Capítulo 5

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Mikael

O dia tinha sido um tédio total, o trabalho foi monótono sem o resto do meu trio e há dias eu não tinha mais tanto animo para querer sair e ver se melhorava meu humor, que ultimamente estava bem ruim já que eu não encontrava muitas coisas para me animar.

Antes eu tinha Jonathan para ficar comigo enquanto nossos amigos apaixonados estavam grudados em suas esposas e namoradas, sendo romântico e incuráveis que demonstravam tanto amor que era capaz de um arco iris de açúcar se formar acima da cabeça deles.
Mas agora que meu amigo tinha sido sequestrado por uma comandante baixinha e mandona, não tinha mais muitas opções, já que Lucca não conseguia mais desgrudar da esposa e do filho, aquele bebê com cara de joelho que agora seria oficialmente meu afilhado, pois a parte boa de Jonathan ter sido sequestrado era que eu iria ser o padrinho do bebê e para isso não precisaria disputar uma olimpíada com Jonathan para isso.

Apesar de amar meu irmão mais velho e também gostar bastante do meu primo Ryan e dos meus novos melhores amigos Daniel e Augusto. Lucca, Jonathan e eu éramos um trio formidável por sermos espécimes raras de beleza e personalidades impecáveis, por isso nos dávamos muito bem e éramos quase inseparáveis, quase porque descobrimos que mulheres deslumbrantes de personalidades também maravilhosas eram capazes de tomar nossas atenção quase inteiramente para elas.

Primeiro foi Lucca se apaixonando pela dançarina sedutora e casando, agora era Jonathan que certamente se renderia ao amor que obviamente sentia pela Comandante. Já eu estava praticamente aceitando que o amor não era para mim, pois quando fui tentar ter minha vez na fila do cupido não deu nada certo e me jogaram um balde de gelo bem congelante.

Pensar em romance não estava me fazendo bem, nem ficar lembrando que eu era o único encalhado do grupo. Era engraçado que Jonathan estivesse prestes a namorar antes de mim, pois ele era o cara que corria de relacionamentos, enquanto eu preferi seguir o conselho dos meus pais e estar aberto ao amor quando ele batesse na minha porta, no entanto as coisas ficaram bem bagunçada.

Eu realmente não negava o título de mulherengo que me deram, mas eu era um belo e jovem homem solteiro que podia ficar com quem quisesse enquanto não encontrasse minha musa inspiradora, o que pensei que tinha acontecido há algum tempo atrás, mas que na verdade não deu certo, porque em vez do amor bater na minha porta ele bateu com a porta na minha cara.

Quando cheguei em casa depois do trabalho estava exausto e entediado, mas me animei ao ver uma caixa no balcão da cozinha, que assim que abri vi que era o bolo que pedi para Marta fazer para mim. A mãe de Daniel, ou tia Marta como chamávamos, era uma ótima cozinheira e eu amava como ela nunca recusava meus pedidos de guloseimas que eu amavelmente fazia lhe enviando bilhetinhos com flores.

Estava prestes a comer o lindo e delicioso bolo que tinha sido feito só para mim quando ouvi a campainha tocar.

Resmunguei largando o garfo e levantei frustrado por ser interrompido. Naquele horário só podia ser um dos rapazes vindo me encher a paciência, mesmo eu achando estranho que um deles se lembrasse de mim a noite, quando tinham mais tempo para estar com suas esposas que agora eram o centro da vida daquelas criaturas românticas fisgadas pelo amor.

Estava pronto para reclamar com a pessoa que estava do lado de fora quando abri a porta e me surpreendi ao ver a pessoa que estava parada a minha frente.

— Nina? — perguntei sem acreditar muito que era ela. Talvez fosse só mais um dos meus sonhos.

— Oi — disse tímida, ainda com a cabeça baixa e os braços cruzados. — Desculpa vir essa hora, eu sei que é tarde e você não deve querer que eu venha mais aqui mesmo que fosse de dia, mas eu realmente precisava de alguém agora.

Distinto Sabor - Livro 6 Série: Paixão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora