Apenas um sorriso

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Três dias. 

Esse era o tempo que Maeve permanecia desacordada, onde somente sua respiração movia o peito com certa dificuldade.

As curandeiras de Kattegat sempre estavam do lado dela para qualquer ato de despertar da ruiva, esperando ansiosamente pelos olhos azuis cristalinos da jovem se abrir. Contudo, nada ocorria. A sobrevivente estava em um estado de adormecer profundo e isso deixava todos da cidade preocupados.

Ubbe permaneceu ao lado dela dia após dia. Não comia ou mal bebia pela preocupação de sua amada em vê-la acordar ou ao menos murmurar algum som, mas nada ocorria. Agora, sua angústia aumentava por saber que Maeve carregava seu filho no ventre. O viking caminhava nos aposentos da jovem de um lado para o outro, dividindo-se entre momentos de se sentar ou caminhar de inquietação. Ubbe sentia seu coração bater mais e mais forte a medida em que as horas passavam e sol se pondo no fim da tarde para vir a noite.

Primeiro dia...

No fim da batalha, ele cavalgou em seu cavalo o mais rápido que podia para poder chegar em Kattegat o quanto antes no intuito de salvar a mulher de sua vida e também, seu filho. Sentia seu corpo tremer com sua roupa encharcada pela chuva que ocorreu durante a batalha, mas também não era só isso. Estava trêmulo por imaginar na possibilidade de perder alguém que ele amava. Não comemorou, não pensou em vitória em nenhum instante a medida em que seus olhos estavam presos em sua amada. Segurava o corpo dela com tanta firmeza que conseguia se equilibrar perfeitamente no cavalo sem cair, com sua destreza em domar o animal. Quando finalmente chegou ao destino desejado, correu até a tenda afastada da jovem, que ficava próximo a praia. O viking sentia seu peito arder e seus pulmões queimarem por gritar aos berros pelas curandeiras, assustando até mesmo os moradores da cidade.

"A forasteira está morta?"

"Talvez ela tenha recebido a sentença dos deuses"

"Espero que Odin não deixa ela pisar em Valhalla por ser uma intrusa na cidade"

Comentários e mais comentários eram ditos em cochichos perante Maeve e seu estado, sendo carregada nos braços por Ubbe enquanto caminhava até a tenda da jovem.

O filho de Ragnar não podia ouvir o que os moradores diziam em tons baixos, mas os olhares dos mesmo era nítido que nenhum ali se importava com a ruiva. Ela não ganhava o respeito de ninguém ali unicamente por ser uma forasteira da cidade, mas também não era só isso. Talvez alguém tivesse espalhado calúnias a respeito da jovem para aquelas pessoas ou talvez, somente um "talvez" os habitantes de Kattegat tivessem inveja dos talentos e habilidades que a mesma tinha em batalhas e estratégias.

Atrás do viking, estavam as curandeiras o perseguindo e tentando acompanhar os passos de Ubbe, que mesmo com Maeve em seus braços, conseguia caminhar mais rápido que as mulheres de dons de cura.

— Por aqui, depressa! — Ubbe dizia enquanto se adentrava na tenda e caminhando até a cama felpuda da jovem e acomodando-a em cima.

— Pelos deuses... — o rapaz direcionou sua atenção na voz ouvida aos fundos da tenda de Maeve — O-o... O que aconteceu? — o rosto de Thora era preocupante, mas não mais do que Ubbe.

— Ela desmaiou durante a batalha e não acordou desde então. — a fala do Viking foi de uma rapidez absurda, demonstrando com clareza e firmeza seu estado de aflição.

— Perdoe-me, filho de Ragnar, mas não há como ajudá-la. — uma das curandeiras dizia enquanto tinha seus olhos da ruiva adormecida.

— Como assim? Do que está falando, mulher? — Ubbe se aproximou das curandeiras, encarando-as rapidamente.

I See Fire - Ubbe RagnarsonOnde histórias criam vida. Descubra agora