Filhos da Fúria

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O dia da invasão em York havia chegado, apenas três dias foi o esperado para uma data comemorativa cristã no lugar. Os vikings estavam prontos para o ataque, todos em seus postos com espadas, lanças, escudos, machados e flechas no combate. Ubbe e Hvitserk estavam com um grupo de guerreiros para invadir a cidade. Ivar estava em sua carroça, um pouco afastado da cidade junto a outra parte do exército e Maeve, que estava montada em um cavalo, apenas observando sua estratégia com Ivar ser posto em prática.

A jovem não estava disposta a lutar desde o pesadelo que teve dias atrás e que por sua vez, continuavam constantes. A cada noite, sonhava a mesma situação, repetidamente e só acabava quando ela despertava. Isso a fez ter medo de dormir novamente, onde até mesmo, ao acordar, se lembraria com detalhes o que ocorreu quando fechava os olhos para adormecer. Sua aparência estava um pouco cansada, seu corpo e mente esgotados de todas as noites mal dormidas e se estendendo em pequenos cochilos.

Não ousou contar a Ubbe sobre o mesmo pesadelo e como ele estava recorrente. A imagem de ver o viking morto era demais para ela, demais para tudo que aconteceu em sua vida ao longo dos acontecimentos passados até com seu reino e família. A cada noite em que ela acordava, olhava em direção a onde Ubbe dormia junto com outros guerreiros no assentamento em Repton e se sentia aliviada em saber que tudo não se passava de um sonho, um sonho pela qual ela não queria mais ter.

Não queria preocupa-lo em dizer que sua aparência cansada era de ter que adormecer e saber que a imagem que veria era dele morto ao seu lado. Não havia nada que ele pudesse fazer, nada. Maeve começava a pensar que aquilo poderia ser uma visão de algo que pudesse ocorrer até mesmo na invasão de York ou com sua vingança contra o rei Oleg. Porém, em seus momentos de razão, queria pensar que poderia ser somente uma ilusão.

— Maeve... — a voz de Ivar fez com que a ruiva despertasse de seus pensamentos e olha-lo. — Está tudo bem com você?

— Por que a pergunta? — questionou desviando seus olhos para a frente, vendo Ubbe e Hvitserk esperando o comando.

— Você está péssima.

— Eu estou bem, só... — suspirou em meio suas falas, ainda com sua atenção a frente. — ansiosa para que a estratégia funcione.

Maeve não queria dizer ao amigo sobre seu sonho repetitivo, suas noites mal dormidas e até mesmo seu medo constante que dominava seu corpo ao pensar na lembrança que tinha ao acordar.

Ivar apenas acenou com a cabeça em concordância, mas ainda com sua atenção sobre ela. Maeve não queria esconder algo para o desossado e muito menos a Ubbe, que a questionava todos os dias sobre seu estado cansado e nessas questões, a ruiva fugia. Seja para ir em outro lugar ou apenas mudava de assunto. Porém, Ubbe sabia que algo a incomodava, mas ficava em silêncio em respeito a ela.

Contudo, isso não se tornou mais importância no momento, apenas o ataque em York. Ivar deu o comando e Hvitserk mirou uma flecha nos soldados que estavam nos muros altos que protegia a cidade. O soldado foi atingido com a flecha no peito e caiu no chão, atraindo a atenção de todos.

"Nórdicos! Preparar arcos!" "Os muros!" "Preparar!"

Os soldados de York anunciavam para outros sobre a chegada dos pagãos e enquanto na suas tentativas falhas de ataque ao preparar os arqueiros, os vikings já avançavam, colocando escadas para escalar os muros e finalmente entrar dentro da cidade. O tempo que os arqueiros de York levavam para se posicionar, os guerreiros de Kattegat já estavam ao topo dos muros, acertando qualquer arqueiro com seus machados e espadas.

As habilidades de cada viking era de tamanha rapidez do que os dos saxões. Os corpos dos inimigos caiam do alto do muro até o chão. Ubbe matava cada arqueiro que se aproximava, cada soldado que restava em York para proteger a cidade. Não só ele, mas os outros guerreiros que estavam ao lado dele também. Maeve o observava de longe, junto a Ivar e Hvitserk.

I See Fire - Ubbe RagnarsonOnde histórias criam vida. Descubra agora