Chapter three

470 42 261
                                    

Acordei com o sol entrando pela janela, por uma fresta grande que o encontro entre as duas partes da cortina deixava e além disso, eu estava com frio... e duro. Sim, eu estava duro, desde ontem, quando Mike chegou em casa, se recusou a assistir o Jornal das 7 comigo, e disse que ia direto para o banho, pois estava com dor de cabeça.

Eu o odeio por usar este tipo de desculpa estúpida para não transar, ou para não ter que minimamente lidar comigo. Eu não contei a ele do meu dia no departamento do FBI, mas ele sabe que aceitei o trabalho por fim, e preferiu ter este tipo de reação idiota comigo.

Eu ainda tenho pelo menos uma hora antes de ter que oficialmente me levantar com o som estridente do despertador, mas já não tenho sono. O lugar ao meu lado na cama está vazio e eu bufo audivelmente, batendo minhas mãos ao lado do meu corpo em frustração, fazendo um barulho contra os lençóis.

Me levanto já que dormir não se tornou uma opção, e me dirijo irritado ao banheiro para minha higiene matinal, antes de ir tomar o meu café.

Entretanto, assim que chego na cozinha, acreditando que estaria sozinho, já que achava que Mike sairia rapidamente para me evitar novamente, tenho a surpresa de encontrá-lo.

Ele está parado em frente ao balcão da cozinha, com uma caneca fumegante em uma mão, inclinado sobre algo que parece ser uma planta dessas de engenharia, enquanto um cigarro é consumido pela brasa ao estar repousado no cinzeiro ao lado do grande papel. Ele parece concentrado, com a mão livre apoiada no móvel para sustentar seu peso inclinado e com um leve vinco entre as sobrancelhas.

Uma luz entra pela janela da cozinha e brilha sobre ele, que está com o dorso nu, e usando apenas uma calça de moletom cinza, deixando a sua pele bronzeada ainda mais vistosa, e seus músculos dos ombros mais marcados pela posição de força sobre o braço. Eu poderia ficar ali assistindo-o a manhã toda. Às vezes ainda demoro a acreditar que ele é meu, mesmo depois de quase 10 anos juntos. Mike é a tradução da perfeição para mim.

Ele não parece notar a minha presença, e aproveito para ainda apreciá-lo por um tempo, até que ele levante os olhos azuis do papel e me encare, parado junto ao batente da porta o olhando. Eu sorrio, mas ele não sorri de volta, apenas retorna os olhos para o balcão para ler algo na planta. Eu reviro os meus olhos enquanto desencosto meu corpo de onde estava, e vou até ele.

- O que está deixando meu homem tão concentrado ao ponto de nem poder me dar um bom dia? - Pergunto quase em um sussurro bem próximo a ele, e sinto seu corpo tencionar e veio a pele dele responder imediatamente com um arrepio. Vejo os cabelos perto da nuca se arrepiarem. Sorrio com as reações do corpo dele a mim, mesmo que ele esteja tentando me dar alguma espécie de "gelo".

- Eu preciso apresentar um projeto hoje para uma solução para um problema na rede pluvial - Ele responde secamente

- interessante... Eu também estou precisando de uma solução para um problema - Eu digo maliciosamente ainda mais perto do ouvido dele e passo meu corpo junto ao dele, para que ele sinta que estou duro e desejando ele dentro de mim desesperadamente. Ele estremece.

Vejo Mike erguer o corpo consertando a postura e fechando o olho. Sei que neste momento está ocorrendo um debate em sua mente, entre o lado que defende manter o gelo e o lado que deseja fazer tudo o que estou insinuando. Por isso, como defesa ele prefere não se mover, ficando parado como uma estátua.

Mas eu não estou disposto a desistir, e por isso me aproximo mais, apertando meu peitoral contra as suas costas e quase colando minha boca em seu ouvido, de modo que ele possa sentir minha respiração e todo o calor do meu corpo.

- Eu acho que você é o único que pode resolver isso agora - sussurro baixo - Você vai negar uma ajuda ao seu marido?

De surpresa, Mike passa seu braço pela minha cintura, e em um segundo estou sobre o balcão, onde ele me coloca com força após me erguer. Eu abro minhas pernas para que ele possa se encaixar entre elas, e logo nossos peitorais estão colados. Eu arfo com o movimento.

𝘛 [𝘉𝘺𝘭𝘦𝘳] Onde histórias criam vida. Descubra agora