Nunca o percurso entre Lincoln Park e minha casa foi tão longo.
Eu sentia que ia chegar a qualquer momento na Bahia, no Brasil, mas não chegava em casa. Eu estava me sentindo ansioso e minha cabeça doía como o inferno.
Não sabia que pensar dói, até começar a viver uma espécie de realidade paralela na minha vida, em que eu tenho um marido que está em um nível alto de automutilação e um psicopata a quem dediquei totalmente o meu tempo nas últimas quatro semanas, e que parece estar saindo do controle.
Eu massageio as minhas têmporas enquanto sinto uma gota de suor começar a se formar na minha lombar e outra na minha nuca. Este é um sintoma claro da ansiedade: a sudorese.
Enfim, depois de 4 dias e 5 noites, ou quase isso, já que o tempo é relativo, o táxi para na porta da minha casa, e eu entrego a maior nota que achei na minha carteira sem me preocupar com qualquer coisa.
- Rapaz! - O taxista me chama - E o troco?
- Fica pro Senhor. E se cuida que essa cidade tá muito louca. - Ou eu estou ficando louco.
Eu entro rapidamente pela minha casa que está completamente vazia, já que como vi, Mike está no trabalho. Eu solto a chave no aparador perto da porta e nem ao menos tiro as minhas botas como sempre faço para andar em casa, pegando meu celular no bolso e tentando ligar para James.
Um toque... Dois toques... Cinco toques... Caixa postal.
Merda!
A coisa deve ser realmente séria, uma vez que ele disse que ficaria atento ao celular se eu precisasse.
Eu preciso falar com alguém da equipe do FBI que investiga o caso T. Eu tenho certeza que entramos em uma nova fase do assassino, quando este perde o controle emocional.
Psicopatas são patologicamente incapazes de diversos sentimentos. O que não é culpa deles, mas da construção psíquica deles, que deriva da própria formação neural. Nesta incapacidade está a impossibilidade de sentimentos empáticos, de modo que não conseguem amar e nem se arrepender.
Mas os casos que se inclinam para a realização criminosa exigem forte controle emocional, e isto, eles são capazes de ter.
Porém, a ausência de empatia e de culpa, pode dar um sentido de prazer ao fazer mal a outra pessoa, e pois isso, eles vão cada vez se sentindo mais necessitados de cometerem os crimes, como uma espécie de vício em drogas, que você começa usando recreativamente e pode chegar ao nível de vício total.
Quando o prazer e a ausência de empatia cruzam certa linha, os psicopatas perdem o controle emocional que tinham tão bem elaborados, e por isso, começam a cometer erros, porque aumentam significativamente o número de execuções, em contrapartida ao pouco preparo para o crime, como faziam antes.
T, levou 2 anos para cometer 20 assassinatos, e agora ele cometeu 4 ou 5 em um intervalo de menos de um mês.
Isso significa que ele está perdendo o controle emocional.
Isto se eu tiver partindo do pressuposto que T é um psicopata.
Porém, se ele for um psicótico, ele seria capaz de amar, de ter empatia ou culpa, mas o aumento do número de mortes significa que o gatilho que o leva à loucura está mais acelerado.
Eu ainda não sei dizer em qual espectro psíquico T está, mas posso afirmar com certeza, que o seu estado emocional está se agravando com velocidade.
E Chicago ficará ainda mais violenta no próximo tempo. Na mesma proporção, também teremos mais chances de pegá-lo, pois ele poderá cometer mais erros.
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𝘛 [𝘉𝘺𝘭𝘦𝘳]
Fanfiction𝘞𝘪𝘭𝘭𝘪𝘢𝘮 𝘉𝘺𝘦𝘳𝘴-𝘞𝘩𝘦𝘦𝘭𝘦𝘳 é 𝘶𝘮 𝘱𝘴𝘪𝘤ó𝘭𝘰𝘨𝘰 𝘧𝘰𝘳𝘦𝘯𝘴𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘶𝘹𝘪𝘭𝘪𝘢 𝘰 𝘍𝘉𝘐 𝘯𝘢 𝘣𝘶𝘴𝘤𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘶𝘮 𝘴𝘦𝘳𝘪𝘢𝘭 𝘬𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘴á𝘷𝘦𝘭 𝘱𝘰𝘳 𝘶𝘮𝘢 𝘴é𝘳𝘪𝘦 𝘥𝘦 𝘢𝘴𝘴𝘢𝘴𝘴𝘪𝘯𝘢𝘵𝘰𝘴 𝘣𝘳𝘶...