E as coisas não andam nada bem..

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Quando amanheceu, fui despertado por Sarah e Leo - que sempre que podiam também estavam lá no hospital, foi com eles que fiquei sabendo a maioria das coisas sobre mim - que entraram no meu quarto fazendo o maior barulho e se jogando na cama.

- Acorda dorminhoco que o sol já nasceu! - Gritou Sarah puxando o lençol de cima de mim.

- E nem adianta fazer bico, Jay - Disse Leo - Se arruma logo que a gente vai sair.

- Eu não lembro de ter dito que queria sair - Reclamei.

- A gente não perguntou, bobinho - Disse Sarah me puxando da cama, pra uma garota bem mais baixa do que eu ela é bem forte - Agora, toma teu banho, veste uma roupa e vamos aproveitar que você já está livre daquele lugar.

- Graças a Deus! - Eu disse agarrando a toalha que Leó jogou pra mim, vendo que não teria formas de discutir com os dois, peguei uma roupa e fui direto para o banho.

[.....]

Nosso plano inicial era ir ao cinema ver Os Vingadores 2 : A Era de Ultron, mas como aquela hora uma grande parte do shopping ainda estava fechado - Sim, quando eu disse que eles me acordaram cedo em pleno sábado, foi cedo mesmo - acabamos indo até uma sorveteria, já que eu não havia comido nada quando sai de casa. Depois da sorveteria, fomos até o bosque da cidade onde nós divertimos pra caramba com as quedas do Leo, as minhas burradas e a Sarah correndo atrás da capivara.

Depois daquilo fomos até o shopping, compramos logo os nosso ingressos pois seção já estava começando a lotar e fomos almoçar. O filme terminou por volta das três e meia, ficamos por mais um tempo por ali e quando fomos embora era por volta das quatro e meio. Quando cheguei em casa já eram cinco horas e eu estava morrendo de cansaço até eu ver alguém que rapidamente restaurou minhas energias: Drake.

- Oi - Eu disse lhe abraçando, assim que ele levantou do sofá para falar comigo - Tá aqui a muito tempo?

- Um pouco - Ele disse, me joguei no sofá e ele veio junto, And passou pela sala bem nessa hora indo para o seu quarto não sem antes olhar de cara feia pra Drake.

- O que aconteceu? - Perguntei.

- Nada Jay, eu só queria te ver - Disse ele sorrindo.

- Então vem, deixa eu tomar um banho por que meu cheiro não tá lá muito agradável - Eu disse rindo.

Ele me seguiu até o quarto onde fui tomar meu banho e ele me esperou sentado na cama, quando voltei eu já estava uma calça leve e uma blusa regata, ele me esperava deitado na cama vendo TV. Me deitei ao seu lado.

- Tá mesmo tudo bem? - Eu pergunto, ele está muito quieto e ele não é assim.

Ele se vira fazendo com que nós ficássemos cara a cara.

- Claro, por que não estaria? - Pergunta ele.

- Sei lá - Respondo - Você não é tão quieto assim, só isso.

Ficamos nos encarando por um bom tempo, na pouca luz do quarto percebo que seus olhos estão marejados.

- Posso ficar aqui? - Sussurra ele, sua voz sai tão fraca que percebo que ele está prestes a chorar. Meu coração se quebrou com aquela imagem. Eu apenas queria o ver bem. Boto a mão no seu cabelo e começo a massagea-lo

- Claro que sim - Eu digo, e vejo a sua primeira lágrima cair. Ele me puxa para o seu corpo e eu não o afasto, ao contrário, eu o puxo mais para perto também sentindo seu corpo subir e descer devido ao choro.

Drake não me diz o que houve, mas eu também não pergunto, ainda não quero saber o que houve. No momento apenas quero ve-lo bem.

- Eu amo você - Diz ele - Promete que nunca vai me deixar? Por favor.

- Eu prometo - Eu disse a ele - Não importa o que aconteça, não importa o que um fizer para o outro, eu nunca vou deixar você okay?

Ele balançou a cabeça e me abraçou outra vez, um abraço bem mais apertado que o outro, aos poucos notei que sua respiração iam ficando mais calma o que significava que ele estava começando a dormir, cobri seu corpo e o meu com o lençol e apenas quando ele dormiu, eu me permiti a esse luxo também.

[.....]

ANDREW

- Você já contou pra ele? - Pergunto ao pai assim que ele chega em casa, estou deitado no sofá enquanto Jemy e Drake estão a essa hora, provavelmente fazendo algo que não deviam.

- Andrew, eu acabei de chegar e você já veio me encher o saco com isso?

- "Encher o saco" pai? - Eu digo me levantando do sofá - Eu apenas acho que ele tem o direito de saber que não é seu filho, o direito de saber de onde veio e conhecer a família biológica dele se quiser, por que convenhamos, nós não temos sido bem uma família nesses últimos anos.

- Ele é o meu filho! - Disse o pai - Não importa se ele tem meu sangue ou não, fui eu quem cuidou dele, fui eu quem deu uma casa pra ele morar, comida para comer, roupa para vestir, eu dei a ele uma família e não eles.

- Ainda sim - Continuo - Acho que ele tem o direito de saber.

- Filho - Diz meu pai pondo as mãos em meus ombros - Ele acabou de sair do hospital, ainda está com amnésia, apenas deixa tudo isso passar está bem?

- Ok - Eu digo tirando as suas mãos de meus ombros - Mas seja rápido, por que se você não falar, saiba que eu vou.

E sai dali, sem olhar para trás.

Ódio, Amizade, ou Amor? (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora