Chapter eleven

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- Bom dia!

- Bom dia? - Meu marido parecia confuso assim que eu entrei na cozinha perfeitamente arrumado para um dia de trabalho no FBI. Escolhi uma calça social rosa clara e uma blusa social branca, deixando dois botões dela abertos. Obviamente que eu não seria qualquer pessoa vestindo uma roupa chata e sombria, mesmo que eu esteja atrás de um psicopata - Você está muito bonito, amor. Mas onde está indo?

- Trabalhar - Respondo simples, enquanto pego um suco na geladeira e encho o meu copo

- No FBI? - Ele arqueia uma sobrancelha - Você não disse que ia largar a investigação lá?

- Mudei de ideia depois do que aconteceu com o Charlie. Eu só paro e sossego agora quando pegar esse filho da puta.

- Babe... - Ele tenta falar algo, mas logo o interrompi

- Não, Michael - Ele se assusta quando o chamo pelo nome e não por um dos nossos apelidos - Eu estou decidido. Não me importa se eu morrer, se eu virar sobremesa de canibal. A única coisa que me importa é que a morte do Charlie não seja em vão - Eu digo resoluto e ele parece chocado, segurando no ar uma torrada com geleia, no mesmo lugar, sem levar para a boca

Ele me encara assim por um tempo, mas eu não vou dar a ele qualquer outra explicação. Eu preciso fazer justiça ao Charlie.

- Tudo bem, Babe. Não vou mais discutir com você sobre isso - Ele parece vencido - Eu vou terminar de me arrumar e te levo até lá.

Mike pode até ter tentado soar compreensivo, mas o fato dele ter simplesmente jogado a torrada intacta em um prato na mesa a sua frente, disse mais do que as palavras dele sobre como ele realmente se sentia com a minha decisão. Mas pela primeira vez, eu estava ligando menos para Mike do que para algo que eu queria de fato.

Seria apenas uma questão de tempo pegar o escroto filho da puta que fez isso com Charlie. E eu não tinha como me importar menos com qualquer opinião sobre isso.

Até hoje T não tinha atacado qualquer pessoa que realmente me importava, apesar de eu ter tido algum contato com algumas vítimas, mas eu simplesmente não ligo mais para nada, porque desta vez, ele pegou o meu melhor amigo de infância.

Eu conheci Charlie antes mesmo de me tornar amigo do Mike. Nós entramos na pré-escola juntos aos 4 anos e Charlie era quase meu vizinho. Ele quem me ensinou a amarrar os meus sapatos. Mike se mudou para Chicago apenas alguns meses depois. E o conheci junto com James e Liam na mesma época e nos tornamos inseparáveis por toda a época escolar.

Como havia dito, Mike me levou até à Agência, e me deixou na porta. O caminho foi todo feito em silêncio e foi bastante desconfortável. Algumas vezes peguei Mike me olhando de soslaio, como se quisesse me dizer algo, mas eu fingi que não percebi, porque não queria começar qualquer troca de argumentos. Por isso me despedi dele apenas com um breve selinho e desejei bom dia. Ele ainda ficou parado com o carro me olhando por um tempo enquanto eu entrava no prédio e eu sequer olhei para trás. E assim que coloquei os pés dentro do prédio, o ouvi saindo cantando os pneus do carro e arrancando de uma vez.

Talvez hoje a noite role uma greve de sexo e dormirei com um Mike emburrado, já que ele está puto com tudo o que aconteceu essa manhã.

Mas quer saber, não ligo. Minha mente agora trabalha focada em Charlie.

Eu entro no andar cumprimentando alguns agentes que me olham surpresos, já que provavelmente não imaginavam que eu voltaria depois de ter ficado fora por uma semana, mas novamente, eu não ligo.

Entro na sala de reuniões, onde Liam conversa e dá ordens para alguns agentes, entre estes Thomas e Luke.

- Bom dia, Payne. - Entro sério, coloco minha bolsa em cima da mesa e puxo o meu notebook.

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