com vocês - Falou.

Nina: Mamãe, você tá chorando? - A pequena fez um bico logo após a frase, pois ver a mãe chorando a fazia chorar também.

Brunna: Eu vou ficar com saudade de vocês - Sentiu as lágrimas quentes escorrer em por seu rosto.

Léo: Então não vai - Falou como se fosse óbvio.

Brunna: Filho, eu preciso ir, é o... - Ela deu um soluço involuntário - Desculpa , Não conseguiu mais segurar as lágrimas ao ver Nina chorando em silêncio.

A mulher abraçou as pernas, pôs o rosto nelas e então desabou a chorar.

Léo: Mama, o que houve? - O menino estava preocupado.

Ludmilla: Nada, filho - Ela pôs a mão nas costas da esposa e ficou acariciando Calma, amor.

Seu coração estava despedaçado ao ver o estado da esposa e ver a filha se segurando para não chorar alto.

Brunna: Eu não consigo mais - Falou com a voz abafada e entre soluços.

Ludmilla: Eles já entenderam, meu amor - Beijou a cabeça dela - Venham aqui, meus filhos.

Os dois desceram do sofá. Léo se sentou no colo de Ludmilla observando tudo e Nina foi até a mãe a abraçando.

Ludmilla: Oh mama promete que vai ficar tudo bem, tá? - Os dois assentiram com a cabeça. O que acham de irem pegar água pra mamãe se acalmar?

Léo se levantou e foi até a irmã.

Léo: Vamos, Nina segurou sua mão.

Ela olhou para a mãe uma última vez e foi para a cozinha com o irmão.

Brunna: Eu não vou conseguir - Levantou a cabeça e olhou para Ludmilla - Eu não vou mais ir.

Seu rosto estava vermelho e completamente molhado pelas lágrimas.

Ludmilla: Olha pra mim - Segurou o rosto dela entre as mãos - Você vai conseguir! Você nunca foi mulher de desistir, não vai ser agora que vai começar.

Brunna: Olha pra eles. Eu fiz nossa filha chorar - Lamentou.

Ludmilla: Ela sempre chora quando vê alguém chorando. Não foi sua culpa - Limpou as lágrimas dela.

Nina e Léo voltaram para a sala com uma garrafinha de água.

Léo: Toma, mamãe - O menino estendeu para ela.

Brunna: Obrigada, meu amor - Ela tomou a água e logo os puxou para um abraço - Eu amo vocês. Muito!

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora