( Gustavo)Minha vida nunca foi fácil, mas sempre procurei dar o meu melhor. Quando eu era criança, meu pai quase sempre chegava bêbado em casa e batia na minha mãe, como eu era só uma criança eu não podia fazer nada, quem acreditaria em mim? Até que uma vez quando eu já estava maior, meu pai chegou em casa bêbado outra vez e foi pra cima da minha mãe, eu me meti no meio para protege-la. Se eu apanhei? E muito. Naquela época eu era apenas um garoto magricela, seus socos e chutes quase me levaram a óbito. O que aconteceu? digamos que bater em mim e quase me matar era outra coisa, minha mãe não aceitou isso fácil e o denunciou, coisa já que ela deveria ter feito muito antes. Meu pai acabou morrendo na cadeia.
Anos depois, minha mãe se casou com outra cara o qual a única coisa boa desse casamento foi a Ariel. Ele não batia nela nem em mim, mas era viciado em apostas e acabou nos levando a falência, ao mais fundo do fundo do poço, havia dias que não tinhamos nada para comer. Por sorte, vez ou outra quando podiam nossos amigos nos ajudavam. A situação piorou quando Ariel foi diagnosticada com leucemia, não tinhamos dinheiro algum para pagar seu tratamento, o que eu ganho trabalhando no mercadinho mal da para sustentar a casa. Foi na mesma época em que reencontrei Lana - explico mais na frente, Lana e Drake fazem parte de uma família rica, muito rica, foi quando uma idéia suja passou pela minha cabeça, mas eu não tinha escolha, era isso ou minha irmã morreria. A conta era fácil de se fazer.
Comecei a namorar com Lana, e assim ela me dava o dinheiro para o tratamento de Ariel. E por mais que eu me dizia que aquilo era necessário, eu ainda me sentia sujo por fazer aquilo com ela. Para piorar, estava tudo perfeito por um tempo até eu conhecer Allan e me apaixonei por aquele garoto, foi ai que Drake começou a desconfiar que eu a traía, mas eu estava apaixonado e ao mesmo tempo precisava da grana pela minha irmã. Eu não sabia o que fazer. Começamos a namorar em segredo até ele me largar e ir para os EUA com uma bolsa de estudos que havia ganhado. Logo depois, reencontrei Jay, meu namoro com Lana terminou, acabei me afundando nas dívidas do hospital, foi quando Lana por pena ou compaixão resolveu continua pagando o tratamento de Ariel e nos acabamos reatando.
Agora vocês devem querer saber por que eu disse que nos reencontramos, não é? Quando crianças, Drake e eu éramos melhores amigos, por isso eu conhecia Lana também. Acontece que, exatamente como agora, Drake e eu nos apaixonamos pela mesma pessoa, ela acabou escolhendo Drake. Eu me senti mal, óbvio, mas mesmo assim continuei sendo amigo dele, e em segredo apaixonado pela sua garota. Mas mesmo estando com Drake ela dava em cima de mim, parecia que quanto mais eu me afastava mais ela dava em cima, até que um dia ela me beijou a força e Drake viu. Foi o começo de tanta discordia entre nós dois.
Como eu disse, minha vida nunca foi fácil, mas sempre procurei dar o meu melhor. Mesmo que as vezes, o meu melhor nunca foi o suficiente.
[.....]
- O garoto do parque? - Eu perguntei a Jay rindo - Achei que você lembrava do meu nome, eu disse a você naquele dia.
- Você vai acreditar se eu disser que não ouvi? - Ele me diz fazendo uma cara engraçada e em seguida coçando a orelha direita, eu já havia reparado que ele fazia isso quando nervoso.
- Parece até novela, não é? - Eu pergunto - A gente se encontra uma vez quando crianças e depois nos reencontramos anos depois.
Ele acente com a cabeça e quando vai dizer algo, Ariel surge no meio de nós.
- Opa! Já cansou? - Pergunto a ela - Vem, eu já ia mesmo te chamar, tá quase na hora da gente ir para casa mocinha.
- Ah não! Só mais um pouquinho! - Ela me pedi.
- Infelizmente não dá pequena, tá quase na hora do seu remédio e depois eu ainda tenho que ir trabalhar. - Ela faz uma carinha triste.
- Guto - Me chama Jay que até então apenas observava tudo - Será que a gente podia marcar alguma coisa pra se encontrar depois? - Ele pergunta envergonhado.
- O que seu namorado vai achar disso?
- A gente terminou - Ele responde.
- Sinto muito - Digo, mas por dentro sinto um pouco de felicidade por aquilo.
- Só mais uma brincadeira Guga - Diz Ariel para mim, do jeito que ela tava pedindo fica até difícil resistir.
- Só mais uma - Digo me dando por vencido.
- Vamos brincar de pega-pega.
- O que? - Eu pergunto - Você quer que a gente brinque também?
- Por favor - Ela pedi juntando as mãozinhas.
- Por mim tudo bem - Concorda Jay, ele parece já estar se divertindo com aquilo. Acabo concordando.
- Tá com você - Diz ela saindo correndo do banco e logo em seguida Jay. Não acredito que vou fazer aquilo.
Conclusão: O "tempinho" acaba virando um "tempão" e ficamos praticamente a tarde toda brincando no parque. No final, estamos os três ofegantes e acabamos nos jogando no gramado rindo.
- Caramba - Diz Jay - Eu não me divirto assim há um tempão.
- Nem eu - Respondo rindo novamente - Vocês dois. Chega por hoje. Realmente precisamos ir agora se não perco a hora do meu trabalho.
- Ah Guga! - Queixa-se Ariel.
- Nada de "Ah Guga" não senhora - Digo a levantando.
- Só se você me carregar.
- Você não tem jeito mesmo, não é? - Digo balançando seu cabelo, mesmo assim me abaixo para que ela possa subir em minhas costas.
- Então....- Começo para Jay - Te ligo mais tarde?
- Pode ser - Ele responde.
- Vai lá em casa! - Convida Ariel.
- Hoje eu não posso tenho que voltar pra casa - Ele responde - Mas assim que eu puder, se eu não for incomodar - Ele diz isso agora olhando para mim.
- Claro que não - Respondo sorrindo. Parece que o restante daquela raiva que eu sentia dele horas antes simplemente desapareceu.
- Oba! Oba! - Comemora Ariel.
- Não pula se não eu te derrubo - Aviso a ela.
- Foi mal - Ela diz e acabamos os três rindo.
- Agora, realmente, eu preciso ir - Digo me despedindo dele.
- Tudo bem - Ele responde - Tchau Ariel!
- Tchau Jay-Jay - Dito isso ela desce das minhas costas e o abraça, e em seguida sai correndo. Me obrigando a ir atrás dela ouvindo o som da gargalhada de Jay atrás de nós.
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Ódio, Amizade, ou Amor? (Romance gay)
Teen Fiction"- Você acha mesmo que eu vou aceitar isso? - Perguntei - É claro que vai - Respondeu ele como se fosse óbvio, o que me fez revirar os olhos - E sabe por que? Porque no fundo você gosta de mim, só ainda não quer admitir - Dito isso ele me pressionou...